1°Capitulo

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Maxiele

Sempre fui uma garota simples, nunca gostei de pessoas que só pensam em títulos e rótulos.

Tenho um sonho de fazer faculdade em Londres e irei realizar hoje.

Tenho uma melhor amiga que se chama Sarah, moramos juntas, ela só vai se mudar comigo porque não tem família, somos apenas nós no mundo.

Não conheci o meu pai e nem minha mãe... bom ela fugiu quando eu tinha 7 anos, aí passei a morar com minha avó, ela morreu quando fiz 16 anos e me deixou sua herança, e uma semana depois eu conheci Sah...

Acordo com um som irritante, abro os olhos e vejo Sarah andando de um lado para o outro.

-Desliga essa merda. -Falo ainda sonolenta, ela me encara com a boca aberta.

-Merda? Respeito é bom e todo mundo gosta. -Fala apontando o dedo, cada uma tem a sua opinião e a opinião dela de música é rebelde enquanto a minha é qualquer uma que seja internacional.

-Que horas são? -Pergunto me sentando na cama, amarro meu cabelo em um nó e ela corre pelo quarto atrás de um celular, fico esperando tentando não dormir.

-Meio dia. -Diz e me olha, eu a encaro. Acho que tenho que fazer alguma coisa hoje.... Espera...

-Putz, tenho que sair. -Digo me levantando e indo para o banheiro, faço tudo rápido e em tempo recorde, pego a escova, passo pasta e enfio na boca.

Enquanto isso lavo meu rosto e começo a escovar os dentes enquanto faço minhas necessidades.

-Para onde? -Pergunta ainda no quarto. Eu a olho e ela continua cantando.

-Comprar as... passagens e achar alguém para comprar a casa. -Digo com a boca com pasta de dentes.

Possivelmente ela não entendeu nada, para de andar e me olha com as mãos na cintura e uma sobrancelha erguida.

-Ainda está com essa ideia? -Me pergunta e eu dou de ombros, ideia? Se mudar para Londres não é uma ideia e sim uma missão que era impossível.

-Sim. -Limpo a boca. -Se não quiser ir pode ficar.Não me importo. -Ela não gosta muito de frio.

-Eu vou sim. Não vai se livrar de mim. -Claro que não, fazer faculdade no mesmo campus que eu, morarmos juntas e dormir tarde, a vida que sempre sonhamos.

-Ok. -Tomo banho, me troco colocando um shorts preto, camiseta listrada e amarro meu cabelo alto, pego as chaves de casa e do meu Chevette, ele é bem velho, mas ainda anda.

Entro na cozinha e preparo algo rápido para comer, saio e dirijo comendo até a casa da mulher que se interessou na minha casa. Assim que paro em frente aos portões me impressiono, é uma mega mansão.

Aperto o interfone e um homem pergunta quem é, eu falo meu nome e os portões enormes se abrem, dirijo devagar pelo caminho de terra olhando os enormes jardins.

Estaciono em frente e toco a campainha, espero longos minutos e um cara de paletó abre a porta, ele é baixinho e gordinho.

-O que desejas? -Me pergunta com a postura ereta e eu até esqueço o que eu vim fazer.

-Eu... -Quando vou falar sou interrompida por um deus grego.

-É a garota que minha mãe está esperando? -Me pergunta e eu acho que estou babando.

-Oi, é... sim, eu acho. Sua mãe é a Suzana? Se for, então sou eu... -Gaguejo e solto um sorriso.

-Sim. E como se chama? -Me olha de baixo a cima, coro violentamente e ele não para de olhar, fico olhando em seus intensos olhos e esqueço a pergunta, é o meu nome... eu acho.

-Maxiele... quer dizer Maxy. -Dou um sorriso me corrigindo, ele não iria saber falar meu nome. Porque eu tive que ter justo esse nome?

-Não precisa ter vergonha do seu nome, ele é lindo. -Sorri e eu o encaro, sério mesmo ou ele está brincando, seu sorriso é lindo e tem covinhas, adoro covinhas.

-Obrigada -Droga, estou corada -E você quem é? -Ele sorri mais, porque? Será que é falta de respeito eu querer saber o seu nome?

-Gustavo, único filho da Suzana, entra. -Deu passagem e eu entrei, vai herdar tudo isso, mas acho que a mãe dele nem é tão velha assim, quando me ligou sua voz era juvenil. -Mãe tem uma moça aqui. -Ele chama olhando para a grande sala e estende a mão mostrando um sofá de couro.

-Já vou... -Ouço a voz dela do andar de cima.

-Fique a vontade, quer algo para beber? -Pergunta e eu paro de reparar na sala.

-Não obrigada. -Digo e me sento, até que é confortável, ele fica ali de pé me olhando enquanto olho em volta, realmente é uma casa enorme para se viver apenas duas pessoas, fora o careca baixinho que atendeu a porta e está com uma bandeja com um copo com alguma coisa borbulhando dentro.

-Refrigerante? -Pergunta abaixando a bandeja, eu lhe dou um sorriso e pego a taça, não irei fazer desfeita.

Coloca alguns pratos com algumas coisas para degustar enquanto espero.

Ouço saltos baterem no chão e então olho para a escadaria, uma linda mulher desce, tem cabelos e rosto perfeito, acho que por volta de 30 à 40 anos. Ela sorri quando me vê e antes de vir em minha direção conversa alguma coisa com a mulher que está com um uniforme de empregada.

Caminha elegantemente até o mordomo, acho eu e pega a taça com vinho. Beija o rosto de seu filho que sorri e então vem em minha direção, me levanto e tenho que inclinar um pouco a cabeça para olhar em seus olhos que são de um verde lindo.

Será que ela mora aqui sozinha? Pois uma mulher linda como ela não deve estar sozinha, paro de pensar nisso quando a porta se abre.

-Amor, eu estou indo viajar. -Olho para tras e vejo um cara moreno, seu rosto é semelhante ao de Gustavo. -Ola, desculpe por chegar assim.

-Sem problemas. -Digo e ele sorri se desculpando, aperto sua mão que foi estendida e ele beija sua mulher e seu filho subindo as escadas em seguida, se passa os minutos e ele desce saindo pela porta.

-Vamos conversar? -Olho para Suzana e dou um sorriso voltando a me sentar, então vamos conversar.

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