24 - Sem Distâncias

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Oi, pessoas. Tudo bem? Sumi de novo, né?

Vamos às justificativas: Bloqueio criativo extenso nesse segundo semestre que tem sido um desafio pra mim! Não saía sequer uma linha nessas últimas longas semanas (meses!) que passou.


Como eu já falei algumas vezes, eu não forço escrita, pois não gosto do que escrevo quando fico sem inspiração, então sempre prefiro respirar e esperar a fase improdutiva passar. E algumas vezes demoram mais do que devia...

Acho que dessa vez, esse "vazio de escrita" tem a ver com o turbilhão de acontecimentos na minha vida pessoal. Esse ano aconteceram muitas coisas que me afetaram bastante... Perdas de pessoas queridas, responsabilidades que não estavam nos meus planos abraçar. Tudo isso me afetou de um jeito que nem sei explicar. Minha cabeça ainda está se organizando, minha rotina ainda está caótica, mal tenho tempo para descansar.

Mas escrever sempre foi a minha terapia e o meu leme, então vou tentar voltar aos poucos nesse final de ano. Mas devo me organizar melhor depois da virada, porque é quando consigo tirar uns dias de férias.

Mas tô aqui! Espero que não tenham ficado chateadas...

*Ah, não abandonei nenhum dos dois livros em andamento. Vou terminá-los assim que conseguir focar em escrever.

Bora de capítulo novo?

Beijos no coração.

Elaine C.

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Marcelo

Deixamos toda a comida que trouxemos com as funcionárias do abrigo e entramos. A diretora conversa conosco por alguns minutos, afirmando que sabe da nossa história e que está torcendo muito que tudo se ajeite o mais depressa possível.

- Como ela está? - Bia pergunta, preocupada - Voltou a ter febre?

- Não teve, mas está mal humorada. Não quis assunto com ninguém hoje...

Compreensível. Deve estar agoniada por descobrir tudo e não poder ir para casa com a mãe dela.

- Podemos vê-la? - pergunto.

- Claro. Ela está com as outras crianças, lá no pátio.

Bia me puxa pela mão. Não precisamos dizer o quanto esse momento é importante para nós. Sabemos exatamente o que o outro está sentindo. A expectativa, a angústia de saber que vamos para casa sem ela, a felicidade por estarmos tão perto de encerrarmos o capítulo mais triste das nossas vidas... Tudo misturado.

- Não estou vendo ela... - Bia resmunga, parando na área livre do abrigo, onde muitas crianças brincam.

Olho ao redor, procurando-a.

O lugar é bonito, tem brinquedos coloridos e lúdicos, balanços, escorregas. As crianças parecem mesmo bem cuidadas. Que bom que a trouxeram para cá. Ao menos é um lugar confortável até podermos levá-la.

- Tá ali. Vamos. - aponto para o lado oposto aos brinquedos e puxo Bia pela mão.

Ela está sozinha, sentada no chão, recostada numa árvore. Parece que realmente não quer assunto com ninguém.

Corremos até ela que pelo visto, ainda não se deu conta da nossa presença.

- Filha! - Bia se agacha diante dela, emocionada.

Alicia não responde, mas o suspiro de alívio que dá antes de se jogar nos braços da mãezinha dela, vale mais do que todas as palavras do mundo.

As duas se abraçam nessa imensidão de amor e saudade. E choram, por um misto de sentimentos tão confusos feito os meus.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2023 ⏰

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