O perfeito badboy

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Eu não estava nervosa. Agora a lembrança de Angel chorando copiosamente porquê tinha sido rejeitada não era tão surreal assim. Eu estava uma pilha de nervos. Parecia que todas as minhas imperfeições tinham aparecido do dia para à noite, até minhas tatuagens tinham defeito à essa altura.

Meu guarda-roupa cheio de roupas justas, decotadas e delineadas não eram sexys o suficiente. Eu pensava em todas as mulheres mais novas que ele provavelmente tinha saído e se meu corpo, mesmo definido e treinado iriam satisfazer o maknae. Minhas lingeries de seda e rendas, que eu tinha me habituado a usar no dia a dia pareciam tão simples, tão inofensivas, tão datadas. 

— Oi, omma!

Me dei conta que tinha pulado fases demais da minha vida, amadurecido tão rápido que passei por todas elas sem vivê-las.

— Oi, filha, como você está? Como vai os Estados Unidos?

— Já moro na Coréia de novo, omma, lembra? Almoçamos na semana passada juntas... - a doença da minha mãe vinha piorando nos últimos meses, a fazendo recordar mais do passado que do presente. — Mãe, como foi... sair com um garoto pela primeira vez?

Sentei-me no chão gelado olhando meu guarda-roupa revirado. Eu me sentia noventa e nove por cento das vezes totalmente segura comigo mesma, com meu corpo, com meus princípios, mas idols eram meu grande trauma. 

— Nossa! O Ji-yan do colégio! Foi incrível... ele esperou seu avô dormir e me ajudou a pular a janela, depois me levou para a floricultura dos pais dele. Eu vi os arranjos de flores mais lindos do mundo. - ela falava com tanto domínio que tive certeza que era verdade, e a imagem da minha própria mãe com um garoto aleatório da escola era confusa e estranha em minha mente.

— E você... não tava com medo?

Eu queria muito estar com ele, mas ele era só o primeiro garoto que eu saía em séculos.

— De quê? De ficar com quem eu gostava?

Eu desliguei depois dela contar que meu avô pegou os dois juntos na porta de casa na volta e ela ficou de castigo por meses, porém super feliz com a primeira fuga. Era como eu e Jung Kook quando nos uníamos e nada mais importava. Revirando as caixas de marcas e presentes recebidos nos eventos da ONG, achei finalmente algo que eu queria usar essa noite, algo que me deixasse ser apenas eu.

Ele provavelmente me escolheu por ser uma mulher, então tudo bem ser uma mulher esta noite, era o que eu era. Tudo bem ser coreana, tudo bem ser mais velha, tudo bem ser tatuada, tudo bem ser musculosa. Tava tudo bem ser eu mesma.

— Alyss, teria muito orgulho...

A assistente pessoal em meu celular avisou que ele tinha entrado em meu condomínio, cinco minutos antes do horário marcado e foi quando todo nervosismo deu lugar às infinitas possibilidades de beijá-lo e de senti-lo.

Encostado na  Mercedez com o buquê de flores mais bonito que eu já tinha visto, flores vermelhas envoltas em um laço de seda, ele mordia o próprio lábio, quase se machucando. Jung Kook era meu reflexo, o que eu queria ele queria, o que eu sentia ele sentia e também estava nervoso.

— Minha estrela... minha linda estrela... - ele pegou minha mão esquerda e a beijou com cautela, me entregando o buquê com a outra mão. — Você... - a jaqueta de couro, a camisa regata e a calça moletom também mostravam que ele seria só ele mesmo esta noite.

Legacy • Jung Kook ▪︎ Apocalipse (02)Onde histórias criam vida. Descubra agora