1- A Descoberta

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Olá, tudo bem? Esse é o primeiro livro que publiquei nessa plataforma, se não me engano, em 2015. É uma história profunda sobre a conexão e o amor incondicional entre mãe e filha. E claro que tem romance também, né?

Mas passei para avisar que estou reescrevendo-o. Fazia um tempo que queria atualizar esse enredo, cortar e adicionar alguns pontos necessários. É isso. Vamos reescrever junto comigo?

Beijos no coração.
Elaine C.

Parte Um

Beatriz

Sabe aquele dia em que tudo dá errado, desde o momento em que abrimos os olhos pela manhã? Pois é, hoje é um desses dias ruins. A vontade que tenho é de voltar a dormir e ficar quietinha nesse quarto até essa maré de azar passar. O problema é que isso não vai ser possível. Não posso ignorar o mundo hoje, bem no dia do meu aniversário de 18 anos. Então, mesmo sem forças, saio do aconchego da minha cama para encarar o dia da verdade.

Me arrasto até meu roupeiro e pego o teste que escondi no fundo da última gaveta. Faz três dias que adio isso, mas aos dezoito, sinto que preciso encarar os fatos. 

Fritei na cama a noite inteira, tentando esvaziar minha mente e adormecer, mas não deu certo. Não dá mais para viver desse jeito, com a pergunta dando voltas em minha mente 24 horas por dia: E se eu estiver grávida? O que vai ser de mim?

Então aqui estou eu, tremendo dos pés a cabeça, morrendo de medo de fazer xixi nesse palito. Mas não tenho alternativa.

Enquanto espero os dois minutos mais longos da minha vida para o teste ficar pronto, faço mil preces a Deus, pedindo que tenha piedade de mim e não permita que eu tenha engravidado na única vezimha em que fui inconsequente. Prometo a Ele ser uma pessoa melhor, se me der essa chance. Nunca mais me envolverei com pessoas que mal conheço.

Mas algo no fundo do meu coração me diz que prece nenhuma vai mudar o que está acontecendo. Mesmo que eu adie ao máximo conferir esse resultado, mesmo que eu fuja dessa verdade, eu já sei. Eu sinto tudo mudando dentro de mim.

̶  Que droga de mãe você vai ter, hein?   ̶̶  digo para minha barriga, ainda chapada.

Respiro fundo, conto até três e pego o bastão. Uma risca firme e outra borrada... Mas que merda isso significa, meu Deus? Na bula diz só que uma risca é negativo, duas positivo. O que quer dizer uma risca e meia? Droga! Pior é que nem tenho dinheiro para comprar outro teste. E agora?

Enrolo o teste no papel e jogo na cesta de lixo. Tento esvaziar minha mente e não pensar mais nesse assunto por enquanto. Vou trabalhar hoje na parte da manhã. O Beto, meu chefe na lanchonete, disse que me libera logo após o almoço para eu curtir meu dia. Então, tomo um banho apressado e vou ao quarto pegar uma muda de roupas. Tropeço com força no pé da cômoda e quase quebro meu dedão esquerdo.

― Droga! ― Me sento no chão e xingo todos os palavrões desse mundo enquanto meu dedo sangra sem parar.

― Bia? Que grito foi esse? ― Minha mãe invade o quarto e se assusta ao me ver no chão ― Santo deus! Seu pé tá sangrando! O que aconteceu?

― Tropecei... - resmungo entre suspiros fundos para não gritar de dor - Acho que arranquei minha unha, mãe.

Ela se aproxima preocupada.

― Tira a mão para eu ver isso.

― Mãe, tá doendo, não mexe!

― Só quero ver. Tira a mão!

Minha Vida, Meu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora