Por favor, Bianca!

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   Foi muito difícil para mim estar longe da minha melhor amiga, porque é ela com quem eu desabafo e com quem partilho os meus segredos, mas neste momento, terei de fazer isso com a minha almofada. Nem com o Gonçalo conseguia fazer isso, desabafar...

   Quando deixei os meus pensamentos, reparei que já estava atrasada para a aula seguinte, mas não estava com vontade nenhuma de ir, por isso, fingi uma dor de cabeça e fui até à enfermaria.

   -Não tens febre-disse a Dona Rosa, a enfermeira, após alguns minutos-mas a tua expressão não me parece muito boa, passa-se algo?

   -Tive um pequeno problema agora no intervalo, e acho que isso me deixou com estas dores horríveis-detesto mentir, mas era a única solução naquele momento.

   -Deita-te um pouco aí que eu vou buscar um pano molhado e um comprimido-disse a enfermeira enquanto saía da enfermaria.

   Não sei se foi coincidência ou se foi o Karma, mas a verdade é que me começou a doer mesmo a cabeça, e quando a enferemeira voltou, tomei logo o comprimido.

   -Aproveitei e avisei também a auxiliar, ela vai dar o recado à tua professora de Geografia, que está a dar aulas neste momento.

   -Obrigada, Dona Rosa. Acha que ainda vou a tempo de assistir à aula?-perguntei.

   -Tudo depende do teu estado, se continuares com essas dores, não vais, se melhorares dentro de meia hora, podes ir-respondeu a enfermeira- e, segundo o teu horário, esta é a última aula do dia, por isso, talvez te mande para casa.

   -Está bem, Dona Rosa-agradeci.

   -Agora trata de descansar enquanto eu vejo uns relatórios-disse a enferemeira, sentando-se na secretária.

  
   Entretanto na sala de aula:

   *Porta Bate*

   -Sim, por favor?-perguntou a professora de Geografia.

   A porta abriu e entrou uma auxiliar:

   -Boa tarde, era só para informar que uma aluna sua, a Catarina Neves, está a faltar porque foi para a enfermaria. A Dona Rosa não sabe se ela vai voltar, porque a menina está com fortes dores de cabeça-explicou a auxiliar.

   Um suspiro desesperante quebrou o silêncio que se fez sentir.

   -Obrigada-agradeceu a professora.

   *Porta Fecha*

   -Alguém me explica que suspiro foi este?-perguntou a professora intrigada.

   -Fui eu-uma voz tímida e trémula fala.
 
   -Eu quem??-pergunta a professora franzido o sobrolho.

   -Eu professora-a Bianca levanta a mão.

   -Posso saber porque suspiraste daquela forma?-quis saber a professora.

   -Nada de especial...

   -Bianca!

   -Está bem, está bem, nós apenas dicutimos no intervalo.

   -Porque razão?-perguntou a professora.

   -Peço desculpa, mas isso é pessoal, por isso não queria divulgar à turma nem à professora o motivo da discussão-disse a Bianca.

   -Mas eu sou professora e preciso que os meus alunos estejam bem e que conversem comigo-disse a professora zangada.

   -Desculpe lá, mas se acha que é assim, toda a turma está contra-disse o Gonçalo-se ela não quer dizer, está no seu direito.

   Ouviram-se murmúrios de concordância na sala e a professora corou de vergonha.

   -Vamos prosseguir-disse por fim.

   Na enfermaria, as coisas não melhoraram para a Catarina.

   -Catarina, acho melhor ires para casa e tomares estes comprimidos, porque agora estás com febre. Eu peço para ligarem ao teu Encarregado de Educação para ser informado-disse a enfermeira, após medir a febre.

   -Ok, obrigada-disse, com mão na testa.

   -Vá, já volto-disse a enfermeira.

   Fiquei abatida com a febre e adormeci. Quando a enfermeira regressou, trouxe a Bianca consigo.

   -Catarina, Catarina-disse a enfermeira tentando acordar-me.

   -Sim?-perguntei com os olhos semicerrados.

   -A Bianca queria falar contigo-disse a enfermeira-Bianca, tens 5 minutos.

   *Enfermeira Sai*

   -Então, o que se passa?-perguntei à Bianca.

   -Precisava de falar contigo-explicou ela.

   -Sim. E o que é?-perguntei, receosa.

   -Catarina, ficaste com essa dor de cabeça por causa de uma discussão, e acho que podes piorar, por isso, tomei uma decisão: quero cortar relações contigo.

   -Porquê?-senti-me muito mal.

   -Já te disse, andas muito tempo com o Gonçalo e já não me ligas! Fartei-me, desculpa, mas é assim-ela terminou.

   -Por favor, Bianca! Eu preciso de ti! Não percebes a falta que me fazes?-eu insisti.

   -Percebo que tu e o Gonçalo se amam e eu estou farta de ficar sozinha, ou de ficar a queimar os dedos a segurar na porcaria da vela-ela estava irritada.

   -Mas o Gonçalo é que é o culpado! Eu já lhe expliquei isso, é muito difícil para mim convencê-lo, ele não gosta de ti! Oh!-levei as mãos à boca.

   -Não gosta de mim? Mais me ajudas, adeus Catarina!-ela virou-me as costas e saiu desparada.

   Fiquei muito magoada sem saber o que fazer, quando a Dona Rosa entrou e me viu com uma expressão desesperada, mandou-me logo para casa. "Só vens à escola quando baixar a febre", ela disse-me. Ao menos consegui recompor-me um pouco.
Quando voltei à escola...

Olá! Espero que a fic não esteja a ser uma seca...se ela for má por favor mandem-me mensagens porque a vossa opinião é importante. Se gostaram votem e comentem por favor! Beijos!
  

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