Onde Júlia consegue um estágio na Supernova, mas um certo japa tatuado se torna seu maior desafio.
"De canto, não quero destacar, ganho que cê já ficou na minha. Mas um moleque bom como eu, é muito bom de ler entrelinhas"
Julia Kaminari era uma garo...
obs-As frases dos títulos são músicas dos meninos viu!!
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Assim que descemos da roda-gigante, meus olhos foram direto para Madu e Veigh. Eles estavam próximos, rindo de algo que só eles entendiam. Ela ajeitava os cabelos, enquanto ele parecia inventar mais uma das suas piadas bobas que só faziam sentido na cabeça dele. Mas, pela expressão dela, fazia todo o sentido do mundo, eles dois faziam todo o sentido do mundo.
Um calor aconchegante cresceu no meu peito ao vê-los assim, e, quando Madu virou de relance na minha direção, nossos olhares se encontraram. Foi rápido, mas foi o suficiente. Era como se, naquele instante, ela estivesse me dizendo o que eu já sabia: algo precisava ser feito.
Respirei fundo e, sem hesitar, virei-me para Ghard, que observava a cena com um leve sorriso no rosto, como se já tivesse captado tudo. Me aproximei um pouco mais, o suficiente para que só ele ouvisse.
— Preciso de um último favorzinho seu. — Cochichei, vendo o sorriso dele se alargar de leve, como se já imaginasse o que eu iria propor.
— Tá me deixando curioso. O que você tá tramando, Ju? — Ele perguntou, com aquele olhar desconfiado, mas claramente divertido.
Me inclinei mais perto, falando baixo. — Vamos dar um jeito de deixar os dois a sós. A gente pode inventar que precisa comprar alguma coisa e deixar que eles sigam o caminho sozinhos.
Ele arqueou uma sobrancelha, claramente gostando da ideia. — Hum... um golpe clássico. Tá bom, tô dentro. Mas você sabe que eles vão perceber, né?
— Talvez. — Dei de ombros, sorrindo de lado. — Mas quem se importa?
Ele riu baixo, balançando a cabeça, e, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, entrelaçou nossos dedos de um jeito casual, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Meu coração acelerou por um momento, mas decidi ignorar — pelo menos por enquanto.
Caminhamos até Madu e Veigh, que ainda estavam absortos na conversa. Pareciam tão imersos um no outro que nem perceberam a nossa aproximação até que eu pigarreei de propósito.
— Oi, pessoal. — Falei, tentando soar o mais casual possível. — A gente tava pensando em passar em uma lojinha rapidinho antes de voltar. Vocês podem ir na frente, se quiserem.
Madu olhou para mim, um pouco desconfiada, mas antes que ela pudesse dizer algo, Veigh já estava concordando.
— Tranquilo, a gente vai indo devagar. Mas não demorem, hein? é o senhor Juizo-Pisca pra Ghard.
— Claro! — Respondi rápido demais, o que só fez Madu estreitar os olhos pra mim com ainda mais suspeita.
Enquanto eles começavam a caminhar na direção oposta, Ghard e eu os seguimos com o olhar por alguns segundos. Assim que se afastaram o suficiente, ele virou para mim com aquele sorriso de canto.