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Decidi que é melhor eu dizer logo aos meus pais que estou namorando Michael antes que Jack faça isso por mim.

Supreendentemente ele não disse nada aos nossos pais, mas do jeito que eu e Michael estamos eu aposto que Jack não vai aguentar ficar calado por mais tempo.

Ainda mais depois que Michael veio aqui em casa quando apenas eu e meu irmão estávamos, ele fez questão de ficar na sala para esfregar nosso relacionamento na cara do loiro.

Michael, para! Tentei repreendê-lo, mas eu continuava rindo. O mais velho estava trilhando beijos em meu pescoço e meu maxilar. Como Jack estava no outro sofá ele fazia questão de exagerar nos sons e nos gestos, apenas para provocar meu irmão.

Lindo. Disse e virou meu rosto para ele, fazendo eu me perder naqueles seus olhos verdes. Meu. E Michael me beijou de forma apaixonada enquanto segurava minha cintura de modo possessivo, como se a qualquer momento alguém fosse aparecer na sala para me tirar dele.

Me afastei com a respiração um pouco ofegante e disse baixo:

Só seu.

Depois daquilo Jack saiu da sala.

Agora é hora do jantar e como nós quatro, eu, Jack e nossos pais estamos juntos na mesa eu devido que essa é a hora perfeita.

— Eu preciso dizer uma coisa. — Me pronunciei e todos ficaram em silêncio, só se era possível ouvir o som dos talheres batendo contra os pratos. — Eu tô namorando.

Olhei para minha mãe e meu pai quase que ao mesmo tempo, apenas para tentar ver suas reações.

Jack apenas bufou e voltou a comer.

Mamãe ia dizer alguma coisa, mas foi interrompida por Andrew:

— Quem é o cara? — Sua voz era tão grave que eu até passei a ficar mais nervoso.

— Michael. — Minha voz saiu quase num sussurro.

— Quem?

— Michael. — Falei mais alto.

— O amigo do Jack? — Minha mãe perguntou e eu assenti com a cabeça. — Desde quando?

— Um pouco mais de uma semana.

— Por que não nos contou antes Luke? Eu esperei tanto por isso!

— Ah, pelo amor de Deus mãe, é sério isso? — Jack se pronunciou, assustando a nós três. — Você sabia que eu gostava do Michael e agora fica aí toda alegrinha porque meu irmão está namorando ele? Era para eu estar contando isso pra vocês. — Abaixou o tom de voz na última frase e eu apenas continuei olhando para ele, sem dizer nada.

— Eu sabia sim que você gostava do Michael, mas era pra você estar feliz pelo seu irmão! — Mamãe agora discutia com Jack enquanto meu pai apenas tomava seu suco e olhava para os dois como se assistisse a uma partida de ping-pong, uma hora para Liz e outra hora para meu irmão. — Você vai esquecer isso Jack, você nunca gostou de verdade de alguém, você nunca deixou um namoro durar mais que três meses.

— Por acaso vocês sabem que o Michael tem dezenove anos? — Ele falou como se aquilo fosse a coisa mais absurda do mundo e eu apenas revirei os olhos, não aguentando mais ter que ouvir sua voz e seus argumentos ridículos.

— Isso não vem ao caso agora Jack! E daí que ele tem dezenove? Se o meu filho está feliz com ele quem sou eu pra pensar nessas questões idiotas de idade? — Amo minha mãe, sério. — Eu não te criei pra ser desse jeito. Egoísta.

— Ninguém gosta de mim nessa casa, mas sabe de uma coisa? Eu também odeio vocês. — Jack se levantou abruptamente e subiu as escadas correndo.

Ele está parecendo um daqueles adolescentes revoltados com a vida.

— Então... — Meu pai tentou quebrar o clima. — O que você acha de chamá-lo para jantar aqui com a gente Luke? Prometo que vou me comportar bem. — Ele riu fraco.

— Tudo bem, eu acho que ele pode vir.

— Ótimo então! Eu estou muito feliz por você meu amor. — Mamãe segurou minha mão que estava sobre a mesa e deu um sorriso sincero, me fazendo sorrir também.

-

Hora de dormir e Michael me ligou.

— Oi. — Atendi, me sentando na cama.

Oi babe.

— Tudo bem?

Uhum, e com você?

— Também.

Ficamos em silêncio depois disso e eu até tive vontade de rir, pois sabia que ele estava abrindo e fechando a boca o tempo todo, tentando achar alguma coisa para dizer.

Você falou com seus pais sobre nós? Michael finalmente perguntou.

— Falei, meu irmão deu o maior chilique, minha mãe adorou a notícia e meu pai te convidou pra jantar aqui.

J-Jantar?

— Jantar.

Eu vou ter que falar com os seus pais? — Assenti com a cabeça e só então me lembrei de que ele não podia me ver, por isso quase dei um tapa em minha própria testa pela burrice. — Eles vão me perguntar coisas.

— Eu sei, você tem que se preparar. — Eu ri. — Ainda mais na hora que te perguntarem sobre faculdade e trabalho.

Vou dizer que tô procurando um emprego.

— Michael... Você tem que dizer a verdade.

Mas eu tô mesmo procurando emprego.

Sério? — Me animei na hora. — Que bom amor, eu espero que você encontre logo.

Ok, eu disse amor... Espero que ele não tenha percebido. Saiu meio que sem querer.

Eu também loirinho. Ficamos em silêncio novamente, apenas ouvindo a respiração do outro.

— Eu gosto quando você me liga nessas horas. — Resolvi dizer.

Por quê?

— Sua voz é a última que eu ouço antes de dormir, e isso me faz dormir bem, sei lá. — Comecei a brincar com a barra da minha camiseta. — Eu sei que é bobo, mas...

Não é bobo, é bonitinho. — Aposto que Michael estava sorrindo. — A partir de agora eu sempre vou te ligar nessa hora, só pra ser a última pessoa com quem você falou.

— Eu vou esperar suas ligações então.

Ficamos conversando e eu acabei perdendo a noção do tempo, quando houve um silêncio do outro lado da linha eu presumi que o mais velho havia dormido. Dei um sorriso e desliguei, me deitando na cama para tentar dormir também.

my brother's friend ♢ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora