Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/N

Capítulo 19: Questionamentos

No dia seguinte, depois de visitar s/n antes de ela receber alta, fui até o quarto de Vitória. Eu precisava vê-la e fazer algumas perguntas. Quando entro, ela está deitada, a cabeça envolta em faixas.

- Vitória... - comecei, cruzando os braços. - Você tá bem diferente. Forte. Nem parece mais aquela aluna idiota.

Ela levantou os olhos para mim, a expressão carregada de desprezo.

- O que você quer, Billie Eilish?

Me aproximei alguns passos, minha voz fria.

- Quem colocou a bomba no meu carro pra me matar?

- Eu não sei do que você tá falando.

Eu ri, mas era uma risada amarga, carregada de raiva.

- Você sabe muito bem do que eu tô falando!!! - gritei, mas logo me controlei. Respirei fundo, embora minhas mãos estivessem tremendo. - Fala, Vitória. Quem foi?

- Eu já disse que não sei.

- Ah, tá bom. Vou fingir que acredito. - revirei os olhos. - Mas a verdade sempre aparece, Vitória.

Ela suspirou, mas manteve o tom desafiador.

- Foi a mãe do Nate. Ela planejou tudo. Só quis minha ajuda pra mandar as ameaças e tirar as fotos. O resto foi com ela.

Fiquei em silêncio por um instante, processando aquilo.

- Claro... E você aceitou de bom grado, né? Porque é óbvio que você tá tão suja quanto ela. Foi você que mandou aquela mensagem chamando a s/n?

- Foi. - admitiu, sem hesitar. - Mas, no início, era só a mãe dela querendo vingança pelo filho. Eu só ajudei porque eu também queria.

O ódio fervilhava no meu peito, mas mantive a compostura.

- Você... - comecei, os olhos fixos nela. - Você não muda, não é? Anos se passaram, e você ainda se rasteja por aquele imbecil.

Ela arregalou os olhos e falou com a voz cortante:

- Não fala assim dele!

- Eu falo como quiser! - rebati, me aproximando mais. - Porque aquele desgraçado quase destruiu a minha vida. Ele destruiu a da s/n. E agora você e a mãe dele querem continuar o serviço?

Vitória desviou o olhar por um instante, mas logo voltou a me encarar com raiva.

- A s/n precisa pagar pelo que fez.

- Pelo que ela fez? - ri, incrédula. - E o que o Nate fez, hein? Plantou tanto veneno que acabou colhendo. E, se não fosse por ela, ele morreria em algum momento. E sabe do pior? Você ia junto, Vitória.

Ela estreitou os olhos.

- Tá dizendo isso por quê? Por acaso ela vai me matar também?

Inclinei-me ligeiramente, meu tom baixo e ameaçador.

- Não... Ela não vai fazer isso. Mas se você ou qualquer um tentar de novo machucar a minha família... Eu. Vou. Matar. Você.

Vitória deu uma risada debochada, aquele riso irritante que fazia meu sangue ferver.

- Acha graça? - murmurei, me levantando novamente. - Talvez você ache que essa justiça podre vai te soltar logo. E talvez até solte. Mas eu tô avisando, Vitória. Segue a sua vida e esquece a gente.

Ela me encarou com um sorriso de desafio.

- E o que você vai fazer? Vai me ameaçar só porque é policial?