Capítulo 16

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    A cozinha estava sendo iluminada pelas velas que estavam em cima da mesa. Dois pratos, duas taças e talheres estavam dando um maior brilho à decoração que ele tinha feito.
Ele ria para mim. O jantar foi tranquilo e trocávamos beijos vez por outra.
   Terminamos ao cair da noite. Sentamos no sofá e ficamos aproveitando a presença um do outro.
O celular dele tocou e estragou todo o nosso clima. Ele olhou para a tela mas não atendeu.
   Olhei sério para ele já desconfiando de quem poderia ser.
- Seus pais?- Perguntei.-

- Minha mãe.- Ele ligou a tevê.-

- Acho que precisamos ir lá agora. Quer dizer, se você quiser que eu vá.

- Eu quero. Mas... Tudo bem.- Ele desligou a tevê.- Vamos?- Ele levantou.-
    Saímos do apartamento e descemos para o estacionamento. Não tinha falado nada sobre o meu novo carro.
Quando abri a porta do carro, ele me olhou sério, mas logo começou a rir.
- É seu?- Ele ficou a poucos centímetros de mim.-

- Rodrigo me deu.- Olhei bem para o carro.- Gostei muito dele também.

- Eu posso ir dirigindo?- Eduardo perguntou.-
   Coloquei as chaves na mão dele e entrei pelo banco do carona.
Ele deu partida e saímos do estacionamento.
O clima tenso, tinha se esvaido um pouco. Ele estava animado com o carro.
   Mais uma vez, quando passamos em frente à minha antiga casa, tive vontade de descer, mas não fiz isso.
Eduardo parou o carro e me olhou.
- Você realmente acha uma boa ideia eu entrar com você?- Perguntei vendo toda a confusão sendo formada em minha cabeça. Gritos e choros estavam prestes a acontecer dentro daquela casa.-

- Eu preciso que você esteja perto de mim. Você é as minhas forças.- Ele segurou minhas mãos e depois as beijou. Eu ri e saímos do carro.-
    Ele foi andando um pouquinho mais na frente e abriu a porta. Olhei para trás antes de entrar.
Quando chegamos na sala, os pais dele estavam sentados. Engoli em seco e fiquei um pouco mais para trás.
- Precisamos conversar.- Jason falou a ele.-
   Eduardo olhou para mim e seus olhos estavam marejados e sua boca em linha reta. Ele estava com muito medo.

Eduardo
- Precisamos conversar.- Meu pai falou.-
    Olhei sério para o Dreuh. Meu coração estava a mil. Minhas mãos suavam. Eu estava com muito medo.
- Você não ouviu?- Minha mãe perguntou.- Para quem está olhando?- Dreuh deu mais alguns passos para frente.-

- Já não pedimos que você vá embora?- Meu pai falou a ele.-

- Ele não vai a lugar nenhum.- Falei voltando a olhá - los.- E nós não temos nada que conversar. Dany já falou tudo. Eu sou gay, e estou saindo de casa. Já sei muito bem que vocês são preconceituosos.- Eu segurei a mão dele, e o arrastei para o andar de cima.-
   Peguei as malas, e o Dreuh me ajudou a guardar todas as minhas coisas.
   Saímos com duas malas grandes. Descemos e meus pais ainda estavam sentados, mas quando nos viram, levantaram rápido, e juntos.
- A culpa disso tudo é sua Dreuh?- Meu pai gritou para o amor da minha vida.- Você transformou nosso filho nisso. Você contaminou ele.

- Eu não fiz nada.- Dreuh disse em tom baixo.- Por que você acha que eu passei todo esse tempo fora?- Ele gritou.- Eu quis proteger ele. Não queria que ele passasse por todo o preconceito que eu passei.- Ele segurou minha mão.-

- E do que adiantou já que você está aqui agora?- Minha mãe perguntou a ele.-

- A culpa não é dele. A culpa não é de ninguém. Nós nascemos assim, e não vai ser vocês que vão mudar isso.- Disse.-

- Há quanto tempo vocês estão juntos?- Jason perguntou.-

- Praticamente desde que nos conhecemos.- Falei.- Isso não importa agora.- Segurei as malas firme.-

Aceitando ser assim(Conto Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora