Chapter Fourteen || I'm Going Away

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Minha cabeça estava explodindo, não literalmente, mas estava doendo demais. Meu corpo estava extremamente dolorido, era uma dor insuportável, parecia que eu levei uma surra de umas 40 pessoas. Exagero? Não, não mesmo. Abri meus olhos e vi uma sala totalmente branca com um médico anotando não sei o que em um papel. Ele que antes estava de costas para mim, se virou e ao ver que eu estava acordada, me deu um sorriso.

- Que bom que está acordada, srta. Gibson. – falou ele vindo até mim.

- Maya, me chame de Maya por favor.

- Está melhor? – ele me analisou.

- Sim. Meus pais estão aqui?

- Não, só quem está aqui é a moça que te atropelou acidentalmente. Ela disse que vocês são amigas e que ela sente muito. Posso avisar que ela pode entrar?

Amigas? Não acredito que uma daquelas vacas vulgo Larissa ou Dayane me atropelou. Quem foi o louco que disse em sã consciência disse que qualquer uma delas poderia dirigir?

Como resposta ao médico, apenas assenti e logo ele sai da sala. A porta se abriu segundos depois e a definição da palavra "vagabunda" passou por ela com um sorriso falso e cínico. Claro, quem mais poderia me atropelar? Claro que foi ela. Vadia!

- Maya, que bom que está bem. – sorriu falsamente. – Você não tem ideia do quanto eu me preocupei.

- Imagino. – dei um sorriso tão falso quanto o dela. – Talvez eu não estivesse aqui se você tivesse freiado o carro.

- Mas eu buzinei.

- Mas não freiou. – ela me encarou com um sorriso falso mas um olhar mortal e eu retribuí o mesmo olhar só que sem nenhum sorriso.

Logo o doutor entrou novamente e parece que ele percebeu o clima tenso que estava aqui.

- Então Maya, eu acabei de pegar o resultado dos seus exames e está tudo bem com você. Foi só um susto. Você já está liberada. – ele disse e sorriu.

- Que ótimo. – me levantei da cama e peguei meu celular que estava ao meu lado na cama.

O doutor já tinha saído e estávamos novamente apenas eu e Saynara na sala.

- Sabe Maya, se quiser posso te dar uma carona. – meu Deus! Tem como ser mais falsa?

- Ah, vamos ser sinceras, Saynara. – fiquei frente a frente com ela. – Você não gosta de mim e nem eu de você então me poupe de sua falsidade ok? – ela me encarou como quem já esperava por isso e eu mantive meu olhar firme.

- Tem razão. – começou a andar devagar pela sala. – Você roubou o MEU Rob de mim.

- Eu não roubei ninguém. Se ele não está com você é porque você não o interessa tanto assim. – dei meu melhor tom provocativo e ela me olhou e eu posso jurar que estaria morta agora se olhares matassem.

- Ele ainda vai voltar para mim e você vai ser jogada para escanteio. – falou em um tom baixo mas firme e saiu da sala.

Respirei fundo e digitei o número do idiota do meu "namorado". Aonde eu estava com a cabeça quando aceitei essa proposta idiota? Que os deuses me protejam.

Ligação On

- Posso saber por que não está na escola? – o tom de Robert era alto e exalava preocupação. Mesmo não gritando, sua voz fez minha cabeça latejar.

- Fala mais baixo. E não estou na escola porque estou no médico. Será que rola uma carona?

- Por que você está no médico?

- Robert, só me dá uma carona. Eu te passo o endereço por mensagem.

Ligação Off

Fui até o pequeno banheiro que tinha no quarto e me olhei no espelho, estava com uma cara horrível. Prendi meu cabelo que estava solto em um coque deixando alguns fios caídos sobre meu rosto, passei uma água em meu rosto e saí de daquele quarto e depois do hospital, fiquei esperando o idiota do Robert por um bom tempo até que ele apareceu finalmente.

- Demorou. – reclamei enquanto colocava o cinto.

- Posso saber o que estava fazendo em um hospital e que arranhão é esse na sua testa? – ele perguntou ignorando totalmente a minha reclamação.

Ele é um idi... Espera, ele disse "arranhão"? Me olhei no espelho do retrovisor e vi um arranhão médio em minha testa. Como eu não vi isso antes? Deve ser por isso que essa região dói tanto.

- Droga! – resmunguei. – Sabe aquela lindinha da sua prima atirada?

- O que tem ela? Te bateu e você veio parar no hospital? – apesar dele estar prestando atenção na pista, eu percebi o tom debochado dele.

Depois eu mato um ser desses e dizem que eu sou a ruim.

- Não amorzinho, ela me atropelou.

- Não brinca, Maya, isso não é brincadeira que se faça. – seu tom era sério e ele ainda olhava a estrada e quando o sinal fechou, ele me encarou.

- Eu não estou brincando, Robert, inclusive, ela disse que você ainda vai voltar para ela.

- Eu nunca fui dela. – sorriu.

Ou ele está ignorando a parte que eu disse que ela me atropelou, ou ele realmente não acredita em mim.

- Robert, de tudo que eu te disse você só ouviu isso? – perguntei incrédula e voltou sua atenção para a pista quando o sinal abriu.

- Pelo menos isso parece verdade. – sério que ele não acredita em mim.

Argh! Que idiota teimoso e imbecil.

- Quer saber? Eu vou procurar um apartamento o mais rápido possível, eu não aguento mais tantos problemas em cima de mim. – encostei minha cabeça na janela do carro e cruzei meus braços.

- Ótimo, faça isso.

- Ótimo, vou fazer.

(...)

O resto do caminho no carro foi em um silêncio absoluto, eu não acredito que a priminha falsa do Robert me atropelou e ele simplesmente disse que eu estava mentindo. Por que isso me surpreende tanto? Afinal, esse idiota me acha uma imatura. Eu já sei o que devo fazer e vou fazer isso agora. Fui até a minha mala (que fica no closet do Robert) e peguei um vestido verde que vai até o meio das minhas coxas, calcei um salto preto trançado na canela e soltei meus cabelos. Estava saindo quando o sr. Alejandro entrou no quarto (acho que ele esqueceu que eu estava aqui ou simplesmente não sabe) .

- Maya? – ele pareceu surpreso em me ver aqui. O que confirma a minha suspeita de que ele não sabia que eu estava no quarto do Robert. – Perdão, eu achei que o Robert estaria aqui.

- Tudo bem. Eu já estava de saída.

- Maya, podemos conversar antes de você sair? Só vai levar um segundo. – eu não gosto dessa frase. Respirei fundo e me sentei na ponta da cama.

- Sobre o que exatamente?

- Eu queria agradecer. – eu o olhei confusa e ele continuou. – Agradecer por estar fazendo isso com o Robert.

- Isso o que?

- Robert era um cara solitário e achava que iria curar isso saindo com várias garotas, bebendo até não poder mais e aprontando todos os dias. Mas aí você entrou na vida dele, tá certo que nunca fui o melhor pai do mundo mas você o tornou melhor, Maya. – eu o encarava sem saber o que dizer. Eu nunca me imaginei ouvindo isso do pai de Robert.

- Eu... – sorri. – Eu nem sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada. Aliás, eu que queria te dizer algo e agora que já disse me sinto aliviado. – ele abriu a porta e antes de sair sorriu para mim.

Ele é o pai de Robert e claro que vai achar que só porque o filho está se comportando bem, ele é "uma pessoa melhor " mas não, ele continua o mesmo traste só que mais discreto. Acho que já está na hora de ir embora, me envolvi demais com essa família, pior, me envolvi demais com o Robert.
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Uma Patricinha DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora