Prestes a se formar no curso de veterinária tão estimado, Sina Deinert tem convicção que relacionamentos amorosos não cabem em sua rotina apressada.
Mas não significa que uma diversão casual seja impensada.
Carregando um histórico de corações part...
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Noah Urrea
Sina pode estar gostando de mim.
Caralho, sem mais nenhuma dúvida que na verdade ela já gosta de mim.
Não estou falando apenas de atração física ou carnal, me refiro ao gostar para valer, além da cama. A maior ironia sendo que a própria loira vem contradizendo as condições que estabeleceu.
Pode até ser que nem sempre Sina arrume um tempo para nos encontrarmos, e quando o faça, acabamos na cama como de costume. Mas ela vem se abrindo comigo sobre o que a aflige, deleita-se nas carícias que arrisco fazer enquanto a escuto e às vezes deita a cabeça em meu peito sem motivo aparente quando estamos nus.
Recapitulando mentalmente temos:
Mesmo com a rotina atribulada, Sina arruma um jeito de me encaixar nela ou vem até mim quando digo precisar da mesma forma que vou até ela.
Ela desabafa comigo, o que acredito que qualifique uma "conversa profunda".
Depois do sexo não há invenção de desculpas para me expulsar da cama ou o limite quanto a cada um dormir de um lado, porque agora ela prefere se aconchegar contra meu corpo.
Todos os pontos que ela exigiu antes e agora não parecem a importar.
Em um breve resumo dos meus sentimentos: tô no céu, porra!
Quase ando por aí dando pulos e batendo os calcanhares juntos no processo, como em um desenho animado, tamanha a minha felicidade. Só não estou cem por cento lívido com meu progresso pois ainda depende da loira admitir que o sentimento entre nós mudou. Precisa partir dela a iniciativa. Mais do que justo se considerar que estou entregue à ela há muito tempo.
Sendo assim, por hora, meu objetivo em subir no status de Sina ainda não foi alcançado. E não temo o quanto terei que aguardar mais para concretizá-lo. Sinto que a cada momento juntos se torna mais claro para ela o que estamos passando a significar um para o outro.
Destravo meu carro após outro fim de expediente na gravadora Bastier. Ultimamente, as coisas boas aparentam vir me agraciando com mais frequência, diferente das rasteiras e chutes na canela regados a frustração que a vida já me deu.
Realmente estou tendo participação naquele lugar, não sou só o novo estagiário que acaba assumindo a função de secretário e é tratado como tal. Eu ocupo um cargo como auxiliar na parte de engenharia de som, que está relacionada a produção. Participo das gravações, como também faço a mixagem e sincronização sonora das músicas que estão sendo produzidas.
É como entrar em outro mundo quando se pisa numa sala de gravação. Manuseando os painéis da mesa, as caixas e amplificadores de som de primeira qualidade. Os resultados são absurdos.
Ultrapassado as semanas de adaptação, fui estreitando laços e ganhando credibilidade com a dupla de caras que são meus supervisores. Pessoal gente boa, definitivamente, e que me permitem pôr a mão na massa e dão opiniões válidas no que posso melhorar.
