Na emocionante continuação de "A Saga dos Dragões Perdidos: Parte 2", os heróis enfrentam desafios ainda maiores em sua busca para desvendar os segredos do passado e salvar seu reino ameaçado. Enquanto viajam por terras distantes e enfrentam perigos...
Alion caminhava pelos corredores do castelo com uma serenidade sombria, seus passos ressoando em meio ao silêncio pesado que tomava conta do lugar. A transformação era evidente, não apenas em sua alma, mas em seu corpo, sua postura, e até nos pequenos gestos. Ele agora era completamente de Azrael, e tudo o que ele havia sido antes, tudo o que ele poderia ter sido com Lysander, estava sendo apagado, como se fosse uma lembrança distante e irrelevante.
Ele não sentia a dor que deveria sentir. O peso da traição, da perda, da mudança... tudo parecia distante. O castelo, que outrora fora seu lar, seu refúgio junto a Lysander, agora parecia uma prisão. Não mais um lugar de amor e pertencimento, mas um labirinto de sombras que se fechavam ao redor dele.
Quando chegou à porta do seu quarto, Alion hesitou por um momento, não por dúvida, mas como se estivesse saboreando o fim de tudo o que um dia fora. Com um movimento quase mecânico, ele abriu a porta e entrou. O quarto, antes um refúgio quente e acolhedor, agora parecia uma extensão da própria escuridão que tomava seu coração.
Alion caminhou até a janela, o olhar perdido nas trevas da noite. A lua, oculta por nuvens, parecia a metáfora perfeita para o vazio que se formara dentro dele. A figura de Lysander, sua alma gêmea, seu amado, parecia agora um sonho distante que se desvanecia.
As palavras de Azrael ecoavam em sua mente, preenchendo todos os espaços que uma vez foram ocupados pelo amor. "Agora você entende, Alion. Não há mais nada a temer." Ele se entregara completamente ao destino que Azrael lhe impusera, sem mais resistência, sem mais dúvida.
O beijo que lhe fora dado, o gesto de controle e possessão, não fora apenas uma marca de subjugação, mas também um símbolo de sua rendição final. Ele havia se tornado a sombra de Azrael, uma extensão de sua vontade, e Lysander, que agora estava perdido e distante, jamais poderia entender o que ele se tornara.
Alion se afastou da janela e, com um suspiro suave, dirigiu-se para a cama. A marca de sua mudança estava em cada passo, em cada movimento. Ele não era mais o Alion que amava Lysander. Ele não era mais o marido que jurara ser fiel, o companheiro que havia compartilhado tantas promessas. Ele era agora uma marionete nas mãos de Azrael.
Deitado na cama, Alion fechou os olhos. Ele não sentia mais raiva, nem tristeza. Não havia mais espaço para essas emoções. O que restava agora era apenas a aceitação silenciosa de seu novo eu.
E enquanto o castelo permanecia imerso na escuridão da noite, ele se entregava, com uma calma macabra, ao poder de Azrael. Não havia mais caminho de volta. Ele não pertencia mais a Lysander, e o amor entre eles, agora, era apenas uma lembrança que se desfazia lentamente em seu coração.
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A escuridão do quarto de Alion parecia se expandir à medida que ele se afundava na cama, seus olhos ainda fechados, mas sua mente em um estado profundo de aceitação. Ele não precisava mais pensar. A escolha já estava feita, e ele agora era uma extensão de Azrael. As memórias de Lysander, os momentos que compartilhou com ele, as promessas de amor eterno, tudo isso parecia estar se desvanecendo, como se uma neblina estivesse tomando conta de sua mente, apagando os últimos vestígios de humanidade que ainda restavam.
