Aviso: esse capítulo contém violência e tortura
Pov: Billie Eilish
Dirigir nunca foi tão insuportável. Meu coração martelava no peito, e minhas mãos estavam tão firmes no volante que os nós dos dedos estavam brancos. A raiva fervia em mim, uma onda quente e incontrolável. Eu tentei ser racional, tentei focar apenas em s/n e sua possível recuperação, mas tudo o que conseguia pensar era em Vitória.
Cheguei em casa e mal percebi o que estava fazendo. Abri o armário do quarto, puxei minha arma do fundo e peguei a faca que sempre guardávamos na gaveta de emergência. Eu hesitei por um segundo, mas a imagem de s/n na maca, os olhos cansados, o sangue... aquilo apagou qualquer dúvida.
Com tudo pronto, entrei no carro e dirigi. A cidade parecia outra; o sol começava a se pôr, pintando o céu de tons alaranjados. Era uma ironia cruel que algo tão belo estivesse acontecendo enquanto eu carregava tanto ódio no peito.
Eu sabia onde Vitória morava. Depois do incidente no casebre, eu tinha feito questão de descobrir tudo sobre ela, mesmo que s/n não tivesse convido s/n a não procurar mais vinganças. A cada quilômetro que percorria, minha mente girava em torno do que ela fez, da dor que causou, do que ela tirou de nós.
Quando cheguei à rua, desacelerei, os olhos atentos em cada casa até avistá-la. Ela estava ali, em frente à porta, mexendo em um molho de chaves, parecendo alheia ao mundo. Minha respiração acelerou.
Olhei para o banco ao lado e vi o pano que havia trazido, embebido com clorofórmio. Peguei-o, respirando fundo, e saí do carro silenciosamente, os passos quase imperceptíveis na calçada.
Vitória não percebeu minha aproximação. Com uma precisão que eu nem sabia que tinha, pressionei o pano contra o nariz dela.
- O que...? - Ela tentou reagir, mas foi inútil. Sua resistência durou segundos, até seu corpo cair mole em meus braços.
Olhei em volta, o coração disparado, mas ninguém parecia ter notado. Com esforço, a coloquei no banco de trás do carro e fechei a porta rapidamente. Minhas mãos tremiam enquanto voltava ao volante, mas minha determinação não cedia.
Dirigi para longe, seguindo uma estrada que eu sabia que poucos frequentavam. Árvores começaram a cercar o caminho, suas sombras alongadas pelo fim do dia. Eu parei o carro em uma clareira isolada, desligando o motor.
Fiquei ali por um momento, segurando o volante com tanta força que meus dedos doíam. Minha respiração era irregular, minha mente um caos. Não havia volta agora. Olhei pelo retrovisor e vi Vitória ainda desacordada.
- Você só vai colher o que plantou... - murmurei para mim mesma, tentando acalmar o turbilhão dentro de mim.
Soltei o cinto e saí do carro, cada passo pesado enquanto me preparava para o que viria a seguir. Vitória já estava acordando, abri a porta para ela a fitando sentindo o sangue ferver.
- Desce! - minha voz saiu firme, quase irreconhecível até para mim. Vitória obedeceu, tremendo, seus olhos em pânico enquanto descia do carro.
- Se correr, eu atiro! - Completei, apontando a arma diretamente para a testa dela.
O medo nos olhos dela me alimentava, mas eu não queria acabar rápido. Guardei a arma no suporte do cinto e a empurrei com força para o chão, descarregando a raiva com socos e chutes. Era como se meu ódio tivesse ganhado vida própria, transbordando em cada golpe.
- Sua desgraçada! - gritei, a voz rasgando minha garganta, enquanto continuava a golpeá-la.
- Socorro! - Vitória gritou, tentando se levantar para fugir.
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Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/N
FanfikceDepois de sair da prisão, s/n enfrenta dilemas próprios com suas crises noturnas voltando ao último dia em que passou na escola com Billie Eilish, atormentada pelos eventos ocorridos naquele dia. Billie, por sua vez, já havia adiquirido auto confian...