Capítulo 22: Ultrassom

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Pov: s/n

Três meses depois, aqui estávamos nós, no banco de trás do carro do Finneas, a caminho do hospital. Meu coração batia mais rápido do que eu queria admitir, e eu tentava me concentrar no que estava por vir. Hoje seria o dia em que descobriríamos o sexo do bebê. O bebê. Meu Deus, parecia surreal até agora.

Finneas dirigia com uma expressão de leve impaciência - típico dele.

- Vocês duas estão quietas demais aí atrás. Isso não é normal. - comentou, lançando um olhar divertido pelo retrovisor.

Eu ri, mas não tinha como negar que estava nervosa. Talvez fosse mais a ansiedade do que qualquer outra coisa.

Billie, por outro lado, parecia estar em outro universo. Ela não parava de me olhar. Eu podia sentir os olhos dela em mim a cada segundo, como se ela não conseguisse desviar. Quando olhei para ela, vi aquele sorriso bobo, o mesmo que me conquistou tantas vezes antes.

- Tá olhando o quê? - perguntei, tentando parecer casual, mas meu tom saiu mais brincalhão do que eu esperava.

- Você. - respondeu, como se fosse óbvio. Ela estendeu a mão para segurar a minha. - É que... você tá tão linda.

- Ah, Billie, para com isso. - disse, mas senti o rosto esquentar. Ela sempre tinha esse efeito em mim, mesmo depois de tanto tempo juntas.

- Eu tô falando sério, amor. Você tá radiante. - ela passou o polegar pela parte de trás da minha mão, um gesto simples, mas cheio de ternura.

- Dá pra vocês duas guardarem isso pro ultrassom? - Finneas interrompeu, revirando os olhos, mas havia um sorriso no rosto dele. - Vocês são insuportavelmente fofas, sabia?

- E você é insuportavelmente ranzinza, Finneas. - Billie rebateu, rindo.

Eu olhei para ela e não consegui evitar sorrir. Ela estava tão animada quanto eu, talvez até mais. Sua mão não soltava a minha, e vez ou outra ela se inclinava para beijar minha testa ou acariciar minha barriga com um olhar de pura adoração.

- Tá pronta pra descobrir? - ela perguntou, sua voz cheia de expectativa.

- Acho que sim. - respondi, apesar da sensação de borboletas no estômago.

- Não importa o que for, vai ser perfeito. - disse Billie, baixinho, como se fosse um segredo só nosso.

Eu sabia que ela estava certa. Menino ou menina, isso não importava. O que importava era que estávamos aqui juntas, vivendo algo que nem nos nossos maiores sonhos imaginávamos ser possível.

Enquanto o carro se aproximava do hospital, Billie apertou minha mão com um sorriso que eu sabia que guardaria para sempre na memória. Eu me inclinei para beijar sua bochecha, e por um momento, tudo parecia exatamente onde deveria estar.

Assim que chegamos ao hospital, Finneas estacionou o carro e saiu primeiro, dando a volta para abrir a porta para nós. Ele fazia isso mais para provocar Billie do que por gentileza - algo que ela nunca deixava passar.

- Eu posso fazer isso, Finneas. - Billie reclamou enquanto saía do carro e estendia a mão para me ajudar a descer.

- Hoje, você só se preocupa em segurar a mão da s/n. Eu cuido do resto. - ele respondeu, sorrindo de um jeito quase irritante.

Billie revirou os olhos, mas acabou sorrindo também.

Entramos no hospital, e eu sentia o nervosismo aumentar a cada passo. Billie não soltava minha mão, seus dedos entrelaçados aos meus enquanto andávamos até a recepção. Depois de nos registrarmos, fomos direcionadas para uma sala de espera.

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