O Elo das Sombras: Alion e a Profecia Esquecida

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O pai de Alion se aproximou da mesa antiga, um móvel robusto e marcado pelo tempo, que guardava mais segredos do que qualquer outra peça na casa. Suas mãos trêmulas deslizaram sobre a madeira envelhecida, até que encontrou o baú velho escondido sob uma pilha de velhos pergaminhos e lembranças esquecidas. O baú exalava um odor de couro e ferrugem, e as dobradiças rangiam com o toque, como se o próprio tempo resistisse à sua abertura.

Ao levantar a tampa, ele se deparou com um conteúdo que parecia de outro mundo. Dentro do baú, em meio a tecidos gastos e adornos enferrujados, repousava uma pequena esfera de cristal, cintilando com um brilho suave. A esfera emitia uma leve vibração ao ser tocada, como se contivesse energia viva. Era um artefato raro, transmitido através de gerações, e que apenas os membros da linhagem de Alion sabiam utilizar.

Com um olhar determinado, o pai de Alion segurou a esfera entre os dedos, sentindo uma antiga magia despertar nela. Ele sabia que esse artefato poderia guiar seu filho, mas também estava ciente do perigo que representava. Era um poder que exigia grande sacrifício e força de vontade, algo que Alion ainda teria que descobrir.

Suspirando profundamente, ele se virou, pronto para encontrar o filho e lhe entregar a esfera.

Ao lado da esfera, repousava um antigo álbum de fotos, suas capas de couro desgastadas pelo tempo e pelos toques de gerações passadas. O pai de Alion ficou imóvel por um instante, observando aquele item familiar, mas tão carregado de memórias que quase pesava em suas mãos. Com um toque hesitante, ele abriu o álbum, revelando as primeiras fotografias — imagens de tempos felizes, quando Alion era apenas uma criança e a escuridão ainda não o havia tocado.

As fotos capturavam momentos de pura inocência e alegria: Alion correndo pelos campos, brincando com os amigos, rindo nos braços da mãe. Cada página virada trazia lembranças vívidas de uma época em que o destino sombrio de Alion ainda não era visível, quando ele ainda não estava envolvido em lutas internas e forças misteriosas.

No fundo do álbum, porém, estavam as últimas fotos tiradas antes de tudo mudar. Havia um retrato em particular — Alion, já mais velho, ao lado do pai e da mãe, seus olhos brilhando com a energia de alguém que ainda não conhecia as trevas que o aguardavam. O pai de Alion se demorou na imagem, uma mistura de tristeza e determinação refletida em seu olhar. Ele sabia que a jornada de Alion seria difícil, mas também compreendia que talvez o caminho dele fosse inevitável, moldado pelo passado e pelas escolhas de cada geração.

Fechando o álbum, ele se preparou para enfrentar o que viria, com a esfera em uma mão e as memórias na outra.

Quando o pai de Alion virou outra página do álbum, seus olhos pousaram sobre uma fotografia que ele não reconhecia — uma imagem que definitivamente não estava ali antes. A foto mostrava Alion ao lado de uma figura sombria e imponente, com traços familiares e intensos. A figura era Thanos.

Na imagem, Thanos estava sério, uma expressão enigmática no rosto, enquanto Alion olhava para ele com um misto de curiosidade e apreensão. Era como se a fotografia capturasse não apenas um momento, mas também uma tensão invisível, uma conexão poderosa e indefinida entre eles.

O pai de Alion sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele sabia que Thanos era uma presença perigosa e que qualquer envolvimento com ele significava riscos para Alion. No entanto, o que mais o intrigava era como aquela foto aparecera ali, como se o álbum tivesse o poder de registrar não apenas o passado, mas também os momentos cruciais do destino de Alion.

O pai de Alion fechou o álbum com um suspiro pesado, compreendendo que essa nova revelação era um sinal, um presságio de que a ligação entre Alion e Thanos era muito mais profunda do que ele imaginava. Essa relação poderia ser a chave para a jornada de Alion — ou sua ruína.

A Saga dos Dragões Perdidos - VOL 2Onde histórias criam vida. Descubra agora