Capítulo 9: Notificações

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Pov: s/n

Uma semana inteira se passou sem nenhuma mensagem anônima, nenhum sinal de ameaça. Era um alívio, mas ainda havia aquela ponta de preocupação no fundo da minha mente. Naquela noite, eu cheguei do trabalho mais tarde do que o normal, exausta e só querendo descansar um pouco. Ao entrar, vi Billie sentada no chão da sala, meio desorientada, como se tivesse perdido a noção do tempo e do espaço. A cena me deixou em alerta. Me aproximei rápido, agachando ao lado dela.

— Bille, tá tudo bem? — perguntei, notando o olhar vago e o jeito arrastado com que ela respondia.

— Tô, tô sim. — Sua voz parecia distante, apática. Ela tentou sorrir, mas estava estranho, forçado. — Só um pouco cansada.

— Cansaço? Billie, você tá com uma cara...

— Deve ser só uma queda de pressão, nada demais. — Ela tentou minimizar, passando a mão pela testa como se quisesse acordar.

— Bebeu alguma coisa? — perguntei, tentando não soar acusativa, mas estava difícil esconder minha preocupação.

— Não. — Ela balançou a cabeça devagar. — Só... acho que foi o dia longo mesmo, faculdade e essas coisas.

Sem discutir, passei o braço por trás dela e a ajudei a se levantar devagar, guiando-a até o sofá. Sentei ao lado dela, observando atentamente enquanto tentava entender o que realmente estava acontecendo. Ela parecia diferente, como se estivesse em outro mundo.

— Quer que eu pegue um pouco de água? Ou algo pra comer? — perguntei, esperando que ela desse algum sinal de melhora.

— Não precisa, só preciso descansar um pouco. — Ela fechou os olhos, deixando a cabeça cair para trás no encosto do sofá.

A preocupação continuava ali, uma sombra insistente. Sabia que ela estava cansada com a faculdade, os treinamentos e tudo o mais, mas aquele olhar distante e aquela apatia não eram típicos dela.

Levantei do sofá decidida a buscar um copo d'água para ela, na esperança de que ajudasse um pouco. Enquanto estava na cozinha, não pude deixar de pensar no jeito estranho com que Billie havia falado, como se estivesse longe, quase fora de si. Peguei o copo, enchendo-o com água gelada, e voltei rapidamente para a sala. Mas, ao chegar, encontrei Billie profundamente adormecida.

— Hey, amor? — chamei baixo, me inclinando para ela.

Ela apenas resmungou, mexendo a cabeça levemente e murmurando alguma coisa incompreensível antes de se ajeitar ainda mais no sofá, completamente entregue ao sono. Senti uma pontada de dúvida e preocupação. Fazia um tempo que ela estava mais determinada e sorridente, e aquele comportamento tão apático estava me deixando confusa.

Coloquei o copo de água sobre a mesinha ao lado dela, ainda a observando por alguns segundos. Queria ter certeza de que ela estava realmente bem, mas ela parecia tão exausta, tão fora de si. Havia algo a mais ali, eu podia sentir.

Depois de tomar um banho quente e preparar algo rápido para o jantar, voltei à sala. Billie continuava imóvel no sofá, o rosto sereno, com uma expressão quase infantil que raramente aparecia. Sem querer incomodá-la, sentei ao lado dela, puxando delicadamente suas pernas para descansarem sobre minhas coxas.

Enquanto eu comia e deixava a televisão ligada mais por companhia do que por interesse, não conseguia tirar os olhos dela. Dormindo, ela parecia tão leve, quase como se estivesse em paz. Tão bonita de quando estava acordada. Fiquei ali, apreciando cada detalhe — a curva suave do rosto, os cílios longos que caíam sobre a pele. Ela era linda.

Por mais que algo naquele estado profundo de sono me parecesse estranho, tentei afastar qualquer pensamento ruim, convencendo-me de que talvez fosse só o cansaço acumulado. A faculdade, os estudos, a pressão do treinamento… claro, tudo isso podia deixá-la exausta assim. Eu sabia o quanto ela estava se esforçando para seguir em frente com seus sonhos e se preparar para a carreira.

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