my brother's friend ♢ muke

3

— Mas que droga Calum, o que foi? — Perguntei irritado assim que cheguei na sala.

— Eita jovem, não se altere. O que aconteceu?

— Nada. Só não fica gritando por favor. — Me sentei no sofá.

— Você não me respondeu uma coisa, porque eu dormi no sofá?.
— Nós dormimos no sofá porque o Michael, amigo do Jack que eu te falei, dormiu no meu quarto.

— O que? — Praticamente gritou e eu revirei os olhos — Por que?

— Ele estava bêbado e mora sozinho, então o Jack trouxe ele aqui e como não tinha lugar pra dormir...

— Entendi.

— Bom dia crianças! — Minha mãe apareceu na escada com sua alegria exagerada de sempre — Por que dormiram no sofá?

— Longa história... — Ai meu Deus, será que Michael consegue ir embora sem minha mãe vê-lo?

— Vocês me contam na mesa, eu vou fazer o café da manhã.

— Cadê o papai? — Perguntei.

— Está dormindo até agora. — Foi até a cozinha e nos deixou sozinhos na sala, olhei para as escadas e vi Michael.

— O Jack ainda tá dormindo? — Perguntou.

— Acho que- — Jack apareceu na escada também - Não.

— Vamos lá, talvez você consiga ir sem minha mãe te ver. — Ele começou a empurrar Michael para ele ir mais rápido mas Liz apareceu na porta da sala.

— E quem é o rapazinho que tenta fugir sem me cumprimentar primeiro? — Ela disse tentando parecer séria, mas eu conheço a minha mãe, ela estava sendo tudo, menos séria.

— Meu nome é Michael, senhora Hemmings, eu sou amigo do Jack.

— Me chame só de Liz. — Ela sorriu — Venha tomar café da manhã, vocês aí também.

Quando estávamos na mesa, meu pai acabou acordando e se juntou a nós.

— Como a casa tá cheia hoje. Se eu soubesse que o Michael vinha eu teria feito mais do que torradas. — Minha mãe disse.

— Você sabia que eu vinha tia, por que não fez mais que torradas? — Calum questionou com a cara emburrada.

— Aw meu amor, é porque você já é da família.

— E quem é da família é obrigado a comer as torradas da mamãe todo santo dia. — Jack se pronunciou arrancando risadas e um tapa de minha mãe.

O café da manhã se passou assim, com brincadeiras e risadas. Na verdade era sempre assim, mas com duas pessoas a mais ficou ainda melhor, eu tenho sorte de ter uma família como essa.

Michael as vezes ficava calado enquanto todos estavam falando mas logo logo ele se acostumaria, Calum era super tímido com os meus pais. Hoje ele até os chama de "tio" e "tia".

Olhei de relance para Michael e ele estava olhando para mim de um jeito estranho e mordendo o lábio inferior. Mas o que?

Olhei novamente e ele estava sorrindo. Acho que imaginei coisas.

- - -

Depois do café da manhã Michael foi embora. Jack, meu pai e minha mãe saíram, deixando eu e Calum sozinhos na minha casa.

Eu estava no quarto com ele explicando o que havia acontecido ontem enquanto ele dormia.

— Ele te chamou de garoto bonitinho? — Perguntou e eu assenti — Interessante.

— Mas ele estava bêbado, não significa nada.

— Sei... Você acha mesmo que ele é legal? Ele tem uma cara de ser um daqueles adolescentes perturbados. Você viu as roupas dele?

— Credo Calum, para com isso. Deixa o cara.

— Sabe o que eu acho que nós deveríamos fazer? Stalkear o Facebook dele, qualquer pessoa que você stalkeia no Facebook você fica sabendo tudo sobre ela.

— Calum! Esquece o Michael.

— Você sabe o sobrenome dele? — Ele já havia pegado o notebook e se sentado novamente na cama. Bufei e me sentei ao lado dele.

— Não.

— O Jack deve ter ele como amigo. — Calum entrou no Facebook de Jack, logo achando quem estava procurando — A foto de perfil é ele com alguém, só que ele cortou a pessoa. Isso indica que ele não é de tirar fotos.

— Nossa, o que mais você descobriu Nev?

— Nev?

— Você não assiste Catfish? — Arqueei uma sobrancelha.

— Eu não. Mas enfim... Olha! Ele compartilhou uma coisa: "Pessoas com piercing no lábio".

— E daí? — Simplesmente perguntei e ele revirou os olhos.

— Quer dizer que ele gosta de quem tem piercing no lábio. Só acho que você deveria colocar.

— Por que eu colocaria? Eu nem gosto dele.

- Claro... — Ele continuou "stalkeando" Michael. Eu estava achando aquilo uma total bobagem, eu nem gosto de Michael e Calum já está fazendo isso, qual o problema dele? — Hmm, uma foto dele sem camisa.

— Aonde? — Me aproximei mais do notebook.

— Interessou né? — Ele falou num tom malicioso, eu revirei os olhos e dei um soco em seu braço, ele apenas riu — Na maioria das fotos ele tá com alguém. Só com o Jack tem umas quatro.

— Tem com alguma garota?

— Tá com ciúme é? — Ele me deu uma cotovelada no braço, porra, doeu!

— Para Calum! Nada a ver, eu só tô perguntando.

— Então por que você tá corando desde a hora que eu te mostrei a foto dele sem camisa?

— É que... É que você me deixa sem graça falando essas coisas e você sabe muito bem disso. — Eu queria enfiar minha cabeça na terra agora, porque sempre tenho que corar tanto assim e por coisas tão bobas?

— Eu só tô brincando Lukey, você sabe. — Ele me abraçou de lado — Nós vamos olhar mais um pouquinho e chega.

— Ah não Calum.

— Ah sim Calum. — Ele continuou descendo a página e eu vi uma foto um tanto... estranha?

— Volta lá. — Falei e ele voltou, encontrando a foto.

— Eita porra, olha aqui atrás, ele tá beijando um cara.

— Foi a garota que tirou a foto que marcou ele.

— Acho que ele não viu já que nem curtiu e nem comentou. — Deu de ombros.

— Ou ele pode só não ter ligado.

— Também. Mas quem será esse cara?

— Sei lá. Talvez ele nem saiba também. Do jeito que ele e o Jack falam os dois nem parecem saber o nome das pessoas que eles ficam.

— E na hora H como eles vão gemer o nome da pessoa sem saber? — Dei um tapa em seu ombro e corei, porra mas por que eu corei por causa disso?

— Calum! Credo garoto.

— É uma curiosidade que eu tenho. — Deu de ombros e riu.