Chapter Twenty-Six || You Hurt Me

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Robert:

- ME PÕE NO CHÃO SEU BRUTO. - ela gritava enquanto eu a carregava no ombro para fora daquela boate.

Não dá pra acreditar que a minha Maya tinha se embebedado, ela estava totalmente fora de si e diferente. Muito diferente. Ela pintou o cabelo de ruivo, por que ela pintou o cabelo de ruivo? Ela sempre achou ruivo uma cor sem graça para cabelos. Mas o fato é que ver ela nesse estado me fez perceber que eu sou um grande imbecil porque a culpa é toda minha.

Eu coloquei ela no carro e fechei a porta.

- Vocês querem carona? - perguntei pra Dayane e Larissa que estavam logo atrás de mim.

- Não. Nós pegamos um táxi. Cuida dela e não liga pro que ela disser não, ela está bêbada e vai dizer coisas sem nexo algum. - disse Dayane e as duas foram embora.

Eu entrei no carro e dei a partida. Maya começou a rir do nada como se alguém estivesse contando a piada do século.

- Qual é a graça? - eu perguntei.

- Você aí... Estragando a minha noite como se realmente se preocupasse comigo. - ela voltou a rir. - Mas não, você não se preocupa e sabe por que? Porque você é frio demais para se preocupar com alguém. Você não sabe gostar de alguém. - ela riu novamente.

- Isso é o que você acha, Maya. Eu gosto de você e muito.

- Não, não gosta. Se gostasse iria deixar eu terminar a minha noite com o Luan.

- O nome dele é Guilherme. E você pretendia mesmo me trair com ele? Sério? - ela me encarou e sorriu.

- Trair? Nós estamos namorando? Eu não lembro disso? Só me lembro de VOCÊ ter me traído com a Say... - ela pareceu ter esquecido o resto do nome. - Nara... - disse devagar.

- Você não sabe o que está falando.

- Por que? Por que você acha que é o único que pode sair pegando todo mundo? Por que você é o único gostosão aqui? Você acha que ninguém se interessa por mim? Bom, eu tenho uma novidade pra você, eu posso ter quem eu quiser. Isso nunca foi um problema pra mim. - nesse momento eu senti uma raiva enorme. Imaginar ela com outro me fez ficar com uma raiva gigante e um ciúme maior ainda.

- Cala a boca, Maya. - falei e ela deu uma gargalhada.

- Não. Você não manda em mim e quer saber mais? Essa noite eu iria me divertir com o Rafael...

- Guilherme. - a interrompi.

- Não interessa. - revirou os olhos. - Eu ia me divertir com ele e você estragou tudo.

- Então é isso o que você queria? Dar o troco?

- Não. Não é isso que eu queria dar.

- Maya, cala a boca. - falei de novo e ela bufou.

- Já disse que você não manda em mim. - ela encostou a cabeça na janela e fechou os olhos. Quando eu achei que ela ia dormir, ela voltou a falar. - Sabe Robert, eu achei que nunca alguém seria capaz de me magoar mais do que o Matt me magoou. - ela deu um sorriso fraco. - Mas você conseguiu. Eu acho que você ainda não sabe, mas quando eu e ele namorávamos, ele me traiu. Aquilo doeu e muito. Mas aí você conseguiu superar ele. - uma lágrima solitária escapou de seus olhos e eu me senti o cara mais horrível do mundo por ter feito minha princesa chorar.

Agora eu imagino o quanto ela deve ter chorado por minha culpa, bom, não exatamente porque aquilo foi culpa da Saynara. Mas o fato é que eu fiz mal à pessoa que eu mais amo e talvez ela tenha razão, eu não sei gostar de alguém.

- Maya... Eu nunca quis te magoar. - parei no sinal vermelho e a encarei. - Talvez você nem se lembre disso amanhã mas escuta, eu entendo que esteja com raiva e eu não te culpo. Mas eu preciso que você me dê só uma chance de provar que eu te amo.

- Chance? - ela sorriu sem mostrar os dentes. - Eu já dei muitas chances pra muitas pessoas. E o que elas fizeram? Elas me magoaram. Elas sempre me magoam. E não fale comigo como se eu fosse uma bêbada. É claro que eu vou me lembrar disso amanhã e o mais importante, vou me lembrar do beijo do Nathan. - ela provocou e eu bufei de raiva. Fala sério. Nem o nome do imbecil ela lembra direito.

(...)

Chegamos no apartamento dela e ela veio reclamando comigo dizendo que pode se virar sozinha e que não precisa de mim pra nada. Bom, a vontade que tenho é de esganá-la se ela não calar a boca mas não posso fazer isso. Eu amo ela e sentiria falta dela. Mas não estou descartando a hipótese.

- Já pode ir embora. - ela disse, se sentando no sofá.

- Eu não vou te deixar aqui sozinha e bêbada. Primeiro, vai tomar um banho. - mandei.

- Quantas vezes você quer que eu repita? Você não manda em mim.

- Anda logo, Maya.

- Saiba que só vou tomar banho, porque EU quero. - ela falou e foi pro banheiro. Eu fui até a cozinha e vi o que tinha alí pra aliviar um pouco essa bebedeira dela.

Coitada dela, amanhã vai acordar com uma ressaca daquelas. Pra minha sorte eu encontrei uma garrafa térmica com café. Coloquei o café em um copo e esperei ela sair do banheiro. Não demorou muito e ela saiu com o cabelo molhado, uma blusa comprida que mais parecia um vestido e uma meia que ia até os joelhos.

- Toma. - entreguei o copo de café pra ela e a mesma fez uma careta.

- Eu não quero refrigerante.

- Isso é café.

- Parece refrigerante.

- Mas não é. - ela colocou o copo em cima da mesa e foi até o quarto.

- Hey, e o café? - perguntei enquanto andava atrás dela.

- Já disse que não quero. - ela se jogou em sua cama e se cobriu. - Agora pode ir pra sua casa, com a sua mamãe e a sua priminha.

- É impossível falar com você nesse estado. - revirei os olhos e fui até a sala.

Eu não iria deixar ela sozinha, vai que ela passa mal de madrugada ou precisa de alguma coisa? Posso até estar sendo um completo idiota por estar aqui depois dela dizer detalhadamente e com todas as palavras que não me quer aqui, mas é impossível evitar. Eu tenho esse instinto protetor que me obriga à ficar do lado dela.

Eu me deitei no sofá e fiquei encarando o teto até que o sono me pegou.

Uma Patricinha DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora