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— Você tá usando meu cropped. - foi meio involuntário, porquê assim que meus dedos tocaram o tecido, eu reconheci minha roupa por baixo da sua.
— Eu gosto dele... você sabe... eu gosto de usar suas roupas... inclusive se você deixar eu uso essa saia.
— Eu sei...
Ele era um homem único com certeza e ficava ainda mais bonito que eu naquela roupa justa e curta, principalmente porquê não se importava com stigmas. Ele dizia que usava as roupas das pessoas que mais gostava para se sentir mais perto delas.
— Eu gosto do seu cabelo assim também...
Eu estava sem opção, sem ideias, sem ele.
Por mais que eu pensasse, parecia só existir uma única possibilidade, e mesmo a Bella sem Edward, desesperada para vê-lo forçando qualquer situação de perigo para invocar o vampiro, eu também me preocupava com ele se expondo daquele jeito atrás de mim e isso podia não acabar bem.
— E você promete me deixar fazer o que eu quiser em paz? - mas nem tudo estava perdido, talvez essa noite, mas não para sempre.
— Se... - ele puxou delicadamente meu rosto, beijando a ponta do meu nariz. — Se... você parar de se colocar em perigo. - repetiu sua condição.
Contra parte da necessidade do meu próprio corpo, eu aceitei. Eu não sabia que amar um idol era a coisa mais doce e mais difícil que eu já tinha feito. Que estar em sua Mercedes, deitada em seu corpo, recebendo seu carinho, como um sonho de absolutamente todos os seus fãs, também carregava a dor de saber que eu não o teria logo depois, que nossa despedida não seria mais um 'te vejo na próxima corrida' e sim um 'a partir daqui nós não existimos mais'.
— Quer ouvir algo engraçado? - questionou, percebendo a mudança na minha expressão, as mãos carinhosas envolveram meu corpo para que eu não sentisse frio com a baixa de temperatura brusca da madrugada.
— Quero... - eu disse baixinho, de olhos fechados, contando os gominhos do seu abdômen definido com a ponta dos meus dedos, pedindo que a noite nunca acabasse e o dia não nos separasse de vez.
— Alyss foi atrás de mim há algumas semanas... ela bateu na porta até cansar...
— Do seu apartamento? - eu abri os olhos com a história improvável.
— Do meu quarto... - Jung Kook arregalou as jabuticabas assustado. — Ela tava lá de pijama dos Simpsons, parecia que tinha tido uma epifania... sei lá, a cara fechada, Taehyung-sshi atrás dela...
— E o que ela fez? - eu me mexi curiosa, percebendo que eu sentia falta da nossa amizade também, principalmente de quando ele me contava das fofocas.
— Me xingou... usou todo o vocabulário coreano, chinês, japonês e francês de xingamentos... - Jung Kook apertou minha bunda enquanto falava animado, como se fizesse algum sentido com a sua história, como se tivéssemos voltado a ser os dois adolescentes de sempre.
Nós dois rimos sincronizadamente e ele me puxou um pouco mais para cima porquê gostava de ver minha risada bem de perto, e olhar direto nos meus olhos, procurando o que eu não refletia.
— Aí depois ela me abraçou.
— Ah, Alyss? - isso era uma novidade.
— Pois é! Me abraçou mesmo, como se eu fosse importante para ela... querendo ou não eu me senti um pouco melhor... - a volta ao assunto que evitávamos veio como um copo de vidro escorregando e se partindo na cozinha, onde cada estilhaço se espalha pelo seu corpo como se espalharia pelo chão, te lembrando o quanto de dor você carrega. — A gente não devia ficar muito tempo aqui... vou levar você para casa.
De repente ele se levantou, jogando meu corpo para frente também junto do seu, deixando-me sentada meio de lado em seu colo, os olhos cansados começaram a procurar a alavanca dos bancos para voltá-los às suas posições.
— Jung Kook... - o chamei, querendo sua atenção.
Eu te amo.
Volta para mim.
Fica comigo.
— Huh? - mas ele parecia disperso de repente, preocupado com outra coisa e não com nós dois.
— Você diz que é um fardo seu... mas eu também tenho carregado, todos os dias. - ele parou o que fazia, voltando a me olhar de frente. — E acho que a gente merece pelo menos...
