Prestes a se formar no curso de veterinária tão estimado, Sina Deinert tem convicção que relacionamentos amorosos não cabem em sua rotina apressada.
Mas não significa que uma diversão casual seja impensada.
Carregando um histórico de corações part...
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Noah Urrea
Bebo um gole de água a fim de refrescar as cordas vocais, e desço do palco para uma breve pausa.
Identifiquei Josh, Any e as amigas de Sina bem próximos enquanto estive lá em cima tocando a terceira música da noite. Eles se jogaram tanto no embalo que vieram curtir o som de perto, reações típicas quando se conta com Baiana System e Filhos de Jorge no repertório. Embora dominar o vocal e saber acompanhar o ritmo das canções fosse igualmente essencial para transmitir o ânimo. E por sorte, esse domínio não me faltava.
Não esperei encontrar nenhuma delas ali além de Josh por ter perdido o hábito de sair comentando com frequência os lugares que me apresentaria, no entanto, se Sabina e a namorada se encontravam ali só podia significar que uma certa loira também viera.
Como pensei, a enxerguei numa mesa não muito longe.
Vi as meninas com Josh no meio aproveitarem, mas Sina permaneceu sentada na mesa com a amiga cuja aparência a distância lembrava vagamente a que me entrevistou durante a adoção de Joel e Ellie. Elas pareciam ter uma conversa à parte.
Quando quase desafinei um acorde pela falta de foco, redirecionei toda minha atenção a apresentação.
Agora com tempo de sobra, pretendo dar uma passada na mesa onde estão. Tento lidar com a perspectiva de encontrar Sina pela primeira vez desde que ela reforçou que eu seria somente um escape para alívio de tensão a partir daquele dia.
A nova definição ainda se assentava no meu consciente de forma incômoda, mas depois de me limitar na troca de mensagens com ela e até deixar tudo um pouco de lado pelos dias em que visitei meus pais, considero que aguentarei lidar com isso.
— Oi...- o cumprimento tímido interrompe meu trajeto.
Uma mulher de estatura baixa e com cabelos pretos ondulados entra no meu campo de visão, a expressão simpática demonstrada no rosto. Retribuo com um sorriso educado a fim de mostrar que ela tinha minha atenção agora.
— Noah, não é?- assinto. — Ouvi que você disse aceitar sugestões de músicas e achei que agora seria uma boa oportunidade pra pedir uma, posso?
— Claro- a incentivo, geralmente era durante os intervalos que o público vinha solicitar uma música específica quando queriam. — Tô aberto a qualquer gênero.
— Não vou ser muito exigente, qualquer uma do Thiaguinho tá ótimo- indica. — Sabe, não pode faltar uma pagodinho por aqui.
Dou um riso curto, concordando.
— Pode deixar.
Pensei que havíamos terminado ali, porém a moça ainda não faz menção de ir embora. Ela pigarreia e põe a mão em um dos bolsos do macacão que usa, retirando um guardanapo dobrado de lá.