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— Você entendeu? Você me trouxe de volta.— Não tem nada que você possa fazer para mudar o que aconteceu com eles... nada vai mudar, Yun-Hee.
— Não tem mesmo... porquê você não me deixou viver em paz? Você me odeia e não me deixa...
— Você?
Eu estava muito focada em ser feliz para ver, aliás, o convívio de perto com o mundo do Bangtan tinha me feito acreditar que as pessoas ainda tinham lados bons e eu só percebi no fim, que isso não era bem verdade, nem todas se salvavam, meu pai era uma dessas pessoas.
— Por mim você podia simplesmente morrer, quando eu vi você naquela maternidade eu desejei que você só sumisse, uma menina, de quê me servia uma menina? Eu só consegui gerar uma único ser no mundo e foi mulher, era você que devia ter nascido morta, não seu irmão. - chocados? não eu. Eu tinha ouvido tantas vezes aquilo que tinha me habituado.
Como eu podia dizer se eu estava no relacionamento certo? Como é que você sabe dessas coisas? Porquê eu tinha voltado a ficar em paz, nenhuma daquelas palavras me atingiu, nem mesmo de raspão e toda vez que eu fechava os olhos, eu via Jung Kook de volta para mim.
— Não é sobre mim. - agora tudo estava perfeitamente explicado. — Não é comigo que você se preocupa.
Meu pai estava acuado, o terno engomado desfeito, os ralos cabelos brancos e pretos bagunçados, meio descontrolado quase babava, cuspindo as palavras tentando me humilhar, me atingir, me fazer vacilar, achar meu ponto fraco, quem sabe me fazer chorar sozinha no quarto, como costumava ser quando ele criticava minha voz na adolescência, meu peso, meu rosto mestiço e um pouco mais redondo que das coreanas nativas.
— Ele é o único que importa. - o velho CEO e fundador da HYBE se levantou, o semblante assombroso de um homem sem a única coisa que tinha lhe sobrado, seu poder. — Todos os demais só torram o meu dinheiro e ele quem me dá lucros.
Essa era a ponta solta que Jung Kook não tinha se dado conta, as ameaças, a pressão, o controle não era por minha causa, era porquê ele era a mina de ouro de todas a sanguessugas corporativas.
— Você queria separar ele de mim porquê ele estava... feliz.
Eu podia culpá-lo? Por desenvolver um estágio inicial de síndrome do pânico quando tinha sua privacidade violada, por querer construir uma mansão isolada e superprotegida, por se sentir minimamente normal apenas quando saía escondido ou observava a vida de outras pessoas pelo vidro da sua sala em sua boate, por cessar sua fome com bebidas e um cigarro eletrônico na busca de um corpo exigido acima até dos padrões.
— Saindo as noites? Sem focar no trabalho sem dar tudo que ele tinha? Ele costumava enfiar a cara na empresa e fazer tudo por ela. - meu pai revirou uma parte dos livros, atrás da chave reserva da porta e começou a jogá-los pelo chão. — Aí começou falar bobagem em lives e mais lives, pediu para passar mais tempo com os fãs... disse que ia fazer álbum para os fãs e para ele, e não com intuito comercial, recusou várias parcerias que eu já tinha aceitado...começou a fazer tudo por você. Deixou de estar disponível. Sendo que eu fiz ele, EU FIZ CADA UM ALI, eu fiz o BTS!
Não tinha chave, como eu disse sem erros da minha parte, e eu apenas aguardei ele perceber que não tinha saída.
— Me deixe sair... ME...
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Legacy • Jung Kook ▪︎ Apocalipse (02)
Fanfiction┄ ♡ - conteúdo adulto; 𓏲 ♥︎︊︊︊ 𖦹 : Uma reviravolta leva Jung Kook à beira da loucura, mas Yun-Hee vai fazer de tudo para salvá-lo enquanto tenta acalmar a própria mente sem o namorado.