Chapter Five || Move On

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Maya:

- Gabriela o que? – minha voz sobe mais tons do que esperava.

- Maya, menos escândalo.

- Amor, eu entendo que a Gabi é a sua filha, mas se ela vir morar aqui, tem noção de como nossa vida vai virar de cabeça pra baixo? – Diz minha mãe.

- Ah, era só o que faltava, Thayla na mesma escola que eu, e minha meia irmã vir morar comigo. Argh! Eu odeio essa vida, odeio essa casa e odeio você, pai. – Digo e subo correndo as escadas, sei que está pensando que eu exagerei, mas não exagerei não.

A Gabriela sempre se achou a melhor de todas, só porque é mais velha e faz faculdade... Ela é uma idiota, sem sacanagem. E eu não vou ficar aturando ela não, não mesmo.

- Posso entrar? – Diz minha mãe abrindo a porta do meu quarto.

- Claro mãe, se estiver sozinha. – Ela entra e senta ao meu lado na cama.

- Filha, tudo bem que não queira a Gabriela aqui, mas ela também é filha do seu pai. Não seja assim tão dura com ele, dizer que o odeia foi muito rude e rígido.

- Mãe, eu sei que exagerei e prometo pedir desculpas ao meu pai. – Ela sorri, me dá um beijo na testa e sai.

Acha realmente que vou pedir desculpas ao meu pai? Se falou que sim, errou e feio. Jamais faria isso, mais eu vou conversar com ele, isso eu vou.

(...)

2 horas se passaram e eu aqui nesse quarto olhando pro nada, acho que já ta na hora de falar com meu pai.

Me levanto da cama e desço as escadas devagar, bato na porta de seu escritório e ele logo abre.

- Pai, eu quero falar com o senhor.

- Achei que a senhorita revoltada me odiasse.

- E odeio. Mas você pode mudar isso se você dar o seu jeito pra ela não vir pra cá.

- Maya, para. Você já tem quase 18 anos e age como uma criança mimada, ela é minha filha também.

- Tá, pai. Se ela vier pra cá eu saio.

- E aonde você moraria? Você não sabe nem lavar suas próprias roupas! – Ele ri alto. O que me deixa com mais raiva ainda.

- Quer saber Michael Gibson, eu vou embora assim que ela chegar.

- Então arrume suas coisas bem rápido porque ela vai chegar hoje a noite. – Meu deus, meu pai não está nem ligando pro fato de sua filha amada ir embora, ele deve estar achando que eu estou blefando. Mas vai se surpreender.

- Okay, papai. – Digo dando ênfase no "Papai" e saio de sua sala, subo correndo e arrumo minhas malas, não tenho pra onde ir ainda mas vou passar na casa das meninas e com certeza elas vão me dar uma mão até eu achar um lugar pra ficar.

- O que você ta fazendo?

- Thayla, quando se entra nos quartos dos outros você bate na porta e depois pede licença.

- Maya, o que você ta fazendo?

- Não tá vendo? Arrumando minha mala. – Digo fechando a mala.

- Por que ta arrumando uma mala?

- Pra tomar banho de roupa. -- revirei os olhos. -- Será que você é lerda assim mesmo ou só se faz? Eu vou embora, maninha. – Saio pela porta e vejo ela vindo atrás de mim. Ainda bem que a mala tem rodinha, se não tava ferrada nessa escada.

- Maya, espera! Maya. – Finjo que nem ouço e continuo andando até abrir a porta da frente de casa. Na sala não tinha ninguém a não ser os empregados, então foi mais fácil de sair. Mas Thayla ainda estava no meu pé. – Maya, eu mandei esperar! – Me viro para trás e a olho com uma cara sarcástica.

- Você não manda em mim, Thayla. – Então vou embora, eu até pediria pra Dantas me levar pra casa das meninas mas meu pai ficaria sabendo aonde eu estaria, então eu vou andando a pé mesmo.  Sabe o quanto é difícil andar carregando uma mala com um salto de 20 centímetros? Sim, muito difícil.

Depois de 45 minutos andando e morta de cansaço, chego na casa de Day, toco a campanhia e espero.

- Maya? O que faz aqui? – Diz ela abrindo a porta.

- Oi Amiga, eu tive um problema em casa e preciso de um lugar pra ficar só por uns 2 dias, até lá já aluguei um apartamento.

- Sinto muito! Eu não vou poder te ajudar, meus pais estão em uma crise e ta arriscado até eu ser expulsa daqui. Desculpe amiga! – Ela fala e bate a porta na minha cara. Na minha cara!

Como ela foi capaz? Bater a porta na minha cara, e mais, ela era a minha melhor amiga. Oh my god! Vou tentar a Lari, mas acho que ela não vai querer me ajudar também. Então lá vou eu, andando sozinha pelas ruas com uma mala pesada e um salto muito alto no pé. Passo por um buraco e sem perceber tropeço, fazendo minha mala se espatifar no chão. Graças a deus a mala não abriu, porém o mico é grande.

- Oi! Quer ajuda?

- Sim por fa... – Quando levanto minha cabeça, vejo um de quem jurei me vingar, o Robert. Nos encaramos por longos minutos até eu me pronunciar. – Não quero sua ajuda.

- Nossa, a patricinha caída no chão. O que houve, Polly? Quebrou o salto?

- Roberta, vai se ferrar. Eu tenho muitos problemas pra me preocupar ok?

- Sei, papai expulsou de casa é? É tão ruim como pessoa que nem os pais aguentam. – Isso me doeu, porque sei que é verdade, se não meu pai me impediria de ir embora.

Uma lágrima teimosa e solitária desce pelo lado esquerdo do meu rosto, não tenho amigas, não tenho casa, meu melhor salto quebrou e meu próprio pai não liga pro fato de eu ir embora de casa. Minha vida era um mar de rosas, e agora se tornou em uma tempestade sem fim. Ele olha para meu rosto enquanto tento disfarçar e limpar a lágrima mas ele já a viu.

– Maya, não foi minha intenção te magoar.

- Tchau, Robert. – Saio mas ele puxa meu braço, me impedindo de sair.

- Vai pra onde se você não pode mais ficar em casa?

- E você se preocupa desde quando mesmo? – Falo tentando me livrar de seu aperto, mas não consigo.

- Por que não fica em minha casa? – Deve ser um jogo dele. Não é possível, por que ele iria querer que eu ficasse lá?

- Tá me achando com cara de idiota?

- Olha, você não tem pra onde ir e eu prometi para a minha mãe que arranjaria uma namorada e sossegaria.

- Quer que eu seja sua namorada?

- De mentira, claro. Só por 2 semanas.

Ainda achando essa história um absurdo, eu penso nessa possibilidade. Eu não tenho para onde ir e fingir ser a namorada dessa pessoa irritante não deve ser tão ruim assim. Afinal, vamos apenas fingir mesmo.

- Tudo bem, eu aceito.

Sei que não dará certo, mas preciso de um lugar pra ficar então que os deuses me protejam.

Uma Patricinha DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora