Chapter Forty-Five || He's Dead

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Senti meu celular vibrar embaixo do meu travesseiro e resmunguei algo enquanto enfiei a minha mão debaixo do travesseiro para pegá-lo. Olhei no visor e o nome "Robert" apareceu, me deixando confusa por ele estar me ligando a essa hora da madruga. Sim, são apenas 4 horas da madrugada e o meu namorado está me ligando.

** Ligação On **

- Robert, eu sei que você não dorme sem ouvir minha voz, mas eu preciso dormir.

- Maya, eu... Eu não tenho uma notícia muito boa para te dar.

- O que foi? Por que está com esse tom "sério"?

- Eu preciso que se acalme.

- Automaticamente eu fico nervosa quando alguém fala para eu me acalmar. Então me diz o que está havendo, Robert.

- Okay, olha... O seu pai acabou de me ligar...

- O meu pai? Ele está bem? Por que ele te ligou a essa hora da madrugada? É alguma coisa com a minha mãe?

- Não, Maya. Escuta!

- Tá, desculpe.

- O seu pai me disse que o médico que está cuidando do Matt ligou para ele.

- O que houve com o Matt? Por favor, não me diga o que eu estou imaginando.

- Eu sinto muito, amor!

** Ligação Off **

Vi meu celular se partir em vários pedaços ao cair no chão. Eu não acredito. Ele se foi. Por que? Eu pedi ajuda a ele e ele se foi. Por que ele tem sempre essa mania de me deixar quando mais preciso dele? E agora? O que eu faço sem ele? Eu me sinto como a alguns anos atrás, quando eu não sabia o que fazer depois que descobri a sua traição. Mas agora pior do que a traição, ele não vai voltar mais. Ele não vai voltar.

O que eu vou fazer agora? Eu ainda tinha esperança de que ele acordasse a qualquer momento e me dissesse que iria me ajudar, que em breve estaríamos com o Miguelzinho novamente e que ele iria me perturbar por muito mais tempo mas não... Droga! Não, não era pra isso acontecer. E o que eu faço agora sem o Matt? Pode parecer estranho falar isso mas, depois que ele voltou, eu simplesmente não imaginei minha vida sem ele, mesmo que ele tivesse essa doença horrível, eu não conseguia imaginar um futuro sem o Matt. Ele merecia uma chance de consertar a sua vida. Ele merecia isso.

Sequei as lágrimas que teimavam em descer e me levantei da cama. Eu preciso fazer alguma coisa, não posso ficar parada aqui. Mas o que eu vou fazer? São 4 horas da manhã e eu não sei nem por onde começar. Tá, eu vou no hospital. Não, meu pai já deve ter ido. Talvez eu deva ir lá em casa, para falar com os meus pais. Isso mesmo! Eu... Eu vou falar com meus pais.

(…)

Toquei a campanhia uma, duas, três vezes até que finalmente minha mãe abriu a porta. Não falamos nada, até ela simplesmente me puxar para um abraço. Tudo o que eu mais precisava nesde momento era um abraço da minha mãe. Só depois que me afastei, percebi seus olhos vermelhos. Ela também estava chorando, o que significa que ela esqueceu todo aquele ódio mortal pelo Matt. Eu sabia que minha mãe não era rancorosa e que uma hora ou outra ela iria perdoá-lo, mas também sei que agora que ele se foi, ela deve estar se sentindo mal por não ter dito a ele que o perdoava. Deve estar se sentindo mal por ele ter partido sem saber que ela não o odiava mais, pelo menos não tanto quanto antigamente. Eu sei disso porque essa é a minha mãe. A conheço como a palma da minha mão porque sou exatamente igual a ela, então eu também me sentiria assim.

- Eu sinto muito, minha filha! – minha murmurou enquanto entrávamos.

- Eu também, mamãe! – suspirei e mais lágrimas caíram. – Cadê o papai? – perguntei olhando para todos os cantos da enorme sala.

Uma Patricinha DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora