Capitulo 25-Fumando um fino de canto

197 27 6
                                    

pov Ghard

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

pov Ghard

A música ainda pulsava ao meu redor, mas parecia distante, como se eu estivesse submerso em um silêncio desconfortável. Gabi continuava falando, mas eu mal ouvia o que ela dizia. Meu olhar fixava-se no copo de uísque na minha mão, enquanto minha mente lutava para justificar o que tinha acabado de acontecer.

O gosto do batom dela ainda estava nos meus lábios, mas era um gosto amargo. Não porque fosse ruim, mas porque não era o que eu queria. Não era Júlia. Não era nem perto disso, saudades do gloss de sabor dela...

"Esquece ela", pensei novamente, tentando transformar a frase em uma ordem. Mas quanto mais eu tentava, mais a lembrança dela invadia minha mente. Júlia rindo de algo bobo que eu disse, Júlia me encarando com aquele olhar que parecia atravessar minha alma, Júlia saindo pela porta sem olhar para trás. A mesma porta que eu nunca tive coragem de abrir para ir atrás dela.

Soltei um suspiro pesado, e Gabi pareceu notar.

— Tá pensando nela de novo, né? — Ela perguntou com um sorriso malicioso, inclinando-se para mais perto. — Você tá complicado, hein?

Olhei para ela, sentindo a irritação crescer. Não era culpa dela. Não era culpa de ninguém além de mim. Eu que tinha permitido que isso acontecesse, que tinha deixado Júlia se infiltrar tão profundamente na minha vida a ponto de torná-la insuportável sem ela.

— Você não sabe de nada — murmurei, terminando o copo de uma vez só e me levantando.

— Ei, espera aí — Gabi disse, segurando meu braço. — Eu tô aqui pra te ajudar a esquecer, lembra?

Ela sorriu de um jeito que claramente esperava ser sedutor, mas só conseguiu me irritar ainda mais. Minha paciência estava se esgotando, e o efeito do álcool e do beck só piorava tudo. Era como se um lado de mim quisesse esquecer, enquanto o outro gritava que eu estava me destruindo no processo.

— Esquecer, né? — Ri amargamente, puxando meu braço de volta. — Sabe qual é o problema? Você não é ela. E ninguém vai ser.

Ela piscou, claramente surpresa com a grosseria. Mas antes que pudesse responder, puxei outro beck do bolso e acendi ali mesmo, ignorando os olhares ao redor. Precisava de algo para me desligar de vez.

A fumaça encheu meus pulmões, mas a culpa continuava presa lá, como uma âncora. Me sentia um idiota. Pior do que isso, me sentia vazio.

Algumas horas depois...

Já era madrugada quando percebi que as coisas tinham saído do controle. Meu corpo estava pesado, minha mente embaralhada. Gabi não tinha saído do meu lado, como uma sombra insistente. A música agora parecia um ruído irritante, e cada risada ou conversa ao redor me dava vontade de sair correndo.

— Vamos pra um lugar mais tranquilo — Gabi sugeriu, aproximando-se de novo. Ela colocou a mão na minha perna, subindo devagar.

Aquilo foi o estopim, esse golpe de prostituta barata para eu subir e fuder com ela, teria funcionado a um tempo atrás, mas agr só me irritou mais ainda.

Ghard - Entrelinhas Onde histórias criam vida. Descubra agora