Onde Júlia consegue um estágio na Supernova, mas um certo japa tatuado se torna seu maior desafio.
"De canto, não quero destacar, ganho que cê já ficou na minha. Mas um moleque bom como eu, é muito bom de ler entrelinhas"
Julia Kaminari era uma garo...
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pov Narradora:)
O sol filtrava pelos cantos das cortinas, iluminando o quarto em tons dourados. Julia piscou algumas vezes, sentindo os raios mornos aquecerem seu rosto. A respiração suave de Ghard, ainda adormecido ao seu lado, era quase hipnotizante. Ele estava virado para ela, com os cabelos bagunçados e a expressão de alguém finalmente em paz.
Por um momento, Julia não se moveu, apenas o observou. Não era comum vê-lo assim, sem a barreira da pose confiante ou do sorriso de artista. Ali, na simplicidade de uma manhã, ele parecia... real.
A cama rangeu levemente quando ela tentou se levantar, mas, antes que pudesse sequer tocar o chão, sentiu os braços dele a puxarem de volta.
— Ainda não — ele murmurou, com a voz rouca de sono, os olhos semicerrados.
Julia riu baixinho, afundando de volta no colchão. — Achei que você ainda estivesse dormindo.
— Dormir com você aqui do meu lado? Nem a pau. — Ghard abriu um sorriso preguiçoso, acariciando o rosto dela com a ponta dos dedos.
O silêncio que se seguiu não era desconfortável. Era como se, por um instante, o mundo lá fora não existisse. Julia sentiu o coração apertar um pouco, lembrando-se das reviravoltas que os trouxeram até ali.
— Por que tá me olhando assim? — ele perguntou, quebrando o momento com um sorriso brincalhão.
Ela desviou os olhos, corando. — Só tava pensando... que talvez você seja mesmo real.
Ghard ergueu uma sobrancelha, claramente tentando não rir. — "Talvez"? Depois de tudo, você ainda acha que eu sou um holograma?
Julia deu um tapa leve no braço dele, rindo. — Não zoa, tô sendo séria!
Ele a puxou para mais perto, seus rostos agora a centímetros de distância. — Eu também tô. Se isso aqui não é real, então não quero acordar nunca.
Julia sentiu o rosto aquecer, mas antes que pudesse responder, Ghard inclinou-se e deixou um beijo demorado em sua testa.
O dia mal havia começado, mas, pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu que tudo estava no lugar.
Julia suspirou e fechou os olhos por um momento, deixando a sensação do beijo de Ghard acalmar os pensamentos. Mas havia algo que não a deixava relaxar completamente. Quando abriu os olhos, ele ainda estava olhando para ela, o sorriso agora mais sutil.
— Tá pensando na festa, né? — ele perguntou, como se lesse sua mente.
Ela mordeu o lábio, sem saber como responder. Era incrível como Ghard parecia decifrá-la sem esforço.
— Não consigo evitar... — admitiu, com a voz baixa. — Tudo foi tão intenso. Você me defendendo do Nicolas, depois aquele... beijo...
Ghard riu de leve, mas não era de zombaria. — Foi só um beijo? Achei que tinha sido mais que isso.
