Grávidos

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Por Jeon Jung-Kook

⌔ ⌔ ⌔ - ❄️ - capítulo especial de natal:

Tinha sido um bom fim de ano, eu e Yun-Hee tínhamos ido à Hong Kong para a virada e assistido ao show de Hoseok em Nova York pela televisão. Ela disse que um dia com certeza iria me ver quando eu me apresentasse em Nova York também, e eu me sentia um pouco mais preparado para dar início ao trabalho de Golden quando ela falava assim.

Hoje seria nosso reencontro desde que o primeiro tinha entrado no exército, SeokJin completava um mês de seu alistamento, e eu não via a hora de vê-lo, por conta da sua boa conduta e seu bom progresso, ele tinha recebido míseras vinte e quatro horas de dispensa. Tinha sido tão difícil para mim vê-lo partir, eu achei que não ia conseguir, que minha mente inquieta fosse colapsar a qualquer momento, tive insônia muitas noites, sonhei com ele dias e dias, liguei para ele assim que ele pegou o celular pela primeira vez: "Ah, Jung Kook - aaah, cuide da Yune, certo? Você vai ficar bem se estiver com ela.''

De natal, ele tinha me mandado uma foto gigante sua em um pôster que eu coloquei na dispensa, e escondido eu ia lá vê-lo quase todas as noite quando não conseguia dormir, mas o tempo e o fato dele estar bem e evoluindo iam trazendo a normalidade de volta para todos nós, já me preparava psicologicamente para deixar Hoseok partir.

Eu e Yun-Hee tínhamos ido ao antigo apartamento compartilhado do Bangtan antes dos outros, na noite do reencontro, porquê eu tinha perdido uma das minhas joias do meu piercing e queria muito usá-la no próximo mv, mas enquanto procurávamos pelos quartos alguém que não esperávamos apareceu. 

— Eu... eu...

Oh, merda.

Lee-Sung entrou no quarto, os olhos castanhos avermelhados de tanto chorar, a pele pálida corada e esticada de ser esfregada pelas mãos recolhendo as lágrimas de suas bochechas, a franjinha bagunçada e os pés descalços e antes que eu pudesse ter alguma reação, ela se jogou em meus braços.

Eu quis chamar Yun-Hee que estava em outro cômodo, mas ela enfiou o rosto inteiro no meu peito e achei que devolver o abraço e acalmá-la primeiro seria o mais adequado. De todos, ela sempre tinha sido a mais calma, mais paciente, também pudera convivendo com SeokJin. Tinha carregado sozinha o fardo de ser a primeira esposa de um membro do Bangtan oficialmente, tinha feito isso com uma tranquilidade invejável até para mim, de lidar com a empresa, as famílias, o julgamento, os fãs, e como se essa não fosse uma provação suficiente, ela era a primeira esposa de um Bangtan, agora militar e ausente.

— Eu acho que não tô bem... - foi o que conseguir entender de suas palavras molhadas e abafadas em meu tórax.

— O que houve, noona? - perguntei com respeito, sabendo que não era comum o que fazíamos, então precisava de um motivo bem forte para tanta proximidade.

Ela tirou do bolso de trás de sua calça um longo aparato de plástico, a ponta azul de um lado, branca de outro e um visor digital que mais lembrava um termômetro e apenas me entregou, dois tracinhos apontavam na mesma direção vertical e quando eles sumiam, apareciam em coreano: pa-ra-bé-ns.

Eu segurei o utensílio e ela se soltou do abraço, sentou como uma garotinha na beira da cama de Jimin, deixando algumas pelúcias irem ao chão, juntou as mãos ao redor da barriga e encarou o nada. Eu sacudi a haste do aparato azul e branco e ele voltou a mostrar os dois tracinhos, depois sacudi mais uma vez e as palavras em coreano voltavam de novo, parecia um brinquedo infantil, desses que as crianças interagem e mudam de cor, de tamanho, de largura.

Legacy • Jung Kook ▪︎ Apocalipse (02)Onde histórias criam vida. Descubra agora