Reecontro

212 24 5
                                    

   *4 anos depois*

   -Sofia, meu bem, chega aqui-eu e o Bruno chamámos a Sofia.

   -Vou já.

   Ela veio ter conncosco.

   -Querida, temos uma coisa muito importante para te contar. Depois disto não queremos que faças nenhuma parvoíce, está bem? Nós amamos-te e sentimos que está na altura certa para te contar isto-eu disse.

   -O que se passa mãe?-perguntou a Sofia assustada.

   -Bem, não sei como te dizer isto...

   -Amor, na vida as coisas nem sempre correm como a gente planejou, entende?-perguntou o Bruno.

   A Sofia assentiu.

   -E este foi um desses casos. A mamãe não parece estar bem para contar, por isso vou fazê-lo. É assim. Como você sabe, a avó, a mãe da mamãe, morreu quando ela tinha 15 anos. E ela ficou muito mal mesmo. Acontece que a mamãe namorava outro menino que a violou e isso gerou um bebé. Quando ele soube, deixou-a. Mamãe quis abortar, mas resolveu não o fazer. E depois a bebé nasceu e está agora à nossa frente-o Bruno contou.

   A Sofia engoliu em seco.

   -Aaaa, isto quer dizer que...que...

   -Que o Bruno não é o teu pai biológico-eu disse com algumas lágrimas a escorrerem pela cara.

   -Como, como é que me puderam fazer isto? Enganar-me durante 15 anos!

   -Sofia, ele não quer saber de ti!-disse eu.

   -Como é que ele se chama?

   -Gonçalo-respondi.

   -Quero conhecê-lo!-ela gritou indo para o quarto. A Kiara viu-a e foi atrás dela. Elas davam-se muito bem e então a Sofia contou-lhe tudo.

   Ao jantar dialogámos e concordámos que a Sofia deveria conhecer o Gonçalo.

   -Esse cobarde-disse o meu pai-não devias conhecê-lo Sofia! Tratou a tua mãe muito mal!

   -Avô, eu quero conhecê-lo. Preciso de vê-lo nem que seja uma vez na vida.

   Na semana seguinte fomos a Portugal para procurar a antiga casa do Gonçalo. A Sofia tinha ideia de como era a cara dele, pois ela pediu-me para lhe mostrar fotos de quando andávamos no 9º ano.

   Quando aterrámos, dirigimo-nos à casa onde ele vivia antigamente.

   *Campainha Toca*

   -Bom dia, em que posso ajudá-la?

   -Aaa, o Gonçalo está?-perguntei.

   -O Gonçalo? Ele não vive comigo.

   -É a mãe dele?-perguntei.

   -Sou sim, e a menina?

   -Sou a Catarina, não se lembra de mim? Namorei com ele no 9º ano.

   -Ah, lembro-me.

   -Preciso de falar com ele.

   -Falar com ele?

   -Motivos pessoais.

   -Vem mesmo a calhar, ele vem cá almoçar, deve chegar dentro de pouco tempo.

   Ela convidou-nos a entrar, estava eu, a Sofia, o Bruno, o meu pai e a Kiara.

   Quando o Gonçalo chegou vinha acompanhado de uma mulher e um rapaz. Não me reconheceu.

   -Boa tarde-ele disse inseguro olhando para as pessoas que se encontravam no sofá.

   -Olá Gonçalo, olha, esta é a Catarina Neves, ela diz que namoraram no 9º ano-a mãe dele falou.

   -O quê? Isso foi à 15 anos-disse ele-mas a cara dela é familiar. És mesmo tu?

   -Sou, e preciso de falar contigo-disse eu levantando-me.

   A Sofia olhava-o admirada, ele era loiro de olhos azuis, tal como ela.

   -O que queres?-perguntou o Gonçalo.

   Agarrei nele e levei-o para um sítio mais longe da sala.

   -Lembras-te de quando me engravidas-te e não quiseste saber?-perguntei com desprezo.

   -Sim...

   -Pois, como sabes eu não abortei e tive o bebé. É ela-apontei para a Sofia.

   -Ela?A loira?-ele perguntou pasmado.

   -Sim, ela tem 15 anos e achei que tinha de lhe dizer a verdade.

   -Compreendo, mas também compreendes que sou casado e que tenho um filho. O que vou eu dizer à minha mulher?-ele olhou-me um pouco angustiado.

   -E ela quis ver-te, a tua mulher terá de saber que és pai da Sofia.

   -Posso falar com ela?-perguntou ele.

   -Tem atenção ao que dizes-avisei.

   Chamei a Sofia ao pé dele e fui sentar-me no sofá. Ainda sentia tanta raiva do Gonçalo...

   -Olá-ele disse.

   -Oi-a Sofia respondeu.

   -Então, tudo bem?-ele perguntou.

   -Não...

   -Então?

   -Ainda dizes "então"?-perguntou ela quase a chorar-soube na semana passada que o meu pai biológico abandonara a minha mãe e que não me quis! Senti-me tão mal por saber que o homem que chamei de pai durante 15 anos não era mesmo o meu pai. Senti raiva da minha mãe por me ter escondido a verdade, mas senti ainda mais raiva por ti que nos abandonaste às duas! Odeio-te!

   -Sofia, nós tinhamos 15 anos, não estávamos preparados para ser pais-o Gonçalo defendeu-se.

   -Então porque a violaste?-a Sofia quase que gritou.

   -Porque estava com necessidade disso!-ele disse.

   -Asério, que estupidez, espero que não prejudiques o teu filho assim. Adeus.

   A Sofia voltou para ao pé de nós e fomos embora. Ficámos num hotel durante 2 dias e voltámos para o Luxemburgo. Ela estava magoada connosco mas ao fim de alguns dias falámos.

   -Então amor, o que precisas de dizer?-perguntei.

   -Eu quero pedir desculpa pelo meu comportamento-ela disse.

   -Não se preocupe, nós entendemos-o Bruno disse-e não quiser me chamar mais de papai eu entendo.

   -Era sobre isso que queria falar. Eu quero continuar a chamar-te de pai. Um pai não é necessariamente aquele que engravida a nossa mãe. Um pai é aquele que está sempre cá para nos ajudar e que nos ama com todas as forças-a Sofia terminou.

   -Obrigada princesa-o Bruno abraçou-a.

   Foi difícil, mas preferi dizer-lhe a verdade, penso que ela ficou magoada, mas era melhor assim.

   Olááá! Mais uma vez peço desculpa por os anos avançarem tão rápido. Espero que gostem deste capítulo, está bem grande, quase 1000 palavras! Votem e comentem o que acharam da Sofia conhecer o Gonçalo. Beijos!

Why?   *PT*Onde histórias criam vida. Descubra agora