Capítulo 28: Sopa revolucionária

25 6 0
                                    

Pov: s/n

4 meses depois

Eu estava no banheiro, em frente ao espelho, olhando para minha barriga que, aos poucos, começava a despontar. Quatro meses. Era tão pouco, mas para mim parecia uma eternidade. Passei a mão suavemente sobre a pele, tentando sentir alguma conexão. Ao mesmo tempo, a aflição me invadia. Lembranças antigas vinham e iam, mas eu lutava para não deixar o medo tomar conta. Já tínhamos ido fazer o ultrassom, e só aguardamos o resultado por mensagem.

De repente, sinto braços se enrolando ao redor da minha cintura. O perfume de Billie invade meus sentidos antes mesmo que ela diga algo.

— Ei... o que está acontecendo aqui? — Ela pergunta com aquela voz suave, encostando o queixo no meu ombro.

Olho para ela pelo reflexo do espelho e sorrio, tentando disfarçar minha preocupação.

— Estou só pensando... É louco imaginar que tem um pedacinho de você aqui dentro. — Minha voz sai mais baixa do que eu esperava.

Ela arqueia uma sobrancelha, fingindo indignação.

— Lá vem você de novo com essa história. Esse bebê tem que se parecer com você, oras! — Ela diz, apertando-me um pouco mais.

Eu rio, me virando de frente para ela e segurando seu rosto com as duas mãos.

— Não. Ele tem que ter os seus olhos, o seu sorriso... tudo o que faz você ser tão especial.

Ela balança a cabeça, sorrindo, mas muda de assunto, talvez percebendo que eu ainda estava um pouco nervosa.

— Vamos fazer algo? Não adianta ficar parada pensando. Vem, me ajuda com as roupas.

Descemos para a área de serviço, e começamos a organizar a roupa. Billie sempre foi prática, enquanto eu... bem, era o tipo que separava até as meias por cor antes de colocar na máquina. Ela ri das minhas manias, mas nunca reclama de verdade.

Enquanto eu colocava as roupas na máquina, ela tirava as secas do cesto.

— Olha, essa é sua, não minha — diz ela, segurando uma camiseta minha que claramente havia encolhido.

— Culpa sua, você é quem mexe nas temperaturas da secadora! — Respondo, jogando uma toalha em sua direção.

Ela começa a rir, desviando, mas antes que eu pudesse continuar a provocação, sinto meu celular vibrar no bolso.

Paro imediatamente, o coração disparado.

Billie percebe e se vira, segurando uma camiseta pela metade.

— O que foi? — Ela pergunta, o sorriso desaparecendo aos poucos, substituído por expectativa.

Pego o celular, desbloqueio e leio a mensagem. Meus olhos se arregalam, e uma onda de calor passa pelo meu corpo.

— É uma menina. — Minha voz sai num sussurro, mas ela entende.

Antes que eu pudesse reagir, Billie solta a camiseta no chão e vem na minha direção, me envolvendo num abraço apertado.

— Uma menina! — Ela repete, rindo, enquanto me roda pelo cômodo.

Eu não consigo conter as lágrimas. Estava tão feliz que nem percebo que ela também está chorando.

— Nós vamos ter uma menina, amor — Ela diz e coloca as mãos no meu rosto, sorrindo como nunca. — Ela vai ser perfeita, s/n. Assim como você.

— Ai, meus Deus, como você é clichê! — Digo sob as lágrimas.

Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora