Capítulo 18: Minha culpa

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Pov: Billie Eilish

O som do relógio parecia mais lento enquanto eu revisava os relatórios na sala da delegacia. O expediente estava quase no fim, e tudo que eu queria era chegar em casa, tomar um banho quente e apagar na cama. Meus pensamentos se desviavam para s/n - eu sabia que ela não estava bem. Depois de tudo que aconteceu, parecia que cada dia ficava mais difícil para ela.

- Ei, Billie, você tá no mundo da lua de novo? - a voz de Patty me tirou do devaneio.

- Não, não... Só pensando - respondi, sem olhar para ela, rabiscando alguma coisa no papel que estava à minha frente.

Patty riu, cruzando os braços enquanto se encostava na beirada da mesa.

- Você vive "pensando". Vai acabar com rugas na testa antes dos 30.

- Valeu pelo aviso, doutora do bem-estar - retruquei com um sorriso de canto, tentando me distrair.

- Falando em bem-estar... - Patty mudou o tom, um pouco mais sério. - Como tá sua namorada?

Suspirei.

- Complicado. Ela tá tentando, mas o que aconteceu no apartamento ainda mexe com ela.

Antes que Patty pudesse responder, o delegado Moreira surgiu pela porta, com aquele olhar sempre carregado de quem carrega o peso do mundo nas costas.

- Billie, tem algum progresso no caso do incêndio? - ele perguntou, direto como sempre.

- Ainda não - respondi. - A perícia tá analisando os restos, mas até agora nada conclusivo.

Ele assentiu, mas o olhar dizia que ele esperava mais. Era típico dele.

- Continuem no caso. Isso não foi só um incêndio qualquer.

Assim que ele saiu, Patty voltou a falar, como se quisesse quebrar o clima pesado.

- Ei, Billie, posso te pedir um favor?

- Depende. Você quer ajuda pra se livrar de outro ex-namorado problemático? - brinquei, arqueando uma sobrancelha.

- Muito engraçado. Não, eu só preciso do seu carro emprestado. Tá estacionado ali na frente, né? Prometo que não demoro.

- O que você precisa fazer?

- É rápido, juro. Preciso passar em um lugar pegar uns documentos.

Hesitei por um momento, mas sabia que Patty era responsável o suficiente para não fazer besteira.

- Tá bom, mas toma cuidado. Se arranhar meu carro, você vai ter que ouvir sermão.

- Ai, Billie, você é tão boazinha - ela disse, pegando as chaves que eu entregava.

Eu a acompanhei até a porta da delegacia. A noite estava fria, e o vento fazia alguns fios de meu cabelo balançar. Patty acenou animada enquanto saia, e eu fiquei ali, observando ela atravessar a rua em direção ao meu carro.

Enquanto ela abria a porta do motorista, saquei meu celular do bolso e dei uma olhada rápida. Uma mensagem sem importância, mas quando ergui os olhos novamente, senti um calafrio. Patty estava no carro, girando a chave na ignição.

BOOM!

O mundo explodiu em um instante. O carro se transformou em uma bola de fogo, e o impacto da explosão me arremessou para dentro da delegacia. Senti o vidro da porta estilhaçando ao meu redor enquanto meu corpo caía no chão com força.

Estava atordoada, com a visão embaçada. O cheiro de queimado invadiu minhas narinas enquanto o som ensurdecedor do alarme da delegacia soava.

Levantei o braço instintivamente para proteger o rosto dos estilhaços. Meu coração batia descontroladamente, e minha cabeça girava. Quando finalmente abri os olhos, vi o que restava do carro - uma carcaça flamejante no meio da rua.

Um Brilho Por Trás do Bullying 2 - Billie Eilish & S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora