Beatriz
Ele quer arrumar a minha bagunça. Como se existisse essa opção... Minha bagunça é crônica, não tem arrumação que dê conta de tanto caos e o que o Marcelo está despertando novamente em mim é só mais um cômodo zoniado dessa minha vida.
- Eu não tenho nada saudável para te oferecer e acho que você sabe disso melhor do que eu. - alerto-o - Mesmo que meus sentimentos por você voltem com tudo, eu só iria te fazer mal.
- Não é verdade. A gente sempre se faz bem, branca. - ele afirma, segurando a minha mão.
Sim, a gente se faz bem, mas será que como casal iríamos continuar nos fazendo? Sei lá... Sinto que eu não seria para ele um amor leve.
- Ei! - ele toca o meu queixo e vira o meu rosto na direção do seu - Fala comigo. Eu não te faço bem?
Um filme se passa em minha cabeça enquanto olho seus olhos assim, tão intensos e tão perto. Quantas vezes eu desejei exatamente esse olhar de quem quer tudo que eu puder oferecer? Quantas vezes me frustrei por ter certeza que ele nunca me veria desse jeito? Agora ele está bem aqui, "todo carne, osso, pele, boca e coração", exatamente como diz a letra de uma música que gosto. Meu Deus, como a vida é louca!
- Branca, se continuar me olhando assim... - avisa, tocando meus lábios com o polegar.
Interrompo-o, pegando de volta o beijo que ele me roubou mais cedo.
Uma energia louca e urgente toma conta de cada poro nosso em questão de instantes. Quando me dou conta, já estou perfeitamente encaixada em seu colo e querendo muito mais do que um beijo avassalador no velho balanço do quintal. Parece que cada célula minha entrou em ebulição de repente, até desconheço essa necessidade absurda que estou sentindo.
Sou apresentada a uma versão do Marcelo que é completamente nova pra mim. Ele é atrevido, fogoso, mas sem perder seu modo doce. Suas mãos parecem ávidas por explorar minha pele e de repente, já está cruzando uma linha inédita para nós dois, enquanto sua boca não desgruda da minha.
Seus dedos ágeis me tocam sobre o fundo do meu short jeans e um choque se espalha por todos os meus nervos. Ele procura um caminho atravésdo jeans e eu anseio que encontre logo.
Ele encontra, mas para, acho que quer permissão para ir adiante. Como se a essa altura eu tivesse condições de recuar. Mas antes que eu formule alguma permissão, ele percebe que hoje pode tudo. E me toca, quebrando de uma vez a barreira do "só amizade".
- Branca... - ele sussurra em meu ouvido, aprofundando seu toque e me apertando contra si.
Ouvimos vozes de pessoas passando lá fora e me afasto de sua boca, conferindo se os vizinhos estão presenciando essa nossa loucura. O muro é baixo, mas eles não parecem focados em nós.
- Tudo bem se a gente entrar pra continuar esse assunto num lugar mais discreto e confortável? - ele sugere em meu ouvido, sorrindo dessa nossa química surpresa.
Queria ser coerente e dizer não, mas em nome de todas as vezes em que me frustrei por Marcelo nem me notar, eu assinto. Não conseguiria negar nada a nós nesse momento.
Ele nem hesita. Se levanta comigo em seu quadril e me carrega casa a dentro, até se jogar comigo em sua cama, sem parar de me beijar.
Puxo sua camiseta para cima, enquanto ele puxa meu short e todo o resto, jogando longe.
Seu olhar percorre sem pressa a minha nudez e é nesse momento que meu lado menina insegura que na prática não sabe sobre sexo entra em cena.
Quantas mulheres experientes já passaram pela vida dele? Faço menção de puxar o lençol, mas ele segura meus pulsos.
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Minha Vida, Meu Amor
Historická literaturaBia é uma garota prestes a completar 18 anos. Alegre e extrovertida, como qualquer adolescente de sua idade. É apaixonada por Marcelo, seu melhor amigo que para sua infelicidade, a enxerga como irmã. Para provocar ciúmes no amigo, ela decide "f...