Capítulo 23

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Eduardo
Depois que o filme acabou, André e eu seguimos para a praça de alimentação.
Sentamos.
- Não íamos para algum restaurante?

- Íamos, agora precisamos conversar.

- E não podemos conversar lá.

- Não.

- Tudo bem.- Ele deixou os braços repousarem na mesa.- Do que se trata?

- Qual sua participação na mensagem que enviaram para mim?

- Nossa, que direto.- Ele riu.-

- Isso é uma confissão?

- Já devia imaginar que essa sua aproximação não era à toa. O que você quer?

- Se vamos mesmo começar um relacionamento, precisamos ser sinceros um com o outro.

- Você quer ter um relacionamento comigo?- Concordei.- Você acha que sou tolo?

- E você acha que iria vir aqui perder tempo?

- Na festa você não pareceu ter gostado nenhum pouco do nosso beijo.

- Eu só queria que o Dreuh terminasse tudo. Eu já não aguentava mais todo esse tempo. Eu abusei ele.- Ele me olhou sério.- A encenação tinha que ser perfeita. Eu disse a Bianca que viria aqui para descobrir o que você tinha a ver com a mensagem, ela ficou zangada, mas está do meu lado. Na festa, eu não estava bêbado. Eu quis beijar você, eu gostei, mas tive que fingir quando o Dreuh apareceu.

- Você está falando sério?

- Muito. Eu gosto de você.

- E para quê você quer saber a verdade agora?

- Porque eu não gosto de mentiras.

- Vou precisar confiar em você primeiro.

- Tem mais coisas envolvidas?

- Sim. Muito mais coisas. Nada do que eu fiz foi à toa. Mas para quw você possa saber, é preciso que eu confie em você.

- E o que eu devo fazer?

- Não sei. Preciso pensar.

- Bom, enquanto você pensa, vou até o banheiro.

- Eu vou com você.

- Eu preciso fazer muito mais do que xixi.- Eu ri.-

- O.k., sem mais comentários.- Saí.-

Entrei no banheiro...

Dreuh
- Dreuh?- A voz surgiu no mesmo instante que a porta do elevador se abriu.-

- Você?- Perguntei pasmo.- O que quer aqui? Já não basta tudo o que eu passei na festa e no shopping?

- Perdão Dreuh. Você entendeu tudo errado.

- Não Eduardo. Você fez sua escolha.

- Vou deixar vocês conversando.- Lí disse.-

- Não há mais nada a ser conversado.- Disse.-

- Claro que tem.- Eduardo disse firme.-

- De qualquer forma eu tenho que ir.- Lí prosseguiu e entrou no elevador.-

- O que você quer?

- Conversar, eu já disse.- Fiz menção em sair mas me prendeu na parede.- Olha nos meus olhos e diz que nunca mais quer me ver.

- Você usou isso uma vez e funcionou, mas agora não vai mais.- Ele tirou um papel do bolso.- Está vendo isso?- Fiz que sim.- É uma passagem para os Estados Unidos. Se você não me der uma chance para eu poder me explicar, vou embora ainda hoje e nunca mais volto... Você nunca mais vai me ver.- Minha respiração ficou pesada. Apesar da raiva, não queria perdê - lo.-

Aceitando ser assim(Conto Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora