Chapter Two

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O demônio encostou-se no muro de tijolos da rua escura, segurando um cigarro entre os lábios, os olhos vermelhos atentos a qualquer movimento enquanto, em sua mente perversa, uma música soava de forma branda e calma.

O loiro tirou o cigarro dos lábios quando viu os jovens entrarem no beco, chapados e cambaleantes, pendurados em prostitutas baratas que tentavam a todo custo roubar suas carteiras.

Sorriu de canto e caminhou lentamente até o grupo de jovens, cantarolando a música. O loiro caminhou em passos calmos, acendendo e apagando o isqueiro dourado em sua mão. O assobio que saía de seus lábios no ritmo da música chamou a atenção do grupo, que parou e observou o homem estático à sua frente.

Olhou diretamente nos olhos das mulheres, que sentiram suas pernas falharem e o medo tomar conta de seus corpos, então, elas correram.

Os rapazes arregalaram os olhos quando as prostitutas saíram correndo.

— Tá maluco? Seu estúpido! — o loiro gritou, embriagado, mas tossiu quando sentiu as mãos longas e frias do homem em seu pescoço, com as unhas negras e compridas espetando sua pele.

Monoma segurou o pulso do demônio conforme era apertado mais intensamente e sua respiração falhava.

— Você tocou no que é meu, seu humano estúpido! — a voz demoníaca, sombria, nefasta e sinistra, ecoou pelos ouvidos de Monoma como uma lâmina afiada e pontuda, rasgando seus ouvidos e fazendo-os sangrar.

O sangue quente descia pela lateral de seu rosto, parecendo queimar como fogo, um fogo muito furioso e ardente.

Monoma revirou os olhos e abriu a boca quando as unhas afiadas cravaram em seu pescoço e, por fim, seu corpo caiu no chão. O demônio olhou para os amigos do loiro, que tremiam e tinham o semblante atônico.

Os garotos começaram a correr e, na mesma hora, as luzes dos postes explodiram, deixando a rua escura e fria.

[...]

Izuku respirou fundo ao entrar em casa e viu sua mãe dormindo no sofá enquanto a televisão estava ligada. Ela era muito carinhoso, e o garoto a amava mais do que tudo na vida. Sabia que estava dando trabalho a ela e isso o deixava chateado; a mulher não merecia tantos problemas.

O esverdeado subiu as escadas silenciosamente para não acordá-la, abriu a porta de seu quarto e, ao se virar, sobressaltou-se ao ver um homem alto de cabelos loiros e vestindo um terno, sentado em sua cama, com uma toalha na mão enquanto limpava o sangue que manchava a toalha de vermelho.

— Quem é você?! Por que está aqui?! Se não sair, eu vou gritar e ligar para a polícia! — o garoto falou nervoso, atraindo a atenção do estranho, que apenas soprou uma risada e voltou ao seu afazer. — Isso é sangue?!

— Não grite, sua mãe está aí. Não vai ser legal ela ver um estranho sentado em sua cama — o loiro murmurou, se divertindo, e jogou a toalha no chão antes de se levantar. Izuku deu um passo para trás e olhou pelo canto do olho o abajur, tendo a ideia de atacar o homem com aquilo.

— Saia de perto de mim! — O garoto rosnou e correu para pegar o abajur, mas seu pulso foi puxado com força e suas costas bateram contra a parede.

O loiro pôs-se à sua frente, segurou seus braços acima de sua cabeça, encaixou-se entre as pernas do esverdeado e, aproximando os rostos, estalou a língua.

— Que garoto travesso — o loiro sussurrou, soltando uma gargalhada baixa que arrepiou o garoto. — Muita coragem a sua tentar me atacar.

— Você é um estranho que está no meu quarto e está me tocando sem a minha permissão! — Izuku praticamente gritou, sentindo seu coração acelerar com aquele homem tão perto de si.

— Permissão? — Katsuki perguntou em tom de zombaria e grudou mais o corpo contra o do esverdeado, a ponto de sentir os rostos mais próximos, suas respirações quentes se misturando. — Acha que um demônio pediria permissão a um humano?

— D-Demônio? — Izuku sussurrou para si mesmo. Ele não podia negar que aquele homem era muito familiar, era como se aquele toque, aquela voz e aquele rosto já tivessem sido vistos por ele.

— Não se lembra de mim, amor? — Uma das mãos do loiro foi até o rosto do garoto e pousou sobre sua bochecha, o polegar pressionando os lábios macios e avermelhados, desejando beijá-los. — Me magoa...

— E-Eu deveria?

— Sim, mas não se preocupe, ainda temos muitas noites. Eu te farei lembrar de cada segundo que esteve comigo. — O moreno aproximou-se dos lábios do esverdeado, selando-os em um selinho casto.

Na mesma hora, a mente do Midoriya clareou como a luz do sol, e o nome ecoou pela sua mente como um sino.

Katsuki Bakugou.

[...]

Capítulo revisado por immorqlz (Spirit)

Passion DemonOnde histórias criam vida. Descubra agora