— Um fim digno. - mais do que ninguém, ele me entendia.
Eu descobri, olhando para os meus olhos favoritos, em busca de todas as estrelas que eu me acostumei, que eu não ia mais brigar, que eu não ia mais me perder de mim mesma. Eu sabia quem eu era, o que tinha passado, de onde eu tinha vindo, ele também sabia disso. Se tínhamos que ter um fim, ele tinha que ser da melhor maneira que nosso amor um dia mereceu.
Eu voltei ao meu assento e delineei mais uma vez a Mercedes como um símbolo de que ''nosso nós'' tinha ficado para trás, pelo menos como tínhamos sido no passado. O maknae me deu seu moletom para que eu não sentisse tanto frio e me levou direto ao meu apartamento estacionando logo atrás da minha moto.
— Incrível é... você ficar bem até de cropped. - nós pegamos o elevador comum do prédio, ele com aquela mini blusa, sua máscara, seu gorro e calça jeans e eu em seu moletom gigante, como um vestido.
— Fuck! - ele foi direto à mesa da sala com meus Louboutins rastreados em cima e as gravações de suas câmeras, os pontos marcados por Seul dos lugares que estivemos, meu antigo celular aberto e revirado. — Isso é loucura... é too much. If we had the chance and the time to spend... - começou a cantarolar seu último hit, gravado quando ainda estávamos juntos na América.
Eu sorri da ironia da vida, Too Much dizia muito mais sobre nós dois do que devia. Retirei seu moletom, o deixando próximo de suas botas na entrada do apartamento e caminhei até ele. As costas largas na pequena blusa apertada relaxaram ao toque da minha boca.
— Would you do it again? Would you do it again? Was it too much?
Ele virou de frente, ainda cantarolando, beijou meu pescoço bem devagar, depois fez questão de abaixar parte da minha roupa para acariciar meu ombro tatuado também com a boca.
— If we had the chance and the time to spend...
— Would you do it again? Would you do it again?
Eu devolvi as carícias na intenção de ser sua mais uma vez, e era o que ele queria, me deixou beijar suas tatuagens até a altura de seu pulso, até a parte de cima da sua mão onde as letras com as iniciais de seus amigos formavam um A.R.M.Y. completo.
— Was it too much?
A mão esquerda dele me ergueu no ar enquanto eu também cantarolava sua música. Sim, cantar. Minha chave tinha virado com aquele garoto da voz doce, que fazia meu coração errar todas as batidas, não tinha mais nenhum trauma que não tivesse sido superado pela dor de perdê-lo, aquilo tinha me transformado e me encontrado em mim mesma.
Ele me carregou nos braços, ainda gemendo baixinho sua melodia, com o rosto todo em meu pescoço, a caminho do meu quarto, eu beijava sua tatuagem dos sete, logo atrás de sua orelha, o maior símbolo do homem que ele era, o tal golden maknae. Me sentou gentilmente na beirada da cama e passou o dedo indicador pelo meu rosto, até o pressionar contra os meus lábios.
— When I'm back around, would you do it again? - ele disse perfeitamente em inglês, beijando meu colo, se ajoelhando em minha frente. — Me deixa... me deixa ver uma última vez minha flor de lótus favorita.
Ele retirou minha minissaia, beijou minha coxa em busca da minha tatuagem por baixo da calcinha, só quando ele a achou, ficou em silêncio, e eu me deitei na cama e fechei os olhos sentindo a língua quente dele subir pela minha perna direita, na falta do piercing que ele removia para não ser reconhecido. Eu sentia a falta do toque gelado do metal em mim, tudo era quente em Jung Kook, suas mãos, seu hálito, sua pele, seu lábios, sua língua abrindo caminho entre as minhas pernas. Eu não desejaria um fim mais digno do que nós dois na cama uma última vez, e se eu tivesse a chance e todo o tempo do mundo, eu certamente faria tudo de novo.
ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ
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Legacy • Jung Kook ▪︎ Apocalipse (02)
Fanfiction┄ ♡ - conteúdo adulto; 𓏲 ♥︎︊︊︊ 𖦹 : Uma reviravolta leva Jung Kook à beira da loucura, mas Yun-Hee vai fazer de tudo para salvá-lo enquanto tenta acalmar a própria mente sem o namorado.