Posso ficar?

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-Olá...

-O que fazes aqui?? Responde-me!-gritei.

-Eu segui você-respondeu.

O quê? O Bruno seguiu-me desde o Brasil até ao Luxburgo?

-Como é que me seguiste até aqui?

-Vim no avião.

-No avião? Pagaste a viagem?

-Não...

-Então?

-Foi o Gu.

-O Gu??-perguntei espantada.

-Sim, eu lhe disse "Gostava tanto de ir com a Catarina...". Aí ele respondeu "Você quer ir? Pago a sua viagem e vai escondido no carro" eu disse que aceitava e agradeci a ele mesmo muito.

-E os teus pais?

-Meus pais se amam e sabem o que é amor à primeira vista. Eu disse para eles "A mulher da minha vida vai para Luxemburgo. Eu amo ela e quero muito estar com ela. Me deixem ir, eu quero mesmo ir...preciso dela. Posso ir?". Eles me deixaram, porque perceberam que você é a mulher de meus sonhos.

Enquanto dizia isto ele ia-se aproximando cada vez mais de mim e quando terminou estávamos mesmo muito perto um do outro. Ele inclinou-se para me beijar, mas eu cheguei-me para trás.
Ele tentou iniciar conversa.

-Tenho ido buscar comida lá a baixo e como no armário.

-Então eras tua a fazer barulho!

-Talvez.

-Tu tens-me visto a vestir e isso?

-Às vezes, você tem bom corpo, sabe?

Eu corei.

-Enfim, rapazes...e agora que faço contigo?

-Pode deixar-me aqui.

-Pois, claro, durante quanto tempo?

-Não sei...

-Bruno, vais ter de te ir embora, desculpa...

-Não! Eu quero ficar ao seu lado.

-Não podes Bruno, és muito querido, mas não posso deixar-te aqui.

-Pode sim, eu falo com seu pai e ele me deixa ficar! Eu peço-lhe muito.

-O meu pai não cede facilmente. E não sei se é boa ideia.

-Eu peço para ele!

-Vai lá então, mas deixa-me falar primeiro.

Fomos até ao escritório do meu pai e pelo que me pareceu, estava a meio de uma chamada. "Sim, há espaço, não se preocupe, eu trato de tudo". Foi tudo o que ouvi. Bati à porta quando ele desligou e entrei.

-Olá pai.

-Olá Catarina. Está tudo bem?

-Sim, pai queria apresentar-te uma pessoa. É um amigo.

-Ok.

O Bruno entrou e o meu pai fez uma análise ao seu aspeto.

-Olá-saudou o Bruno.

-Olá, então, tu és o amigo da minha filha?

-Sou sim, sou o Bruno.

-És do Brasil.

-Sim, mas vim para cá no mesmo voo que o vosso.

-E então porquê?

-Eu conheci sua filha lá no Brasil e achei ela diferente. Ela era engraçada, bonita e divertida. Andámos juntos enquanto ela esteve lá e cheguei à conclusão de que ela é a mulher da minha vida. Preciso de ficar com ela, mesmo que ela não goste de mim, preciso dela, agora preciso. Mas eu não tenho casa, e não sei onde ficar. Será que você me deixaria ficar a viver aqui?

-Jovem, o que disseste é muito bonito, mas a minha filha tem namorado.

-Eu sei, mas ele nem está com ela e nem veio vê-la enquanto ela esteve cá. Eu vim do Brasil até aqui só para estar com ela.

-Mesmo assim, não me convences. E não me parece que ela vá namorar contigo.

-Eu não diria o mesmo-disse o Bruno olhando para mim.

-Catarina, não me digas que estás com ele!

-Não pai! Não estou!

-Do mal o menos...jovem, vou deixar-te ficar cá, mas é óbvio que dormes num quarto diferente. Não quero que incomodes ninguém ok? E é assim, se magoas a minha filha, podes ter a certeza que te ponho no olhos da rua.

-Com certeza, senhor.

-Vá, vai lá e não arranjes porcaria.

-Descanse.

Saímos do escritório e eu deu-me um beijo na cara.

-Eu disse que conseguia.

-Tens razão. Peço desculpa ter duvidado.

Nesse almoço o Pierre e a Emma ficaram espantados e o meu pai explicou-lhes a situação.

-Foi esse o rapaz que pôs a Catarina a chorar na praia Senhor Fernando-disse o Pierre.

-O quê?-perguntou o meu pai engasgando-se.

-Pai, eu chorei porque estava triste por me ir embora e ia ter saudades-disse eu.

-Hm, ok.

Continuámos o almoço e o Bruno ajudou a Emma a levantar os pratos e a lavar a loiça. Ela ficou encantada e agradecida, dando-lhe um chocolate, que ele dividiu comigo.

À tarde ele perguntou se eu queria ir ao cinema com ele e eu respondi que sim. Fomos então ao cinema ver um filme de terror.

A meio do filme eu estava mesmo assustada e ele reparou. Colocou o braço à minha volta e chegou-me para perto dele.

-Assim está melhor?-perguntou.

-Sim-respondi.

Continuámos a ver o filne e depois decidimos jantar por lá, claro que primeiro liguei ao meu pai, mas ele deu-nos permissão para isso.

Entretanto, em casa:

-Não percebo porque raio o senhor deixou que ele ficasse!-resmungou o Pierre.

-Eu vou passar menos tempo com ela, sinto que preciso de compensá-la. E já sei com o quê-disse o meu pai com um sorriso.


Oláááá! Como será que o pai da Catarina a vai compensar? Pensem e comentem! Votem por favor! Obrigada e beijinhos!

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