Legacy • Jung Kook ▪︎ Apocalipse (02)

Sa sa eng - a maior de todas

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No presente:

Era hora de trabalhar, como eu nunca tinha feito na vida, de usar todo o meu conhecimento e de mostrar pra quê eu tinha sido treinada na adolescência.

Eu não dormi depois de deixar a HYBE com o arquivo das câmeras de Jung Kook comigo, tinha pelo menos a ideia de um plano para descobrir o que ele escondia, mas antes três coisas essenciais precisavam ser feitas. Assim que voltei ao meu apartamento troquei todas as senhas, a partir de agora e até eu descobrir o que eu queria, nenhum deles poderia mais me visitar, nem mesmo Alyss; Então, eu remodelei minha sala, e mesmo tarde da noite, arrastei todos os móveis para um único canto e centralizei minha mesa de jantar, sozinha, eu desacoplei minha televisão do painel central e a transformei em um grande projetor, reconectei todos os meus gadgets à ela, e religuei tudo ao controle automatizado do meu telefone novo, o único que eu tinha certeza que Jung Kook não tinha acesso. Minha sala tinha virado um grande centro investigativo, mas para que eu pudesse focar, ainda assim, o último passo era o mais importante. 

"Você está contratada, espero que Stay Alive ainda lhe renda lucros, o salário é baixo." - enviei uma mensagem curta e direta para Angel.

Não era justo deixar todo o trabalho da ONG com ela, mas além de mantê-la ocupada e longe de querer me consolar, eu não conseguiria sem sua ajuda, eu sabia que Jung Kook era importante - e esperto demais, e ele era de longe o meu maior desafio, desde a dança escondida com a amiga, a boate clandestina com o irmão, as lutas proibidas nos bairros periféricos de Seul.

— Vamos lá, baby... me mostre o que você esconde. - em segundos minha televisão projetou pela mesa branca todas as câmeras de Jung Kook e seus registros diários, semanais e mensais, a noite seria longa, o trabalho era extenso e o material quase infinito de horas gravadas.

Vê-lo entrar e sair de casa, treinar, dormir na sala muitas noites, encontrar e abraçar seus amigos, beber, lavar roupa, cozinhar era uma tortura quase prazerosa, eu renegava a saudade e a falta que ele me fazia com uma inserção doentia de tanto conteúdo seu. 

Demorou mais ou menos uma hora e meia, e percebi que existia um padrão nas imagens, a cada nove dias elas se repetiam, e as câmeras reiniciavam sempre perfazendo o mesmo vídeo, e reiniciando a mesma semana, ele não alterava de peso, não trocava de roupa, não cortava o cabelo, continuava o mesmo meses a fio. Até a noite de encontro com seus amigos, era sempre a mesma, em um loop temporário e repetitivo claramente modificado.

— Filho da mãe. - mais esperto que eu, e muito mais inteligente, me peguei sorrindo pela primeira veze desde o nosso término.

Eu estava fazendo papel de boba desde o começo, achando que ele não consideraria a possibilidade de eu invadir a HYBE e verificar suas câmeras. Ele tinha previsto tudo. Duvidei que ele estava realmente em Busan, e só para me despistar ele tinha mandado Mingyu comigo à HYBE. E se ele sabia que eu chegaria ao ponto de vigiá-lo, nosso término também tinha sido previsto e provavelmente tinha bem mais que um motivo.

— Srta. Park. - meu antigo telefone tocou e eu atendi enquanto andava para lá e para cá pela sala procurando uma falha nas alterações em loop das câmeras de Jung Kook.

Srta. Park? Com certeza era alguém que ainda me conhecia pelo meu passado atrelado ao meu pai, o tom era sério e o homem do outro lado sussurrava.

— Sim?