Dreuh
O Eduardo precisou de muita persuasão para me fazer esquecer a ideia de ir até à casa da Dany.
Passei a noite em claro, mas tive que acordar cedo para ir à escola. Eduardo levantou comigo e fomos para o banho juntos.
- Conseguiu dormir?- Ele perguntou depois que terminamos de nos vestir.-- Não. Passei a noite acordado.
- Sinto muito por tudo isso que está acontecendo.- Coloquei minha mão em sua nuca e ficamos a centímetros um do outro.-
- Só não me deixa Eduardo.
- Eu nunca vou te deixar. Mas por que está falando isso?
- Eu não sei. Só estou com uma sensação ruim.
- Que sensação?
- Eu não sei. Eu sinto que algo muito ruim vai acontecer. Eu já tive umas sensações assim naquela época.
- Que época?
- A época em que o Christian planejou tudo aquilo.
- Pelamordedeus Dreuh, nem pense em uma coisa dessas. Aquilo já passou e nada parecido vai acontecer de novo.
- Vamos esquecer esse comentário que eu fiz. Deve ser algum mal entendido da minha cabeça. Está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo.- Saímos do quarto e entramos na cozinha. Bianca já estava pronta.-
Saímos minutos depois e chegamos em nossa escola. No intervalo, seguimos para a lanchonete. Logo Lí apareceu em meu campo de visão.
- Oi.- Ela falou rindo.-- Oi.- Falei em tom desanimado.-
- Ops! O que aconteceu Dreuh?
- Muita coisa.- O celular do Eduardo tocou.-
- Licença, preciso atender.- Eduardo disse e se levantou.-
- E então Dreuh, estou esperando.
- Bom, descobri que Dany foi prostituta e que ela não sabe quem pode ser meu pai.
- Oi? Pera aí, deixa eu ver se entendi direito. O Rodrigo não é seu pai?
- Pelo visto não.- Começei a chorar.- Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas preferia que ele fosse meu pai. Apesar do tempo que ele passou ausente, sei que já tinha o perdoado.
- Agora o odeia?
- Não. Mas não saber quem é meu pai, me deixa com muita raiva da Dany. Ela é homofóbica, foi prostituta e é mentirosa. Ela não presta.
- Ela é sua mãe apesar de tudo.
- E você acha que eu não sei? Eu até queria que não fosse, mas é.
- Você só diz isso porque está com a cabeça quente.
- Pode ser. Eu só quero vê - la para deixar as coisas ainda mais claras. Quero que ela me diga tudo. Toda a verdade.
- Sinto muito que tudo isso esteja acontecendo.- Eduardo voltou à se juntar a nós.-
Conversamos por alguns minutos até o sinal tocar. Voltamos para a sala.
O último sinal tocou e seguimos para casa, mas desde a ligação que ele atendeu, ficou muito estranho.
- Quem era ao telefone?- Minha mãe.
- O que ela queria?
- Que Bianca e eu fôssemos morar com eles mais uma vez.
- Vocês vão?
- Claro que não.- Entramos em casa.-
- Precisamos encontrar emprego.- Falei sentando.- Nosso dinheiro já está acabando.
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Aceitando ser assim(Conto Gay)
RandomSegundo Livro: Dreuh Martins, passou por poucas e boas. Foi enganado e confiou em quem não devia. Ele foi culpado por tudo o que aconteceu no passado e mais uma vez, ele foi parar em uma cama de hospital, só que dessa vez, tudo indicou sua morte. "O...