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Lysander sentiu seu coração bater descompassado, uma dor aguda atravessando seu peito. Ele se aproximou da barreira, pressionando a palma da mão contra a superfície invisível, seu olhar fixo em Seraphion. "Você não entende, Seraphion! O que temos é real! Não pode destruir isso!" Ele gritou, sua voz cheia de desespero, mas também de uma chama de determinação que se recusava a apagar.

Seraphion se aproximou lentamente, como uma sombra predadora, os olhos vermelhos brilhando com uma malícia pura. "Real? Ah, como você é ingênuo." Ele disse, quase sussurrando, antes de estender a mão e, com um gesto cruel, fazer a barreira se contrair ainda mais, apertando o espaço entre eles. "O que vocês chamam de amor... é uma ilusão. Eu vejo através de vocês, Lysander. Vejo o medo que você esconde. Você tem medo de perder algo que nunca teve o controle, medo de não ser o suficiente."

Lysander balançou a cabeça, sentindo o calor das lágrimas ameaçando cair. "Você está errado... Eu sou o suficiente para ele! Ele me escolheu. E nada, nem você, vai mudar isso."

Seraphion sorriu com cinismo, e o eco de sua risada gelada preencheu o espaço. "Ah, mas eu já mudei. E o pior... você nem percebeu." Ele fez um movimento suave com os dedos e, de repente, a imagem de Alion apareceu, desfigurada pela dor, seus olhos vazios, como se estivesse à mercê de uma força invisível.

"Não!" Lysander gritou, a barreira ao seu redor desaparecendo por um momento, revelando a figura torturada de Alion. "Deixe-o em paz, Seraphion!" Ele caiu de joelhos, estendendo as mãos em direção à imagem de seu marido.

Seraphion se abaixou, os olhos fixos nos de Lysander, e falou com uma suavidade diabólica. "Você acha que é suficiente para salvar alguém que está mais perdido que você, Lysander? Olhe para ele, olhe para o que você não consegue proteger." Ele virou a palma da mão, fazendo a imagem de Alion desaparecer em uma nuvem escura, como se nunca tivesse existido.

Lysander levantou a cabeça, uma fúria silenciosa queimando em seus olhos. "Você vai pagar por isso. O amor que temos é mais forte que sua crueldade. Pode tentar quebrá-lo, mas só vai fortalecer ainda mais."

Seraphion o observou, uma sombra de respeito atravessando seu olhar, mas logo foi substituída por um sorriso malicioso. "Vamos ver, então. Porque a verdadeira prova do amor... é sobreviver ao que eu posso fazer com ele."

A tensão no ar era palpável, como se o destino de todos estivesse prestes a ser decidido em uma única batalha, onde o amor e o ódio se entrelaçavam, prontos para explodir.

Seraphion moveu-se com a sutileza de uma sombra, aproximando-se silenciosamente de Alion, que ainda estava perdido na dor e no caos que o cercava. Alion, com os olhos ainda fixos na barreira, não percebeu a aproximação do inimigo até ser tarde demais.

Em um movimento rápido e impiedoso, Seraphion agarrou Alion por trás, suas mãos envoltas com uma força esmagadora, puxando-o para si como se fosse uma marionete. Alion mal teve tempo de reagir, o susto e a dor vindo de um ataque tão inesperado causando uma sensação de impotência. Ele tentou se mover, mas os braços de Seraphion estavam como correntes de ferro, sem ceder.

"Você não sabe o que está fazendo, Seraphion!" Alion tentou gritar, mas sua voz foi abafada pela pressão imensa que o tomava. Sua respiração ficou curta, mas havia uma determinação crescente em seus olhos, apesar da dor.

Seraphion riu, uma risada baixa e cruel, seu rosto tão próximo do de Alion que podia sentir o hálito frio do inimigo. "Ah, eu sei muito bem o que estou fazendo," ele murmurou. "Você pensa que tem controle sobre o que está acontecendo aqui? Você está preso, Alion. Não há escapatória."

Mas, mesmo sob a força de Seraphion, algo em Alion queimava dentro dele-não era apenas medo, mas também raiva. Ele não iria ceder, não iria ser quebrado tão facilmente. "Eu... não vou... deixar você ganhar," ele disse, a voz embargada, mas firme.

A Saga dos Dragões Perdidos - VOL 2Onde histórias criam vida. Descubra agora