Pov: s/n
Na manhã seguinte, fui deixar Billie no trabalho a seu pedido e depois segui direto para o mercado. Estacionei o carro, desliguei o motor e travei as portas com o alarme. Ao me virar para ir embora, ouvi uma voz familiar, mas mais grave, carregando um tom que me fez parar.
- É, tão bom ver vocês duas juntas enquanto o que eu e o Nate tínhamos foi destruído!
Eu estava de costas, e o choque me fez girar rapidamente. Vitória estava ali, diferente da garota que eu conheci, com um olhar maduro e carregado de ressentimento.
- Vitória?
- Quem mais poderia ser?
O tom gélido e as expressões duras me deixavam claro que ela não estava ali por acaso.
- O que você quer?
- Nada, só refletindo sobre o fato de uma assassina poder andar livre por essa cidade. Mas, claro, não existe justiça mesmo nesse país.
- Do que você tá falando?! - me aproximei, e em um instante senti que estava revivendo o ensino médio, a época em que Vitória sempre tentava controlar tudo e todos ao seu redor com suas provocações.
- Triste, sabe? Enquanto Nate, que Deus o tenha, já não está aqui, sua irmãzinha assassina continua perambulando por aí.
O ódio transbordava dos olhos dela, que pareciam quase vermelhos. Suas palavras eram veneno puro, e era claro que ela as escolhia para ferir.
- É melhor medir suas palavras, Vitória. Hoje você não tem mais ninguém pra te encobrir.
- Será? - Ela soltou um risinho debochado. - Sabe, s/n... Às vezes eu tenho pena de você... Tão cega de amor pela "Billie Eilish", enquanto ela anda roçando em outra.
Uma raiva emergiu dentro de mim, mas, ao mesmo tempo, suas palavras instigaram uma ponta de incerteza. Mesmo sem querer, as memórias do passado me fizeram hesitar.
- Do que você tá falando?
- Patrícia é o nome dela, não é?
Meu rosto ficou sério, e imediatamente lembrei-me do dia em que vi Patrícia com a mão sobre a de Billie enquanto trabalhavam juntas. Vitória sorriu com satisfação ao ver a confusão no meu rosto. Antes que eu conseguisse responder, ela virou as costas e foi embora, deixando no ar o peso das palavras que disse.
Voltei para casa com a mente a mil, incapaz de focar em qualquer outra coisa. A tarde passou lentamente, com aquela conversa martelando na minha cabeça. Quando deu o horário de Billie voltar para casa, ela não ligou, nem mandou mensagem. O relógio já marcava quase oito da noite, e eu estava sentada no sofá, com a chave do carro na mão, batendo o pé no chão repetidamente enquanto a ansiedade se intensificava.
Finalmente, quando o relógio quase batia oito e meia, o celular tocou. Vi o nome de Billie no visor, e atendi rapidamente.
- Amor? - Sua voz soava casual, sem perceber a tensão em mim. - Você pode vir me buscar? Terminei agora.
- Estou indo - respondi, tentando manter o tom neutro. Fui para o carro, respirei fundo e saí.
No caminho, meu coração batia rápido, se dividindo entre a raiva que Vitória havia despertado e a confiança que sempre tive em Billie. Não queria dar espaço a dúvidas, mas as palavras de Vitória ecoavam na minha mente, cada vez mais fortes.
Cheguei ao ponto onde Billie esperava. Ela entrou no carro, sorrindo, mas percebeu o clima no instante em que se acomodou no banco ao meu lado.
- Oi, amor. - Ela se inclinou para me dar um beijo, mas eu virei o rosto de leve, sem perceber o que estava fazendo. - O que foi? - perguntou, rindo um pouco, mas logo franziu a testa. - Tá tudo bem?
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Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/N
FanfictionDepois de sair da prisão, s/n enfrenta dilemas próprios com suas crises noturnas voltando ao último dia em que passou na escola com Billie Eilish, atormentada pelos eventos ocorridos naquele dia. Billie, por sua vez, já havia adiquirido auto confian...