Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/N

Capítulo 15: Bebê

Pov: s/n

A última semana foi diferente. Difícil, mas, pela primeira vez em muito tempo, eu conseguia enxergar alguma esperança. Billie estava fazendo o que eu sabia que seria o mais difícil para ela: aceitar ajuda. Não foi simples convencê-la a ir a um médico, mas, com paciência e insistência, ela finalmente cedeu.

O médico a orientou sobre um tratamento para lidar com as crises de abstinência e, desde então, ela parecia mais leve. Ainda havia dias complicados, claro, mas ela estava fazendo o possível para enfrentar seus demônios de frente. E eu estava ao lado dela em cada passo.

Hoje, especialmente, tinha sido um dia bom. Passamos a tarde na casa do Finneas, que parecia aliviado ao ver Billie melhorando. Ele ainda era cauteloso, mas seu apoio era inegável, e Billie estava começando a se abrir mais para ele. Saímos de lá com a sensação de que as coisas finalmente estavam se encaminhando.

Quando estacionamos na frente do apartamento, já era noite. As luzes do poste iluminavam fracamente a entrada. Subimos e Billie pegou as chaves e riu de algo bobo que Finneas havia dito mais cedo. Sua risada era como música para mim, um som que eu estava começando a ouvir com mais frequência.

- Não acredito que ele ainda acha que aquela história do gato faz sentido. - Ela comentou, enquanto subíamos os degraus até a porta.

- Honestamente, eu também não. - Respondi, sorrindo.

Mas meu sorriso desapareceu assim que parei na porta. No chão, um envelope. Branco, simples, mas que, por algum motivo, fez um calafrio percorrer minha espinha.

- O que é isso? - Billie perguntou, curiosa, notando meu olhar fixo.

- Não sei. - Peguei o envelope e, com um movimento rápido, abri.

Dentro, havia uma única foto. Assim que a puxei, meu coração congelou. Era uma foto nossa. Minha e de Billie, tirada de algum momento em que estávamos distraídas. Mas havia algo errado. Algo horrível.

A imagem havia sido editada de forma macabra. Nossos rostos estavam distorcidos, com cortes falsos e manchas que simulavam sangue. O pior, no entanto, era a frase escrita logo abaixo, em letras grandes e vermelhas, quase gritando:

"VOCÊS NUNCA VÃO SER FELIZES."

- O que é isso? - Billie perguntou novamente, mas agora sua voz tinha perdido a leveza.

Não consegui responder. Apenas fiquei parada, segurando a foto, com a mente tentando processar o que eu estava vendo.

- Me deixa ver. - Ela tirou a foto da minha mão antes que eu pudesse reagir. Quando seus olhos encontraram a imagem, vi a expressão dela mudar. Primeiro choque, depois algo mais sombrio, como raiva misturada com medo.

- Quem fez isso? - A voz dela estava baixa, tensa.

Olhei para a porta, depois ao redor da rua. Tudo parecia calmo, mas aquela foto era a prova de que não estávamos seguras.

- Eu não sei. - Respondi finalmente, ainda tentando controlar minha respiração. - Isso estava aqui quando chegamos.

Billie apertou a foto com força, como se quisesse destruí-la ali mesmo, mas ao invés disso, ela simplesmente jogou o envelope no chão.

- Isso... Isso é doentio. - Ela murmurou. - Quem faria algo assim?

Eu não sabia a resposta, mas a sensação de segurança que tínhamos construído nos últimos dias parecia desmoronar em questão de segundos. Olhei para Billie, tentando esconder meu próprio medo, mas sabia que ela podia perceber.