Acordei um pouco triste no domingo. Passaria um dia inteiro sem ter o Duda comigo. Levantei meio sonolento e fui para o banheiro. Nem olhei as horas.
Tirei minha cueca e precisava de uma depilação geral, e foi isso que eu fiz.
Quando saí do banheiro, vi as horas. Já passavam das nove. Meu celular vibrou.
"Queria tanto estar aí com você." Eduardo me enviou."Eu também queria muito que você estivesse aqui comigo."
"Nós praticamente acabamos de chegar e só vamos voltar na segunda à noite."
"Segunda? À noite? Não acredito."
"Vovó disse que está com saudades! Bom, tenho que ir. Bjs!! :) "
"Tudo bem. Bjs! :)"
Coloquei o celular em cima da cama e me vesti. Desci as escadas e entrei na cozinha.
Carlos estava junto com a Dany. Sentei e começei a tomar café.
- Seu pai está vindo para cá. Ele disse que precisa conversar com você.- Dany disse.-- Hoje? Ele vai vir hoje?
- Sim. Na verdade ele deve está chegando...- A campanhia tocou.- Olha só, ele chegou.- Ela disse e levantou. Meu coração deu uma acelerada e depois deu uma diminuída brusca.-
Soltei o garfo e enfiei o rosto entre as mãos.
- Está tudo bem?- Carlos perguntou.-- Oi?...- Demorei para absorver a pergunta.- Sim. Está tudo bem.- Dany e Rodrigo entraram na cozinha.-
- Oi Dreuh.- Meu pai falou.-
Eu levantei.
- Oi Rodrigo.- Eu ri. Não estava com raiva dele. Vergonha, mas raiva não.-- Não ganho nenhum abraço.- Ele perguntou colocando a mala no chão.-
- Claro.- Nos abraçamos. Coloquei minha cabeça na curva do pescoço dele e o cheiro era maravilhoso. Senti um arrepio e me afastei dele.-
Droga! Eu ainda sinto desejo pelo meu pai. Isso não é bom. Isso não é nada bom.
Dei uma coçada na nuca e ele fez o mesmo.
- O que voê tem para conversar com ele Rodrigo?- Dany perguntou.-- É uma coisa de pai e filho Dany.- Meu pai respondeu.-
- Tudo bem.- Dany disse rindo.-
- Oi...- Carlos começou.- Eu sou o Carlos.- Eles se cumprimentaram com um aperto de mão.-
- Rodrigo.- Meu pai falou rindo.-
- Carlos e eu temos que resolver umas coisas, depois voltamos.- Dany disse.-
Eles saíram. Voltei a tomar meu café. Jéssica estava de folga.
- E então?- Perguntei a ele.- Estou esperando você começar.- É muito difícil dizer isso filho, mas... É... Eu sou gay.- Ele desviou o olhar.-
- Não precisa sentir vergonha.- Eu disse e ele voltou a me olhar.-
- Como não? Eu sei que você queria ter um pai hétero. Mesmo você sendo...- Ele me olhou. E eu soube naquele momento que ele sabia sobre mim.- Gay.- Eu me engasguei.-
- Como você soube?- Ele me olhou como se fosse uma pergunta retórica.-
- Você me beijou. Lembra?- Fiz que sim.-
- Eu não queria ter feito aquilo pai. Só que eu sinto umas coisas estranhas quando você me toca. Eu juro que não queria.
- Tudo bem.- Ele falou.- Eu te entendo. Eu... Também não queria, mas eu sinto. E... Não é desde hoje.
- Como assim?- Ele engoliu em seco.-
- Eu namorei sim com o Christian. Eu sempre fui gay, mas minha família me queria como hétero. Aí, sem mais escolhas, eu tive que encontrar uma namorada. Sua mãe engravidou de mim na primeira vez que transamos. A camisinha furou. A partir daí, eu começei a morar com ela. Só que ainda continuei com o Christian.- Ele olhou para o chão.- Um dia ele descobriu tudo e ameaçou contar para a família. Eu implorei para que ele não fizesse isso e ele me deu outra escolha, que foi ir embora. E eu fiz isso, porque estava com muito medo.- Ele estava chorando.- Esse foi um dos motivos que me fizeram ir embora.- Ele me olhou. A ponta do seu nariz já estava vermelho.- O outro motivo é o pior. Eu me arrepedo muito do que fiz. Ninguém nunca soube, mas eu sei. E isso, tira minhas noites de sono tranquila. Você não vai me perdoar.- Ele levantou e foi para a sala.-
Eu o segui rápido.
- Me diz!- Gritei.- Depois eu vejo se perdou ou não você.- Ele me olhou.-
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aceitando ser assim(Conto Gay)
RandomSegundo Livro: Dreuh Martins, passou por poucas e boas. Foi enganado e confiou em quem não devia. Ele foi culpado por tudo o que aconteceu no passado e mais uma vez, ele foi parar em uma cama de hospital, só que dessa vez, tudo indicou sua morte. "O...