A Saga dos Dragões Perdidos - VOL 2

"Reflexos de um Novo Começo"

Lysander avançou com a suavidade de uma serpente, seus passos silenciosos sobre o chão rachado. Ele não parecia mais uma sombra, mas uma presença tangível, cada movimento seu impregnado de uma força hipnótica, como se o próprio ar ao redor fizesse suas vontades. Seus olhos vermelhos brilharam intensamente, refletindo a escuridão que ele dominava.

Ele se aproximou da cópia de Alion, que ainda estava de pé ao lado de seu criador, a expressão marcada por um conflito interno. Lysander olhou para ele com uma mistura de desejo e manipulação, e a voz suave como o sussurro de um vento frio ecoou na mente da cópia, convidativa e ameaçadora ao mesmo tempo. "Você foi feito para ser meu…", ele disse com um sorriso frio, "Por que lutar contra isso? Venha, governe comigo. O poder, a destruição, a liberdade — tudo será seu. Eu posso te dar tudo o que você deseja."

A cópia de Alion, ainda segurando a mão de seu criador, parecia hesitar, seu olhar oscilando entre Lysander e Alion, mas havia algo em suas palavras que mexia com suas emoções. Lysander, então, com um movimento ágil, levantou o queixo da cópia, seu toque quente e envolvente, como uma corrente elétrica que percorre a pele. Ele se inclinou, e seus lábios tocaram os de Alion 2.0 com uma intensidade que desafiava toda a lógica da situação — uma promessa de poder, um convite ao lado escuro.

"Junte-se a mim," ele sussurrou, sua voz carregada de promessas sombrias. "Eu sou o que você precisa para ser completo. Você não é só uma sombra de Alion… Você pode ser alguém com meu poder. Não precisa ser o que eles esperam de você. Se você me seguir, não há limites para o que podemos conquistar."

Mas, enquanto as palavras de Lysander flutuavam no ar, o eco da energia dourada, que Alion tinha lançado anteriormente, parecia ressoar no coração da cópia. Ela tremia, não apenas de raiva ou de medo, mas de uma sensação de despertar — uma força interna que não poderia ser apagada, não importava o quanto Lysander tentasse controlá-la.

A cópia fechou os olhos por um momento, como se estivesse buscando algo dentro de si, uma resposta a essa tentação. O som da batalha ainda vibrava ao fundo, a tensão no ar era palpável, como se a realidade em torno deles estivesse prestes a ceder. Ele sentiu a mão de Alion apertar a sua com mais força, trazendo-o de volta à sua verdade.

"Eu…" murmurou a cópia, sua voz rouca, mas firme. "Eu não sou o que você fez de mim. Eu não sou seu para manipular."

Lysander, apesar de sua fúria crescente, percebeu pela primeira vez que a cópia de Alion não era a simples marionete que ele imaginara. Uma fagulha de dúvida, de humanidade, havia surgido nela — algo que ele não poderia controlar, algo que não se submetia ao seu desejo de domínio.

A batalha não estava mais entre Alion e Lysander, mas entre o poder corrompido da escuridão e a chama da verdade e liberdade. O destino da cópia estava em suas mãos, e o peso de sua escolha não poderia ser ignorado.

Lysander, vendo a resistência crescer dentro da cópia de Alion, sentiu uma onda de raiva e frustração percorrer suas veias. Ele não podia permitir que algo, ou alguém, desafiando sua autoridade continuasse a existir. Ele era o mestre das sombras, o senhor do destino. Ninguém, nem mesmo o reflexo distorcido de sua própria criação, poderia escapar de sua vontade.

Ele avançou com passos pesados, a energia ao seu redor agora densa e maleável, como um oceano de trevas prontas para engolir tudo em seu caminho. O ar parecia enrijecer, tornando-se mais espesso, carregado com uma pressão tão intensa que quase era impossível respirar. As sombras ao redor deles se esticaram como dedos de uma mão invisível, tocando, envolvendo e apertando tudo o que havia em seu alcance.

Com um movimento abrupto, Lysander estendeu as mãos, e o ar ao redor da cópia de Alion começou a se distorcer. As sombras começaram a envolvê-la, como se tivessem vida própria, arrastando a cópia para o chão com uma força esmagadora. A luz da sala desapareceu, e um manto de escuridão tomou conta de tudo, um reflexo do poder de Lysander sendo invocado sem misericórdia.