A Saga dos Dragões Perdidos - VOL 2

"Sombra da Submissão: O Último Grito de Alion"

Azrael se inclinou levemente para frente, seus olhos fixos nas sombras que o cercavam, como se já estivesse presenciando o desfecho de seu plano. O ar estava pesado, denso com a tensão do que estava prestes a acontecer.

"Agora, vamos garantir que tudo corra como planejado. Lysander será a chave para liberar todo o potencial de Alion. Ele, que um dia foi um obstáculo, se tornará a ponte que selará o destino do nosso querido filho... e de todo o que ainda resta deste mundo frágil," murmurou Azrael, com um sorriso cruel no rosto.

Enquanto o rei se preparava para consolidar seu poder, a escuridão parecia se expandir, enredando tudo ao seu redor. As sombras, agora mais densas, pareciam se mover com vida própria, agindo como sentinelas para proteger o plano do mestre. Cada passo que Azrael dava era como uma batida de tambor, uma promessa de algo maior e mais aterrador que estava por vir.

Dentro do castelo, Alion continuava imerso no que parecia ser um transe profundo, um estado de completa entrega à vontade de Azrael. Suas ações estavam sendo guiadas por algo além de seu controle, como se sua própria essência estivesse sendo manipulada e moldada pelas mãos invisíveis de seu pai. Cada pensamento, cada emoção, estava sendo apagado, substituído por uma lealdade cega, uma obediência absoluta.

Enquanto isso, Lysander vagava pelos corredores, ainda perdido na confusão e dor do que acontecera. Ele sentia que a perda era inevitável, mas não conseguia aceitar que havia chegado ao fim. A ideia de perder Alion, o homem que amava, para a escuridão era insuportável. Ele sabia que a batalha estava perdida, mas seu coração ainda se recusava a abandonar a esperança de encontrar uma maneira de resgatar o que restava de seu amado.

A verdade, no entanto, estava diante dele. Alion já não era mais quem ele conhecia. O que restava não era um homem, mas uma sombra do que um dia fora. E enquanto Lysander se aproximava da porta do quarto de Alion, sentia uma presença inquietante ao seu redor, como se algo estivesse o vigiando, esperando o momento certo para consumi-lo também.

Dentro da sala, Azrael observava tudo de longe, seus olhos brilhando com uma satisfação predatória. Ele sabia que a transformação estava quase completa, que logo nada mais poderia resistir à sua vontade.

"Em breve," Azrael pensou, "em breve, o mundo será meu... e Alion será a minha arma final."

Ele ergueu a taça mais uma vez, a escuridão ao seu redor respondendo à sua vontade, e um sorriso sinistro se formou em seu rosto.

O destino de todos estava prestes a ser selado, e não havia mais volta.

O destino de Lysander parecia inevitável, como uma presa prestes a ser capturada. A escuridão que envolvia o castelo se aprofundava, e a cada passo que ele dava em direção ao quarto de Alion, mais ele se aproximava do fim de tudo o que conhecia e amava.

Lysander entrou no quarto de Alion, o ambiente gelado e sombrio o recebendo como um presságio do que viria a seguir. Seu olhar foi imediatamente atraído para a figura de Alion, ainda deitado na cama, mas com um ar estranho de distanciamento, como se não fosse mais o homem com quem compartilhara uma vida.

A sombra de Azrael parecia se estender até ele, e Lysander, em sua angústia e desespero, ainda acreditava que poderia alcançar Alion, resgatá-lo daquela escuridão. Mas ele sabia, no fundo, que algo havia mudado para sempre. Alion não estava mais ali, pelo menos não da maneira que ele lembrava.

"Alion..." Lysander sussurrou, a voz trêmula, o coração apertado. "Você está me ouvindo? Por favor, acorde... volte para mim."

Mas Alion não respondeu. Seus olhos estavam vazios, como se estivesse em um estado de transe, completamente imerso nas ordens de seu pai, Azrael. A presença do rei se fazia sentir em cada canto, como uma sombra que dominava o ambiente.