Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/N

Capítulo 20: Me preocupo com você

Pov: s/n

1 mês depois

Eu tento manter o foco. Só porque não posso trabalhar não significa que vou perder completamente meu físico nesses três meses. Não, obrigada. Enquanto Billie está fora no trabalho, puxo o tapete para o centro da sala, me alongo com cuidado e tento não forçar o braço quebrado. Faço agachamentos, abdominais, e flexões com o único braço funcional que ainda tenho.

Mas hoje eu decido ir além. Estou testando minha força, equilibrando-me de cabeça para baixo com um braço só, sentindo o sangue fluir para minha cabeça, um desafio para o equilíbrio.

É exatamente nesse momento que ouço a porta se abrir. Billie entra, e pela reação, parece que viu um crime sendo cometido.

— Meu Deus, o que você tá fazendo? Você tá maluca?!

— Só testando minha força. Não posso ficar parada o tempo todo, isso me dá agonia. — respondo, ainda equilibrada.

— Anda, amor. Para com isso, você me deixa aflita. — ela diz, com a voz carregada de preocupação.

Ignoro e continuo na posição.

— Anda, S/N!

— Tá, tá! — suspiro, desfazendo o equilíbrio e voltando ao chão, me sentindo um pouco zonza, mas mantendo a expressão tranquila.

Ela cruza os braços, me lançando aquele olhar de reprovação que mistura irritação e preocupação.

— Você é inacreditável. Você podia ter caído, quebrado outro osso, ou sei lá o quê.

— Billie, eu sei o que estou fazendo. — digo, me levantando e tentando minimizar a situação.

— Não, você não sabe. — ela rebate. — Você ainda está se recuperando, e isso não é hora de fazer manobras de circo.

— Eu preciso fazer alguma coisa, Billie. Ficar parada me deixa louca!

Ela suspira, esfregando o rosto com as mãos, como se tentasse conter o nervosismo.

— Só promete que vai pegar mais leve, tá? Eu não aguento mais te ver se machucando ou fazendo algo que vai atrasar sua recuperação.

— Tá bom, tá bom. Prometo. — digo, com um sorriso leve, tentando tranquilizá-la.

Ela ainda parece desconfiada, mas deixa o assunto morrer enquanto me observa como se eu fosse uma bomba-relógio prestes a explodir.

— Você vai acabar se machucando de novo. — ela resmungou. — Não faz nem dois minutos que eu cheguei, e já me deparo com isso.

— Relaxa, Billie. Eu sei o que estou fazendo. — disse, tentando tranquilizá-la enquanto me sentava no tapete.

— "Sei o que estou fazendo", sério? — ela rebateu, largando a bolsa sobre o sofá. — Seu braço ainda está no processo de recuperação, e você acha que é uma boa ideia ficar se equilibrando de cabeça pra baixo?

Dei de ombros, ignorando a pontada leve que isso causou no meu ombro.

— Não vou ficar parada feito uma inútil. Eu preciso fazer alguma coisa pra manter a forma.

— E é por isso que eu vou te arrumar uns filmes, livros, sei lá, um hobby menos autodestrutivo. — Billie revirou os olhos e veio até mim, estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Peguei sua mão, me apoiando com cuidado para não forçar o braço machucado.

— Tá bom, tá bom. Você venceu. — brinquei, mas ela ainda tinha aquela expressão preocupada.