Onde Júlia consegue um estágio na Supernova, mas um certo japa tatuado se torna seu maior desafio.
"De canto, não quero destacar, ganho que cê já ficou na minha. Mas um moleque bom como eu, é muito bom de ler entrelinhas"
Julia Kaminari era uma garo...
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Na manhã seguinte
Acordei sentindo uma mão firme na minha cintura. Abri os olhos devagar, ainda com a cabeça confusa, até perceber que era o braço de Ghard que me segurava enquanto dormia profundamente ao meu lado. Ele tinha um semblante tranquilo, algo raro de se ver considerando sua energia elétrica usual. Suspirei, tentando não me mexer muito, mas não podia evitar o leve sorriso que escapou.
"Isso tá mesmo acontecendo?", pensei, ainda meio atordoada com a cena.
Pouco a pouco, ele começou a acordar, piscando lentamente antes de me olhar com um sorriso preguiçoso.
— Nem acredito que dormi aqui. Pegamos no sono sem nem perceber. — Ele esfregou os olhos enquanto tentava se ajeitar.
— Bom, a culpa foi nossa e do brigadeiro, né? — brinquei, levantando e esticando os braços. — Vou preparar o café.
Fui até a cozinha e preparei meu famoso misto quente especial. Era basicamente um pão com recheio caprichado e crocância perfeita, mas eu sempre fazia parecer algo extraordinário. Ghard veio atrás, se apoiando na bancada enquanto observava tudo.
— Isso é o misto quente de uma blogueira? — ele perguntou, com um tom provocativo.
— O melhor que você vai comer na vida. — Pisquei, rindo.
Enquanto tomávamos café, aproveitei para gravar algumas partes da minha rotina matinal, mostrando os detalhes no celular. Ghard parecia se divertir com a ideia, rindo das partes que ele aparecia nos stories.
— Então é assim que uma blogueira começa o dia? — ele perguntou, mordendo o sanduíche.
— Exatamente. Agora você já pode começar sua carreira de influencer.
— Acho que vou ficar no trap mesmo. Mas você manda bem nisso. — Ele deu um sorriso de canto, e eu senti um calorzinho no peito.
Depois do café, Ghard perguntou casualmente:
— E quais são os planos pra hoje?
— Quero comprar itens de decoração. Essa casa ainda parece um cativeiro, e isso tá me incomodando.
— Fechado. Eu te levo, só n dá de moto, então primeiro a gente passa na minha casa pra pegar o carro.
—Não vejo a hora de ter meu carrinho.
— Logo vc conquista o seu gatinha. Claro, só se for melhor dirigindo do que você é no carrinho de bate-bate. — Ele soltou uma risada enquanto eu o empurrava de leve, fingindo estar ofendida.
Fui me arrumar e escolhi um vestido colado nude, simples, mas que me realçava bem. Quando saí do quarto, senti os olhos de Ghard me analisando da cabeça aos pés. Ele parou por alguns segundos, parecendo hipnotizado.
— Tá perfeita. — Ele murmurou, se aproximando de mim devagar.
Antes que eu pudesse responder, sem nem um diálogo ou conversinha fiada ele me beijou. Um beijo intenso, daqueles que tiram o fôlego e fazem o mundo desaparecer ao redor. Suas mãos deslizaram pela minha cintura, apertando levemente, enquanto ele me puxava mais para perto. Eu senti seu corpo contra o meu, a respiração acelerada, e uma energia diferente no ar. Era como se ele quisesse mais, como se estivéssemos cruzando uma linha que nunca tínhamos sequer tocado antes.
