Onde Júlia consegue um estágio na Supernova, mas um certo japa tatuado se torna seu maior desafio.
"De canto, não quero destacar, ganho que cê já ficou na minha. Mas um moleque bom como eu, é muito bom de ler entrelinhas"
Julia Kaminari era uma garo...
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Eu e Ghard finalmente entramos em casa. Ele segurou a porta para mim enquanto entrávamos, o silêncio entre nós era confortável, mas carregado. Havia algo diferente no jeito que ele me olhava desde o momento em que ficamos sozinhos no carro.
— Você tá bem? — ele perguntou, enquanto eu trancava a porta. — Tô... só cansada. — Respondi, desviando o olhar.
Mas a verdade era que minha cabeça estava a mil. Ghard tinha essa maneira de estar presente, de fazer tudo parecer mais intenso e menos assustador ao mesmo tempo. Eu ainda não sabia como lidar com isso.
— Boa noite, Kaminari. — Ele sorriu de lado e me deu um beijo rápido antes de ir para o próprio quarto.
Eu fiquei parada por alguns segundos, observando a porta se fechar, antes de finalmente ir para o meu quarto. Joguei minha bolsa na cadeira, tomei outro banho,me troquei para um pijama e me joguei na cama. A luz do abajur ainda estava acesa, e, mesmo exausta, não conseguia dormir.
Minha mente voltava à noite inteira, ao jeito como ele se aproximou, aos beijos intensos, ao momento na pia... eu senti meu rosto esquentar só de lembrar. O que exatamente éramos? Amigos que se pegavam? Algo a mais? Ou será que estava lendo demais nas entrelinhas?
Antes que eu pudesse continuar me torturando com essas perguntas, ouvi um som de passos no corredor. Minha porta abriu lentamente, revelando Madu, com um sorriso malicioso estampado no rosto.
— Demorou, né? — Ela entrou e se jogou na minha cama. — Vocês tavam se pegando, né, seus safados?
Eu revirei os olhos, mas não consegui segurar o riso. — E você também tava, né?
Ela deu um gritinho, tapando o rosto com as mãos antes de admitir: — Tava, amiga. Fiquei com o Veigh!
— Eu sabia! — Exclamei, me sentando.
— E você com o Ghard? Quero detalhes! — Ela disse, animada, me cutucando no braço.
Eu ri, tentando fugir do assunto. — Bom essa segunda vez ....gente... aconteceu. Foi intenso.
— Intenso como? — Madu arregalou os olhos. — Conta logo tudo!COMO ASSIM SEGUNDA VEZ?
Suspirei, ainda sorrindo. — Foi lá no banheiro...—Contei a ela a história do beijo de mais cedo e do de agora.
— Você tá me dizendo que eu perdi essa cena da pia?! Que traição, Julia! — Ela me deu um tapa no braço, indignada.
— Calma, eu nem ia te contar isso! — Falei, rindo da reação exagerada dela.
— E não ia por quê? Amiga, isso é material de filme! — Ela cruzou os braços, fingindo estar chateada.
Depois de um tempo, a conversa foi ficando mais tranquila, e acabamos compartilhando cada detalhe da noite. Era surreal pensar em como nossas vidas tinham mudado tão rápido, como estávamos ali, vivendo momentos que nem nos nossos sonhos mais loucos imaginaríamos.
