Um, todos

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É óbvio que eu ia sair essa noite, contrariando tudo que o bom senso e as ordens de segurança mandavam, mas dessa vez não seria qualquer destino que eu tomaria, mais calma, menos perdida, eu sabia que precisava agir e sabia exatamente por onde começar. O problema mesmo era descobrir onde o maknae tinha escondido o rastreador, por precaução eu desabilitei todas as minhas câmeras de segurança do apartamento, não usei nenhum dos telefones e saí de casa sem a moto, com um pequeno carro emprestado do porteiro do meu prédio, tomando o máximo de cuidado para não ser seguida.

Estacionei duas ruas longe da empresa e aguardei pelo momento exato da troca de turno na madrugada, as senhas de todos os acessos eu ainda sabia, o problema era a senha mestre que o Sr. Lee tinha digitado no computador principal, ela é que me mostraria os registros de Jung Kook nos últimos meses, o que realmente vinha acontecendo e o que ele andava fazendo.

Aguardar a troca de turno e entrar no estacionamento era sempre o mais fácil, mas existiam seguranças demais fazendo a ronda essa noite, e dessa vez o Sr. Lee estava com Yoongi em Jakarta, então nem ele ia conseguir me colocar para dentro e me esconder do novo efetivo da HYBE.

— Você devia estar aqui?

Ah, não.

Essa é a benção e a maldição de ser um nascido em 97, quando queriam todos eles se vestiam e ficavam paralelamente idênticos, não fosse a altura e o fato dele estar bem mais largo a cada dia que passava, eu podia jurar que era o maknae do Bangtan. Mingyu enfiou a cara inteira no vidro do carro bloqueando minha visão de espera, eu abaixei a janelinha com cuidado e ele encostou o nariz no meu.

— Ele disse que não era pra deixar você fazer nenhuma...

— Entra aqui. - destravei a porta e passei para o banco do passageiro, ele era grande demais para ficar assim no meio da rua, chamando atenção. — Onde ele tá? - puxar ele pela gola do seu casaco exigiu toda minha força, mas ele entrou se apertando no banco.

— Nossa senhora... ele... espera... você não sabe onde ele tá? - o semblante confuso deixou claro que ele também não tinha recebido à notícia e eu não tinha tempo de explicar. Eu tinha sete minutos para entrar e sair da HYBE.

— Não. Coloca isso e levanta seu capuz. - eu dei uma máscara preta para ele e o fiz cobrir as orelhas — Você só faz o que eu mandar Mingyu e fique quieto.

— Eu devia levar você para tomar um sorvete. - ele reclamou enquanto saíamos do carro, cruzando a avenida em direção ao prédio. — Por quê eu preciso entrar na minha própria empresa como um bandido? É isso que vocês fazem no namoro de vocês? Aquelas histórias das lutas... corridas...

— Shh.. vem, vem..

Pelo menos ele ficou quieto quando entramos no estacionamento, as câmeras demoravam exatamente sete minutos para serem reiniciadas e foi minha deixa para ir até a salinha sem ser vista e sem deixar rastros.

— Seguinte, não deixa ninguém passar por essa porta, até eu sair. Se alguém aparecer você inventa alguma coisa, mas ninguém pode entrar.

— Cara, isso parece tão Hollywood, não me admira ele ser louco por você... e mais...

Eu entrei e fechei a porta, falar de Jung Kook e relembrar nossas saídas, nosso namoro divertido e proibido ia tirar toda a minha concentração, eu já fazia esforço demais não lembrando da nossa transa dois dias atrás no banheiro da Sty. 

Da salinha eu via Mingyu na porta pelo lado de fora simulando uma arma imaginária como se fosse um agente secreto, mas precisei de um segundo para voltar ao meu objetivo e abrir o sistema de segurança da empresa. Era impossível eu conseguir adivinhar a senha mestra que o Sr. Lee tinha digitado, mas a contrasenha que meu pai usava, não.

Voilá, como sempre um narcisista. - eu disse em voz alta, enquanto os arquivos eram transferidos para um pen-drive que eu tinha trago comigo. 

Todo o histórico de Jung Kook e suas câmeras foi parar em um micro pendrive, por mais de um ano do nosso namoro. Se ele podia me rastrear, eu podia investigá-lo e isso deixava nosso jogo igual para igual. Na saída, eu arrastei Mingyu pelo capuz do casaco enquanto ele fingia lutar com sabres de luz contra alienígenas imaginários no estacionamento de sua empresa. A noite tinha corrido sem imprevistos e eu me sentia bem sucedida, eu só tinha um problema: e ele era idol do Seventeen e estava cheio de perguntas para mim quando voltamos ao carro.

— Eu não sabia que vocês faziam essas coisas, senão eu tinha vindo antes... o que você pegou lá dentro?

— Mingyu... - eu respirei profundamente e tirei minha máscara para falar. — Eu e o Jung Kook terminamos. - ele quis abrir a boca mas refletiu um minuto no meu semblante sério, não era uma brincadeira que eu faria à essa altura, e ele sabia. — Eu vim aqui atrás das câmeras do apartamento dele.

O rosto ingênuo e divertido se abateu e ele retirou o capuz, balançando os cabelos pretos. - lembrando demais meu maknae para o sofrimento do meu coração despedaçado - se encostou no pequeno carrinho popular e o veículo balançou mas resistiu ao peso.

— Ele foi para Busan hoje e me ligou dizendo que você precisava de ajuda, como eu tava lá em cima, eu vim... 

— Ele disse mais alguma coisa?

Mingyu retirou o telefone do bolso da calça e me mostrou uma única mensagem de Jung Kook com as instruções da minha localização, mas ele não revelava onde estava o rastreador e nem como ele tinha me encontrado.

Esperto demais para saber que eu podia convencer o amigo a me contar.

— Não... olha, Yun-Hee eu sei o que você vai me pedir, mas isso...

— Vocês prometeu me proteger.

— Mas eu tenho um acordo de ser verdadeiro com ele...

— Você precisa quebrar o pacto, eu preciso que você quebre o pacto. Você não pode contar para ele o que eu vim fazer aqui e para nenhum dos outros. - eu tinha uma chance de convencer de Mingyu a me dar pelo menos uma vantagem sobre Jung Kook mesmo que isso custasse quebrar uma das regras da sua irmandade.

Os olhos do mais novo demonstravam que ele jamais faria algo do tipo, então eu tirei meu gorro como uma última chance de convencê-lo, e ele viu meus cabelos curtos, arregalando os olhos completamente assustado. O corpo musculoso e alto deu um passo na minha direção e assim como o maknae, ele tocou a base do meu maior símbolo, mas que eu já tinha deixado para trás, as pontas espetadas encostaram em seus dedos e ele se deu conta de que não era um simples término.

— Tudo bem, desde que... desde que você me diga que sabe o que está fazendo...

Eu tinha pelo menos uma ideia agora.

— Porquê pra mim, e pra 97 line vocês continuam juntos e a gente vai continuar te protegendo.

ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ ꕀ

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⏰ Última atualização: 19 hours ago ⏰

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Legacy • Jung Kook ▪︎ Apocalipse (02)Onde histórias criam vida. Descubra agora