No dia seguinte

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   No dia seguinte acordei cheia de dores no pescoço, provavelmente dormira sem almofada a noite toda.       Levantei-me, tomei um duche e depois desci para tomar o pequeno almoço. Fui à prateleira buscar uns cereais, coloquei-os numa taça com leite quente e fui para a sala. Embrulhei-me numa manta e vi televisão, até a Clarice acordar, perto das 10 horas. Ela também tomou o pequeno almoço e depois fomos ao shopping para comprarmos roupa para nós. Almoçámos também por lá e durante a refeição o meu pai ligou-me.

   *Chamada On*

   -Estou?

   -Estou, pai?

   -Olá Catarina. Tudo bem?

   -Sim e contigo.

   -Também. Olha, estou a ligar para te avisar que vou voltar na 4ª feira. Devo chegar por volta das 20 horas.

   -Aaa, pai, eu gostava de...dizer-te uma coisa...eu...no mês passado conheci uma senhora que tinha sido despejada e...bem...eu ajudei-a- ouvi o meu pai a resmungar baixo.

   -O que queres dizer com ajudar?- perguntou ele desconfiado.

   -Bem, ela está...aaa...está...a...viver lá em casa...

   -O quê? Tu passaste-te? A viver na nossa casa? Tu nem a conheces sabes lá se não é nenhuma ladra!Quero-a fora dessa casa!

   -Mas pai, ela tem-me ajudado muito! Muito mesmo! Eu preciso dela comigo, ela tem-me dado o apoio de que eu precisava!

   -Eu vou voltar e depois dou-te apoio!

   -Não! Tu não me deste apoio quando a mãe morreu e já passou um mês- sem dar conta estava aos berros com o meu pai e as pessoas do shopping ouviram-me- a Clarice fica!

   -Isso é o que vamos ver quando eu chegar!

   *Chamada Off*

   Desliguei-lhe o telefone na cara, ele foi mesmo parvo! Asério, nunca tinha faltado ao respeito ao meu pai, mas ele foi mesmo mau ao ter-se ido embora.

   -Querida, estás mais calma?-perguntou a Clarice.

   -Sim, vamos para casa?

   -Vamos.

   Fomos para casa e passámos o resto da tarde a ver filmes. Jantámos uma pizza familiar e como estávamos cansadas deitámo-nos cedo.

   Acordei no dia seguinte às 7 horas. Levantei-me, fiz a minha higiene e tomei o pequeno almoço. Saí de casa cheia de sono. As segundas feiras são sempre horríveis porquê? Argh! Fui andando até à escola, com os fones nos ouvidos e com as mãos nos bolsos. Cheguei ao portão, passei o cartão e entrei. A Bianca estava com o Afonso no banco e o Gonçalo estava com os amigos.

    -Bom dia-saudei quando cheguei ao pé da Bianca.

   -Olá-responderam em uníssono.

   -Então, não vais ter com o Gonçalo?-perguntou o Afonso.

   -Não...prefiro ficar a queimar os dedos aqui, a segurar a vela-respondi.

   -Então?

   -Cenas, Afonso. Cenas...-respondi.

   No primeiro intervalo da manhã eu fiquei com a Bianca porque o Afonso foi a casa buscar os livros. Passámos no jardim quando:

   -Eehhh, olha a grávida-gritaram os amigos que estavam com o Gonçalo.

   -Ahaha, foste fodi** pelo nosso amigão!

   -Éuééé!! 'Tás a ser bue espigada!

   Eu começei a correr, foram tão cruéis, o Gonçalo contou-lhes! Porquê? É tudo o que eu quero saber! PORQUÊ?

   -Catarina! Espera!-gritou a Bianca.

   Eu ignorei-a e continuei a correr para um beco isolado, um canto onde ninguém costuma ir.  A Bianca chegou lá pouco depois.

   -Catarina, estás bem?

   -Não...

   -Eles são estúpidos, não lhes ligues.

   -Posso até ignorá-los, mas agora todos vão saber da minha gravidez!

   -Então aborta!

   -É o que eu vou fazer.

   -Eu sou contra o aborto, mas acho que agora é a única solução-disse a Bianca.

   Abortar era a única opção, mas iria matar o meu filho? Isso era tão mau. Nem imagino se me fizessem isso.

   Oláááááá. Espero que estejam a gostar! Obrigada mais uma vez pelas leituras e pelos votos! Representam muito para mim! Bjs ❤

Why?   *PT*Onde histórias criam vida. Descubra agora