Chapter Five

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No inferno, não existe descanso, nem aquilo que o ser humano chama de misericórdia. As regras são simples: ou você usa, ou você é usado. A submissão é o pior dos pecados naquele lugar. Lá, a dor não é apenas física, mas também psicológica. As almas encaminhadas pelos ceifadores sofrem dia e noite, causando alucinações durante seus períodos mais conturbados e chicoteiam quando estão cansados.

Claro que em um reino inteiro não pode faltar o soberano. Mitsuki Bakugou, uma demônia de categoria S, governava todo o território com mão de ferro. Não existia uma alma viva, seja humana ou demoníaca, que não temesse pela vida em sua presença. Sua autoridade era absoluta e nem mesmo seu marido, Masaro Bakugou, ousava desafiá-la. O homem era considerado um anjo caído devido a sua aparência angelical e por ser a personificação da gentileza. Por onde passava, os demônios se acalmavam e lhe reverenciavam em respeito. Graças ao rapaz, a harmonia e a hierarquia se mantinha intacta. Mas, na verdade, mesmo a pessoa mais boa e gentil esconde um pouco de maldade. Masaro era um demônio sexual, uma alma corrompida pela luxúria, e só Mitsuki conhecia esse seu lado depravado. Só ela conseguia domar essa fera indomável que ele se tornava no período de luxúria.

Em algum lugar reservado pelo submundo, Kirishima se sentou de frente para o grande espelho preso na parede de seus aposentos e abaixou o capuz negro. As tochas presas na parede iluminavam o ambiente escuro, deixando os tons de vermelho tomarem conta do lugar e se chocarem contra os fios ruivos. Três servos demoníacos chegaram por trás com suas aparências asquerosas, pele cinzenta e cicatrizes por toda parte, evidências das punições do inferno. Eles tiraram o manto de seu mestre, deixando à mostra suas costas definidas. Suas mãos tremiam, garras afiadas a caracterizavam, os rosnados fortes saíam de sua boca enquanto seus olhos vermelhos brilhavam em fúria e dor. 

— Saiam! — ele ordenou, vendo os demônios se contorcerem e gemerem de dor antes de saírem correndo dos aposentos do ceifador; demônios responsáveis por pegar as almas humanas e levá-las para o inferno. 

Kirishima gritou quando suas asas compridas e negras rasgaram a pele de suas costas enquanto seu grito e rugidos ficavam mais altos, sua pele se abriu e o sangue começou a escorrer enquanto algumas penas caíam sobre o chão.

O ceifador levantou o olhar, mantendo a respiração ofegante, e sentiu lágrimas de sangue escorrendo pelas bochechas quando olhou o estado de suas asas. As penas banhadas em sangue negro, os ossos aparecendo, a asa esquerda estava quebrada e queimada, a outra já não se movia mais. O ruivo encostou a testa sobre o chão, deixando os soluços fortes saírem de seus lábios, e entre os seus dedos, as penas caídas eram apertadas. Seus cabelos longos e soltos caíram para os lados conforme suas asas começavam a queimar mais uma vez, trazendo o maior sofrimento que ele podia sentir em toda sua miserável existência.

Kirishima havia quebrado uma regra do inferno. E não tinha como consertar.

[...]

Katsuki separou-se dos lábios de Izuku, sentindo um pouco do gosto do sangue do humano que havia cortado sua boca enquanto mordia para tentar conter os gemidos de prazer. O esverdeado sentiu o suor escorrer pela sua pele ao mesmo tempo que os dedos compridos do demônio escorregavam dentro de si, lhe causando sensações que ele jamais imaginou. A língua do loiro deslizava pelo seu tronco e descia cada vez mais, deixando uma trilha de saliva para trás até chegar perto da virilha, onde marcas de chupões já haviam sido feitas, e isso só alimentou o sorriso malicioso do demônio.

— Por que está tão contido? — O demônio sussurrou, separando os dedos no interior de Izuku, fazendo roçar contra sua próstata e o garoto gemer alto em deleite. — Agora está melhor.

Katsuki amava ouvir as pessoas implorando e gemendo loucamente, ele se alimentava disso, e tinha que admitir que tirar a virgindade de Izuku estava sendo algo diferente, mas não ao ponto de lhe incomodar. Em nenhuma das suas experiências havia encontrado alguém virgem, a maioria já havia feito muitas vezes, o que deixava as coisas menos interessantes para um demônio sexual, mas com aquele garoto era diferente, só vê-lo gemer já fazia seu pau endurecer como uma pedra. 

Passion DemonOnde histórias criam vida. Descubra agora