𝟮𝟴. Barreiras do coração

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Sina Deinert

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Sina Deinert




— Não acredito que vocês estão aqui!- ânimo entremeado por surpresa genuína transbordam da minha voz enquanto largo minha bolsa de estágio sobre qualquer superfície mais próxima e corro para abraçar meus pais.

Eles estão aqui, na minha casa, em Salvador. Tomando um cafezinho com bolo servido por Sabina como se não tivessem escondido a informação de que viriam.

— Nossa passarinha!- o tom inferido por meu pai é sentimental ao envolver tanto eu quanto minha mãe nos braços e erguer-nos do chão em um abraço apertado e carinhoso.

— Também quero participar!- Sabina murmura, e ao que meu pai abre um espaço para ela naquele enlace, minha amiga pula no meio, contente, sendo envolvida por mim e dona Alex em conjunto. — Adoro abraços de família feliz.

— Falando nisso, você tem que falar com sua mãe- a minha repreende Sabina. — Ela fica enciumada por receber notícias suas através de mim.

Sabina assente, a expressão notória em seu rosto de quem esquecia que morando longe da família, de vez em quando, era importante manter um contato básico para demonstrar que estava viva e bem. Ela é tão relapsa quanto eu nesse quesito, além de termos pais igualmente carentes de grude.

Alex e Sebastian Deinert retomam seus assentos na cozinha e bebericam o líquido nas respectivas xícaras como se não devessem um esclarecimento.

— O que vieram fazer aqui?- enfim pergunto, por curiosidade.

— Ver como anda nossa cria, oras- meu pai me puxa para baixo, cheio de bom-humor, bagunçado meus cabelos antes de depositar um beijinho na minha cabeça.

Viu? Grudento demais.

Arqueio a sobrancelha em sinal de cinismo, embora não se duvidasse do potencial deles em pegar um voo até outro estado apenas para passar um tempo comigo.

Dona Alex compreende que a resposta não me desceu totalmente. A mulher que me colocou nesse mundo é a mesma que consegue ler minhas mais diversas formas de expressão como nenhuma outra. Não tive escapatória nem quando aprontava alguma durante a fase de criança arteira.

Um tilintar entre louças segue o ato dela ao devolver a xícara ao pires, pigarreando.

— Também viemos passar um tempo na praia- elucida. — Estamos precisando.

— Uh, onde?- Sabina entra no tópico, dando uma garfada no pedaço de bolo de cenoura e chocolate que fizemos ontem. — Hmm, delícia- pisca para mim, em seguida sugerindo um "toca aqui" qual correspondo.

— Alugamos uma casa incrível em Itacimirim, uma hora e meia daqui- diz meu pai, acariciando a mão da minha mãe no processo. — Eu e Alex vimos que precisávamos de um descanso afastados da grande metrópole. E que lugar melhor que a capital da Bahia, onde mora nossa filha e tem praias lindas?

𝗗𝗲𝘀𝗽𝗿𝗲𝘁𝗲𝗻𝘀𝗶𝗼𝘀𝗼, 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora