A conversa que Eduardo e eu tivemos, sugou todas as minhas energias. Depois que ele se foi, meu único destino foi a cama. Em frações de segundos, minha camisa já estava encharcada de lágrimas.
Acordei na manhã seguinte me sentindo pior que a noite anterior. Meus olhos estavam ardendo e eu fui ao banheiro. Escovei os dentes e vesti uma roupa qualquer.
Saí de casa depois das oito e fui tomar café fora de casa. Estava sozinho e pensava em tudo o que tinha acontecido.
Lembrei do João e sentiria muito a falta dele. Ele foi um grande amigo em todo aquele tempo que passei por lá.
Terminei meu café da manhã depois das nove. Peguei um táxi e fui direto para a escola. Teria que falar com o Felipe e ver como está a minha situação.
Paramos em frente à escola. Eu nunca tinha entrado pela porta da frente, apenas pelo estacionamento.
Paguei o táxi e entrei.
A escola não estava muito movimentada. Poucos alunos circulando por ali.
Fui caminhando lentamente pelos corredores até chegar na diretoria. Bati na porta e Felipe autorizou minha entrada.
Abri a porta devagar e quando ele viu, deu um pulo da cadeira e eu pude ver que ele estava péssimo.
Sua aparência não estava nada boa. Ele deve estar sofrendo muito mesmo.
- Dreuh!- Ele veio na minha direção mas parou.-
Eu dei mais alguns passos e abraçei ele. Eu sabia que era isso que ele queria fazer.
- Onde você esteve em todo esse tempo?- Ele perguntou depois que nos afastamos.-
As imagens daqueles homens entrando e saindo de mim, me vieram à cabeça.
- Isso não importa agora.- Olhei para o outro lado, meus olhos se encheram d'água.- Eu vim saber como está a minha situação.-- Você passou muito tempo ausente...- Ele disse sentando e mexendo em alguma coisa no computador. Eu sentei na frente dele.- Mas, dei uma olhada nas suas notas e estão boas.- Ele virou a tela do computador para mim.
Pude ver variação entre nove e dez.
- E o que isso quer dizer?- Perguntei.-- Vou conversar com os seus professores. Se eles quiserem diminuir a quantidade de faltas, creio que você não vá perder o ano.
- Muito obrigado. E quando vai fazer isso?
- Hoje. Nós podemos sair mais tarde e eu digo como ficou a sua situação.- Olhei sério para ele. Eu sei que ele quer se desculpar por tudo.- O que você acha?
- Uma boa ideia. Você me liga e eu te passo meu endereço, estou sem carro.- Disse levantando.- Até daqui a pouco.
- Estou muito feliz com a sua volta.
- Eu também espero ficar.- Saí da sala. Quando cruzei a porta o sinal tocou indicando o intervalo.-
Os alunos saíam feito loucos das salas. Logo vi os cabelos roxo da Lí, e quando ela me viu, veio até onde eu estava.
- O que faz aqui?- Ela perguntou - Voltou a estudar aqui?- Talvez. Felipe vai conversar com os professores, e dependendo do que eles decidirem...
- E quanto ao Eduardo? Você conversou com ele?
- Sim.- Contei a ela o que aconteceu quando fui à casa dele, e o que os pais dele disseram.-
Também falei para ela sobre a conversa que ele e eu tivemos.
- Pelo visto, ele ainda te ama mesmo.- Ela falou quando sentamos em um banco.-- Eu também amo muito ele. Eu sei que errei e ele tem todo o direito de não querer ficar comigo, mas ainda assim, o sentimento vai permanecer o mesmo.- Vi Eduardo vindo da sala. Ele estava de cabeça baixa e de repente levantou. Eu levantei do lugar que estava. Nos olhamos.-
Meu coração estava acelerando e sentia minhas mãos ficarem geladas. Ele deu um simples aceno com a cabeça e um meio sorriso. Depois seguiu para outro caminho.
Eu estava em choque e sentei.
- Ele pediu um tempo. Não foi isso que combinaram?- A Lí disse.-- Foi. Mas vai ser muito difícil ver ele e não poder falar nada.- Suspirei e o sinal tocou.-
- Tenho que ir agora. Quando chegar, vou ao seu apartamento.- Ela me abraçou e saiu quase que correndo.-
Olhei em volta e o fluxo de alunos estava diminuindo.
Saí da escola e esperava por outro táxi. O movimento na rua estava pouco.
- Posso ajudar você?- Virei rápido. Eduardo estava atrás de mim.-
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Aceitando ser assim(Conto Gay)
RandomSegundo Livro: Dreuh Martins, passou por poucas e boas. Foi enganado e confiou em quem não devia. Ele foi culpado por tudo o que aconteceu no passado e mais uma vez, ele foi parar em uma cama de hospital, só que dessa vez, tudo indicou sua morte. "O...