𝟬𝟭. Companhias inesperadas

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Noah Urrea

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Noah Urrea

Salvador, Bahia

O aroma de café e outras combinações recém-saídas do forno que passam entre as mesas preenche o ambiente e dominam meus sentidos no momento em que adentro a cafeteria após um dia agitado.

No Duster prateado estacionado do lado de fora, no banco traseiro, no mínimo há duas sacolas com alguns instrumentos de percussão construídos com materiais improvisados quais amanheci montando para apresentação do trabalho de uma matéria; recebi uma pesquisa sobre a história do Jazz ao longo das épocas para aprofundar e, por fim, a aula de Coral II pareceu levar minhas energias restantes. E este é somente o início de mais um semestre.

Embora aquilo não fosse problema que uma bebida gelada não pudesse ajudar a aliviar.

– Nem precisa falar, uma batida de açaí, maracujá e morango? – o atendente de sempre desde que essa cafeteria abrira há alguns quilômetros do campus, Alex, deduz.

Ele não tem mais que 20 anos e esse é seu emprego de meio período, mas apesar de termos uma diferença etária de dois anos e rotinas opostas fora deste ambiente, Alex é uma boa companhia e de quando em vez tem alguns comentários curiosos sobre a vida alheia que testemunha atrás daquele balcão que são interessantes de se ouvir.

Confirmo o pedido com um aceno de cabeça e pago pelo mesmo, relaxando ao me acomodar em uma das banquetas vagas perto do balcão enquanto outro funcionário prepara e me entrega a bebida. Tomo um gole da batida, e a refrescância da combinação abraça minha garganta seca pela última aula. Uma garrafa de água não teria o mesmo efeito.

Como Alex encontra-se ocupado atendendo o restante dos clientes, me viro parcialmente no banco para observar o exterior através da vitrine. No parque arborizado em frente acontecia uma grande movimentação. Presto mais atenção.

De onde estou, vejo alguns stands e toldos brancos distribuídos na área e crianças, jovens e adultos transitando naquele meio. Não se assemelhava como um festival, parecia mais uma feira ou algo do tipo.

– Ei, cara- chamo quando Alex vem se aproximando sorrateiramente passando um pano sob o balcão. – que tipo de feira está acontecendo lá fora?

Alex ergue o olhar.

– Ah, é uma feira de adoção. Um pet shop e a clínica veterinária fecham parceria com um abrigo local e montam tudo. Nunca ouviu falar dessa ação?- meu semblante avoado deve responder sua pergunta por si só, pois Alex emenda: – Eles ajudam cães e gatos que sofreram maus tratos, algum tipo de acidente ou foram abandonados. Dão uma segunda chance pra esses animais. Que me lembre organizam essa feira uma vez por ano em bairros diferentes.

𝗗𝗲𝘀𝗽𝗿𝗲𝘁𝗲𝗻𝘀𝗶𝗼𝘀𝗼, 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora